Cada dia, a residência
Que a higiene ensine e ajude,
Lança fora todo o lixo
Na defesa da saúde.
Grandes cestos, grandes latas,
Guardando detrito escuro,
Enchem grandes carroçadas
Que seguem para o monturo.
Contemplando o movimento,
Lembremos que a sujidade,
Muita vez foi qualquer coisa
Em plano de utilidade.
Roupa usada, vestes rotas,
Velhas peças carunchosas,
Em outros tempos já foram
Queridas e preciosas.
Ornatos apodrecidos,
Tristes relâmpagos sem lume,
Conheceram muitas vezes
Festa e luz, vida e perfume.
Resumem, contudo, agora,
O lixo que não convém,
Escuro e pernicioso,
Contrário à saúde e ao bem.
Para ele, em todo o mundo,
A casa nobre e educada
Reserva, cada manhã,
A bênção da vassourada.
Se não tem função de esterco,
Junto à terra menos rica,
Vai ao fogo generoso,
Que renova e purifica.
Na esfera de ensinamento
Da verdade sempre igual,
O lixo personifica
A estranha expressão do mal.
*
Escuta! Se o bem de ontem
Hoje é mal e sofrimento,
Não deixes de procurar
Os cestos do esquecimento.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier