O milharal nos parece,
Do caminho que o sol doura,
Uma esperança de Deus
Sobre as bênçãos da lavoura.
Além disso, representa
Uma elevada oficina,
Da nobre lei do trabalho
Que o Pai de Amor nos ensina.
Deus dá tudo: a terra, o ar,
As chuvas e os instrumentos,
Indicando o tempo próprio
Com a força dos elementos.
Manda o homem, que é seu filho,
Cuidar da terra que é sua
E esse filho convocado
Guia o traço da charrua.
Germina a semente amiga,
Mas até que dê seus frutos,
Exige muitos cuidados,
Constantes e absolutos.
Em seguida, o céu concede
A espiga amada e perfeita,
Pedindo as dedicações
Nas tarefas da colheita.
Vem logo a descascadura,
Depois o debulhador,
E o moinho em movimento
Nas lides do lavrador.
Somente agora o celeiro
Guarda as forças do bom grão,
A esperança carinhosa
Da véspera de seu pão.
E’ um ensino generoso
Que a leira de milho encerra,
Um quadro de exemplo amigo,
Das lutas de toda a Terra.
*
Deus palpita em toda a parte,
Nada faz ou cria a esmo,
Mas pede em tudo a seu filho
A elevação de si mesmo.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier