Todo lago tem seu nível.
Qualquer um, raso ou profundo,
É patrimônio a dispor
Na tábua dos bens do mundo.
A questão toda é saber,
A golpes de paciência,
Utilizar-lhe os proveitos
Com bondade e inteligência.
Diversos homens acusam
As águas estacionadas,
Como poços enfermiços
De forças envenenadas .
Mas, como tudo na terra,
O lago pede, também,
A compreensão de seus donos
Na lei que edifica o bem.
Se recebe o seu auxilio,
Retribui toda a atenção,
Dando vida e movimento
Aos quadros da Criação.
Se alguém lhe defende as águas,
Protegendo-lhe a limpeza,
É um espelho cristalino
Na estrada da natureza.
De dia, trabalha e dá,
Sob os ventos generosos;
De noite, reflete a luz
Dos astros cariciosos.
Mas, a fim de ser mantido
No esforço nobre e fecundo,
É bom que ninguém lhe agite
O lodo que está no fundo.
O lago retrata a vida
Nos quadros em que repousa.
Todo homem tem seu nível.
Para o bem de alguma coisa.
*
Um a um, pedem respeito
Aos seus níveis de existência,
Pois todos guardam consigo
O lodo da experiência.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier