O MALHADOURO



Na época dadivosa
Da colheita cor-de-ouro,
É tempo de conduzir
Cereais ao malhadouro.

Espigas maravilhosas
Vêm às mãos do tarefeiro,
Aglomerando-se em busca
Da secagem no terreiro.

Antigamente eram flores
Mostrando verdura e viço;
Agora, a compensação
Que se reserva ao serviço.

Mas por ser o resultado,
A garantia, o futuro,
O grão rico e generoso
Precisa ser nobre e puro.

O lavrador cuidadoso
Organiza providências,
É necessário excluir
As últimas excrescências.

Inicia-se a limpeza,
Servidores a malhar,
No espaço o longo assobio
De varas cortando o ar.

São precisos golpes rudes,
Bordoadas no bom grão,
Por conferir-lhe a grandeza
De servir, além chão.

Depois disso, alcança a glória
De amparar o lavrador,
A alegria de prover
Em nome do criador.

Se ao longo de tua vida
Sentes choques mangual,
É que estás em madureza
No campo espiritual.

Não fujas ao malhadouro,
Guarda paz e vigilância:
Que a luta nos roube agora
Os restos da ignorância.

Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier