Honório Mello
No dia 8 de setembro de 1.989 desencarnava Honório Melo. Exerceu a presidência da Federação Espírita do Paraná, de 1.979 a 1.983. Foi seu 3.º Vice-Presidente de 1.949 a 1.952 e 2.º Vice-Presidente de 1.972 a 1.978.
Ao longo de mais de meio século de dedicação ao movimento espírita esteve sempre ao lado de outros grandes trabalhadores, tais como Lins de Vasconcellos, Francisco Raitani, João Ghignone, Lauro Schleder e Abibe Isfer.
Em 11 de julho de 1.937 passou a compor o Conselho Federativo da Federação Espírita do Paraná, como representante da Sociedade Espírita Os Mensageiros da Paz. Em 15 de janeiro de 1.938 foi designado Secretário-Geral da FEP pelo então Presidente João Ghignone. Em 23 de janeiro de 1.939 deixou o cargo de Secretário Geral e passou a compor a Comissão de Direção e Fiscalização de Entidades Filiadas, em conjunto com Lauro Schleder, João Pina, Ernesto Carlberg Filho e João Hartman.
Em 2 de abril de 1.938 propôs o nome de Hercília de Vasconcellos para o pavilhão feminino do denominado Sanatório Bom Retiro.
Foi eleito membro efetivo do Conselho Federativo em 12 de outubro de 1.941.
Em 11 de janeiro de 1.943 foi designado para Diretor do Departamento de Propaganda da FEP.
Participou como um dos organizadores do Congresso Espírita Paraná – Santa Catarina, em 1.945, tendo inclusive apresentado uma tese.
Como se comemora os cinquenta anos do Pacto Áureo, no corrente ano, é interessante ressaltar a repercussão do mesmo no Conselho Federativo da FEP.
Na reunião do Conselho Federativo de 9/10/1.949, com a presença de Francisco Raitani que havia retornado do Rio de Janeiro onde, com João Ghignone e Lins de Vasconcellos participara da assinatura da ata da FEB que passou a ser conhecida como Pacto Áureo, o Conselheiro Honório Melo, dizendo do regozijo de tão auspicioso fato, propôs que se enviasse telegrama à FEB, a Arthur Lins de Vasconcellos Lopes e a João Ghignone que haviam permanecido no Rio de Janeiro, no seguinte teor: “Federação Espírita do Paraná, por seu Conselho Federativo reunido hoje dia nove, tomando conhecimento deliberação consubstanciada ata reunião Diretores Federação Espírita Brasileira e várias Federações e Uniões âmbito estadual, realizada dia cinco corrente mês sede essa Federação, com satisfação ratifica ditas deliberações assinadas pelo presidente João Ghignone, mesmo tempo manifesta desejo aderir a essa Federação para o que solicita instruções. Outrossim Federação Espírita Paraná congratula-se com Família Espírita Brasileira pela feliz inspiração que tiveram os responsáveis pelo desenvolvimento do Espiritismo no Brasil. Assinado Abibe Isfer, vice-presidente em Exercício.”
Em 24/9/1.950 foi instalada a Comissão de Assistência e Difusão Doutrinária, sendo Honório Melo escolhido Secretário da referida comissão, nela permanecendo por quatro anos.
No período de 10/03/1.955 a 13/05/1.958 esteve afastado do Conselho Deliberativo, mas continuou a colaborar nos Departamentos da FEP.
Em 1.958 foi designado diretor do Departamento de Mocidades, tendo antes sido Orientador da União da Mocidade Espírita de Curitiba, UMEC, por mais de cinco anos. Nas reuniões dessa mocidade, que foi muito ativa por mais de dez anos, ele participava, na parte introdutória, a cada quinze dias, fazendo exposições sobre o Livro dos Espíritos.
Foi Secretário do Conselho Deliberativo, por vários anos, desde 1.961. Em 1.965 teve atuação preponderante na criação das Uniões Regionais Espíritas.
Foi delegado do Paraná em vários congressos espíritas, e inúmeras vezes representante da FEP no Conselho Federativo Nacional, onde sua opinião sempre era ouvida e respeitada. Era conhecido e amigo dos presidentes das Federações e Uniões Espíritas de todos os Estados. Melo, como era mais conhecido, era firme na defesa dos aspectos doutrinários e ao mesmo tempo pessoa alegre que contagiava pela sua conversa franca.
Além de suas atividades na Federação Espírita do Paraná, foi trabalhador atuante e também Presidente da Sociedade Espírita Os Mensageiros da Paz e do Centro Espírita Leocádio José Correia, bem como palestrante em outras casas Espíritas do Estado.
Já quando estava enfermo e acamado, em 1.989, recebeu a visita de Divaldo Franco, que lhe transmitiu um passe. Ao vê-lo, Melo disse: “quanta honra para um pobre marquês”, expressão que usava quando recebia algum elogio ou homenagem.
Especificamente para com este periódico, a sua participação como diretor – de novembro de 1.977 a janeiro de 1.979 – foi uma das mais profícuas, além de ter sido um dos mais ardorosos batalhadores para que o mesmo viesse para Curitiba, trazido do Rio de Janeiro pelas mãos de Lins de Vasconcellos, e pudesse chegar até os dias de hoje, com edições regulares e ininterruptas.
Deixou de sua lavra dois opúsculos versando sobre a Federação: “Federação Espírita do Paraná, 77 anos – seus Presidentes” e “Ensaio Histórico da Federação Espírita do Paraná em seus oitenta anos”.
No período de mais de quarenta anos em que João Ghignone permaneceu no cargo de Presidente da FEP, destacam-se Abibe Isfer que, além de suas atividades de médium, era o impulsionador das construções realizadas nesse período e Melo que estava voltado para a dinamização do movimento espírita do Estado. Com certeza Honório Melo continua colaborando com o movimento Espírita do plano em que se encontra.
Fonte: Jornal Mundo Espírita de Setembro/ 1.999.