Na extrema delicadeza
Da verdura perfumosa,
Destaca-se pequenino
O tenro botão de rosa.
Não há sinal de corola,
Vê-se apenas que começa
A surgir a flor divina
Num cálice de promessa.
E às vezes, nas alegrias
De doce festividade,
Espera-se pela rosa
No caminho da ansiedade.
Deseja-se a flor robusta
Com que se adorne a beleza,
Mas não há lei que perturbe
Os passos da Natureza.
É certo que toda rosa,
Como jóia de paisagem,
Nunca pode prescindir
Do zelo da jardinagem.
Precisa tempo, entretanto,
Na sombra e na claridade,
Requerendo orvalho e sol,
Noites, chuva, tempestade.
Por crescer, pede cuidado
Nos inícios da existência,
Mas, morrerá com certeza
A golpes de violência.
Assim, também, quase sempre,
A muita crença em botão
Tentamos impor, à força,
A nossa compreensão.
Toda crença é patrimônio
Que não surge improvisado;
É a rosa da experiência,
Em terras do aprendizado.
*
Se tua alma vive em festa,
Na fé que pratica o bem,
Ajuda, coopera e passa…
Não busques torcer ninguém.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier