Um tronco frondoso e verde
Erguia-se além da fonte.
Perto, o solo pobre e seco,
Longe, as luzes do horizonte.
Certo dia, disse a fonte:
– Dá-me a sombra de teu galho,
O duro chão me consome,
Dá-me teu brando agasalho!…
Respondeu-lhe o tronco antigo:
– Vem a mim! Serei feliz!…
Serás a seiva da seiva
Que me alimenta a raiz.
Desde então, o tronco e a fonte
Uniram-se a plena luz
Da grandeza que dimana
Da bondade de Jesus.
O tronco reconheceu,
Vibrando de terno amor,
Que a fonte era a mãe bondosa
De sua seiva interior.
E a fonte viu nele o pai
De sua imensa alegria,
Repousando em sua paz
Nas lutas de cada dia.
Desde então, cantaram hinos
De hosanas ao criador,
Entre frutos dadivosos
Na estrada cheirando à flor.
À raiz, a água da vida
Levava consolação;
E o tronco elevou-se ao Céu
Com a fonte no coração.
Houve sol e sombra amiga,
Flor e frutos na ramagem;
Cantigas de passarinho,
Harmonizando a paisagem.
*
Duas almas que se irmanam
Na luz dos afetos seus,
São esse tronco e essa fonte
Guardados no amor de Deus.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier