Ary Brasil Marques
O conceito de humildade tem tido por parte de algumas pessoas uma visão que não corresponde à realidade.
Essas pessoas acreditam que a criatura humilde deve viver se rastejando, falando macio e tendo uma cara de anjo.
A humildade não é isso. Ela não pede para anularmos nossa dignidade e a nossa autoestima. Não precisamos fazer preces chorosas, nem fazer como muitos fazem quando se dirigem a Deus, colocando-se como a última das criaturas. Ao contrário, somos seres luminosos, filhos diletos do Senhor da Vida e caminhando firmes para a perfeição.
Não temos que viver de cabeça baixa, de olhos tristonhos, de ombros caídos, para que sejamos considerados humildes.
Humilde é a pessoa que não se coloca como centro da vida ou como dona da verdade. É aquele que respeita o semelhante e as leis divinas.
Há pessoas que têm orgulho de sua humildade! Como se o orgulho não fosse a antítese da humildade!
Acredito que devemos estar sempre alegres, com alto astral, cheios de otimismo sadio, aceitando com humildade as nossas limitações e a vontade divina. Temos que aprender a perder, assim como sabemos vencer. Precisamos lutar com todas as nossas forças para mudar aquilo que nos for permitido mudar, mas aceitarmos humildemente aquilo que não pudermos modificar.
A humildade real não tem nada a ver com o ser acabrunhado, triste, pessimista, que fala macio mas que muitas vezes não pratica a lei do amor.
Já vi muita gente negar sua condição de espírita, alegando com falsa humildade que desejaria ser espírita mas que ainda não tem condições para isso. Ficam em cima do muro, não assumem sua crença.
Vamos parar com a hipocrisia. O ser humilde o é naturalmente, e na maior parte das vezes ignora a própria humildade.
Jesus nos disse que os humildes são bem-aventurados e que eles alcançarão o reino dos céus.
SBC, 26/07/2007.