Ary Brasil Marques
Mais uma vez vimos pela TV uma tragédia de grandes proporções. Acompanhamos estarrecidos as imagens do maior acidente de aviação do país, ocorrido ontem em São Paulo.
O mundo se tornou pequeno, e hoje em dia podemos acompanhar com detalhes tudo o que ocorre em qualquer parte da Terra, no exato instante do ocorrido.
A tragédia trouxe com ela muita tristeza e muita dor. Além das famílias atingidas, via-se nas fisionomias de todos a surpresa, o desconforto, o abatimento diante de um fato tão terrível e sem volta.
Nada se pode fazer, a não ser envolver a todos os nossos irmãos atingidos pela terrível ocorrência, com uma prece. Rogamos ao Senhor da Vida que dê a todos a conformação necessária para receber e superar golpe tão intenso.
Vamos fazer uma reflexão sobre essa e outras tragédias coletivas. Qual será a razão de tanta dor? Por que são atingidas pessoas que se unem em ocasiões esporádicas e acabam morrendo juntas? E os casos de pessoas que deveriam estar em determinado vôo ou lugar e que, por um acontecimento fortuito que lhes ocorre, são desviados de sua intenção e por essa razão acabam sendo salvos?
Imaginemos a cena, do ponto de vista dos espíritos que estão no Plano Espiritual.
Os espíritos superiores, que naturalmente conhecem as razões do que ocorre, devem se unir para proteger e amparar aqueles que chegam lá de surpresa, desnorteados, desorientados.
É um trabalho enorme, dos dois lados da vida. Do lado de cá, bombeiros e policiais lutando para desobstruir as áreas atingidas e procurando salvar pessoas. Do lado de lá, equipes de médicos e enfermeiros espirituais recebendo, medicando e auxiliando os recém-chegados, amenizando em parte a situação aflitiva que os mesmos se encontram.
Sabemos que tudo o que acontece faz parte de um plano divino, e que os vários fatores que influenciam um acontecimento dessa ordem obedecem a causas cármicas e que funcionam como instrumentos de reajuste para os espíritos em evolução. É por isso que as pessoas que não fazem parte do compromisso cármico são afastadas das tragédias a que não devem participar, por algo repentino e não previsto.
A propósito de tragédias aéreas de grande porte, lembro-me de um fato ocorrido há muitos e muitos anos atrás. Uma noite, minha cunhada Elza sonhou que tinha ocorrido um grande acidente aéreo, e que ela estava auxiliando no trabalho de socorro aos feridos, que eram muitos. Acordou suando, com um cheiro de éter nas mãos e em todo o quarto.
Mais tarde soube pelos noticiários da televisão que tinha acontecido um enorme desastre aéreo no aeroporto de Orly, em Paris. No acidente em questão, morreram muitas pessoas, inclusive brasileiros. Dentre os mortos estavam amigos nossos, parentes de Dona Dolores, e também o cantor Agostinho dos Santos. Ao ver as fotos do acidente, Elza identificou os mesmos com o sonho que tivera.
Não temos explicações para tanta dor e para tanta tristeza. Resta-nos deixar tudo nas mãos sábias de Deus. Ele, com toda a certeza, sabe o que é necessário para a nossa caminhada na Terra.
SBC, 18/07/2007.