FELICIDADE

Ary Brasil Marques
O segredo da felicidade na Terra se resume na palavra aceitação. Aceitação não significa uma atitude passiva, apática, indolente, que aceita tudo sem luta e sem discussão.
O conceito espírita de aceitação nos ensina a lutar com todas as nossas forças para mudar aquilo que nos é possível mudar, mas usar da sabedoria para distinguir o que não está em nosso alcance para mudar, e aí então se aceitar com altivez e resignação os fatos consumados que foram causados por fatores alheios ou não à nossa vontade mas fatos passados, que não voltam mais.
E nessa aceitação colocarmos com confiança a nossa vida, a vida de nossos entes queridos, nas mãos sábias e onipotentes de nosso Pai Celestial.
Toda pessoa que considera a sua felicidade em função dos outros, de coisas exteriores, de um bom emprego, de um casamento estável, de uma posição financeira elevada, de um cargo elevado ou da consideração de outras pessoas, está partindo de uma premissa falsa, a premissa de que a fonte de sua felicidade é uma dessas coisas.
Quem pensa assim, fica terrivelmente infeliz quando perde um bem material, quando é vítima de um roubo, quando perde um namorado ou quando vê partir para o plano espiritual um ente querido.
Na realidade, a FONTE de nossa felicidade é DEUS, fonte inesgotável que não acaba nunca e que não se secará.
Aquelas outras, fontes de natureza humana, são TODAS elas passageiras, pois NADA na Terra é definitivo, nem nosso corpo físico que um dia se tornará velho e imprestável, e morrerá.
Nós, no entanto, que somos ESPÍRITOS imortais, não morreremos. E mais ainda, como somos filhos de Deus, somos uma parcela desse mesmo Deus, somos centelhas divinas, somos luz. E se somos luz, devemos refletir essa luz para todos os que nos cercam, irradiando paz e alegria, carinho e perdão, boa vontade e simpatia.
Com isso, abriremos todas as portas e faremos com que todos nos amem. E isso nos fará SEMPRE felizes. Grandes personalidades, reconhecidas por todos por irradiarem sempre felicidade, muitas vezes não possuíam bens, não tinham a companhia de pessoas queridas por meio de casamentos, não eram poderosas, mas SENTIAM a felicidade interna.
São exemplos típicos o nosso Chico Xavier e a Irmã Dulce. Cada um deles em áreas distintas de atuação, professando religiões diferentes (o que não importa, pois a única religião considerada por Deus é o amor), e nos dão uma lição magnífica de vida e de como podemos nos sentir felizes intimamente, NÃO importando absolutamente os fatos exteriores, o que pensam os outros a nosso respeito, o termos alguém ou não, o termos bens materiais ou não.
Somos centelhas de vida. Somos luz. Iluminemos o nosso caminho. Façamos dele uma estrada luminosa de alegria, de paz, de harmonia com a vida.

19/11/2000.