Tombou, por insidiosa moléstia, em 06 de Maio de 1.950, em Recife, o corpo somático do grande trabalhador da seara de Jesus, do abnegado propagandista do Espiritismo – Professor Djalma Montenegro de Farias.
Em sua última trajetória terrena, soube sopitar uma grande dor e dar o testemunho irretorquível da sua fé.
Nasceu em Pernambuco, a 09 de outubro de 1.900, e lá tudo fez, durante dezenas de anos, até mesmo com sacrifício de sua saúde, em prol do Espiritismo cristão.
Com sua palavra firme, convincente e sobretudo evangélica, converteu muitas criaturas e difundiu, em profusão, a consolador doutrina codificada por Allan Kardec.
Como escritor, muito lhe devem as letras espíritas e Reformador sempre contou com sua preciosa colaboração. Era membro do Cenáculo Pernambucano de Letras.
A ação desse trabalhador era multíplice, e por isso ela também se fez sentir e de maneira eloquente na fundação e direção de casas de caridade. Podemos citar, como modelo de fé, amor e compreensão, o Instituto Espírita João Evangelista, do qual era Presidente, organização a que prestara todo o seu carinho e inteligência, auxiliado por confrades dedicados e que jamais lhe regatearam colaboração sincera, porque viam nele, além de um idealista, um amigo, e além de amigo, um conselheiro experimentado.
Como Presidente da Federação Espírita Pernambucana, tudo fez no sentido de tornar essa Entidade a pungente propulsora da Terceira Revelação. Em 1.947 funda a Comissão Estadual do Espiritismo, da qual foi seu primeiro presidente.
Grande foi seu entusiasmo, ao tomar conhecimento do célebre “Pacto Áureo” de 05 de outubro de 1.949, a ele aderindo em todos os sentidos.
Vindo aqui ao Rio de Janeiro, por essa ocasião, e embora estivesse privado de ocupar a tribuna, por motivo de seu precário estado de saúde, seu entusiamo, como dissemos, foi de tal ordem, à vista das conclusões desse Pacto que traria a unificação da família espírita brasileira, que não pôde conter-se, proferindo em o salão de conferência da Federação Espírita Brasileira duas belíssimas orações que fizeram vibrar de intensa emoção a compacta assistência que o escutava.
Dias após, em visita à Liga Espírita do Brasil – hoje Liga Espírita do Estado da Guanabara -, proferiu também uma vibrante alocução, em meio à qual perdeu a voz – era o espectro da moléstia que o advertia de sua imprudência -, mas, num esforço extraordinário, conseguiu imprimir forças à matéria que não mais podia acompanhar a eloquência do seu verbo! Finalizou, contudo, essa sua alocução, entre aplausos da assistência, alocução que foi a última proferida por esse intemerato apóstolo do Espiritismo!
Djalma de Farias, que tanto lutou e sofreu pela Doutrina Espírita, enfrentando toda sorte de contratempos e decepções, foi um marco do Espiritismo em Pernambuco, e seu nome e sua obra ultrapassaram os limites do seu Estado natal.