Em casa, chega o momento
Destinado à refeição. . .
Raro aquele que recorda
A história de luz do pão.
Quase sempre, vem de longe,
Das zonas do campo em flor
Oferecer-se à criatura
Em nome do Pai de Amor.
Foi semente sepultada
Na terra ferida e escura,
Ressuscitando em seguida
Nas belezas da verdura.
Suportou lutas amargas,
Noites ásperas, sombrias,
Recebendo chuva e sol,
Tempestades, ventanias.
Adornou-se em primavera,
Risonha, sublime, eleita,
E entregou-se alegremente
Ao segador na colheita.
Padeceu processos vários,
Viveu peregrinações,
Desde a ceifa rude e longa,
Ao prato das refeições.
Conforme reconhecemos,
Esse pão, quase sem nome,
É dádiva do Criador,
Que vem mitigar a fome.
Mensageiro humilde e santo
De carinho e de bondade,
É o laço entre a Providência
E a nossa necessidade.
O amor e a abnegação
Resumem-lhe a bela história;
O espírito de serviço
É a vida de sua glória.
*
Coração que sofre amando
Na fé sublime e sem jaça,
Vai ser pão na Mesa Augusta
Dos Bens da Divina Graça.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier