Causa pena olhar o campo
Quando pobre de verdura,
Sofre a terra a intromissão
Do cupim que a desfigura.
Debalde a vegetação
Se estende em ramaria,
O solo não apresenta
A mesma fisionomia.
O cupim obstinado
Multiplica-se em rebentos,
Parece que o chão se cobre
De tumores pustulentos.
Em vão, a chuva convida
Às forças de produção,
Debalde o Sol traz a luz
De paz e renovação.
Não faltam bênçãos do Céu
Que atendam aos dons da vida,
Mas a terra permanece
Desolada e ressequida.
O cupim vai provocando
Estrago, calamidade,
E o campo mostra ruínas,
Miséria, esterilidade.
Às vezes são necessários
Muito esforço, muitas dores,
Por expulsar a família
Dos insetos invasores.
Sem trabalhos decididos
Por parte da agricultura,
O cupim transforma a terra
Numa extensa sepultura.
Lembremos, vendo esse quadro
Da esfera dos lavradores,
As almas avassaladas
De idéias inferiores.
*
Sê forte em qualquer trabalho,
Cada luta é uma lição.
Tristezas e desalentos
São cupins no coração.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier