Albert Schweitzer – Uma visão íntima de uma das personalidades mais fascinantes de nosso tempo
Uma Visita A Albert Schweitzer – Revista Seleções – Outubro de 1954
A Aldeia de Lambaréné fica no rio Ogowe, 64 quilômetros ao sul do Equador, na África Equatorial Francesa. A região lembra o princípio do mundo: nuvens, rios e florestas se fundem numa paisagem que parece literalmente antediluviana.
Como o próprio Schweitzer a descreveu, a maior parte do ano o ar é como vapor que se desprende de um nevoeiro verde.
Tal o cenário de uma das mais famosas iniciativas missionárias do mundo – o hospital do Dr. Albert Schweitzer na floresta.
Schweitzer é incontestavelmente um grande homem, um dos maiores da nossa época ou de qualquer época.
Dada sua elevação e multiplicidade de aspectos de sua personalidade, não é fácil conhecê-lo. É um “homem completo” como Leonardo da Vinci e Goethe foram homens completos.
Seguiu quatro carreiras diferentes – Filosofia, Medicina, Teologia e Música. Escreveu livros eruditos sobre Bach, sobre Jesus e sobre a história da civilização e é a maior autoridade do mundo em estrutura de órgãos, sendo ao mesmo tempo um dos mais famosos organistas vivos. O Dr. Schweitzer conhece também mais a fundo do que muitos homens que dedicaram a vida à essas questões Estética, Zoologia Tropical, Antropologia e Agricultura e é perito carpinteiro, pedreiro, veterinário, construtor de barcos, dentista, desenhista, mecânico, farmacêutico e jardineiro é com efeito, um homem completo!
Para tornar compreensível a carreira de Schweitzer em Lambaréné, precisamos retroceder às origens. Nascido na Alsácia em 1875, Albert Schweitzer foi uma criança doentia, em contraste com a fenomenal robustez que adquiriu depois. Além disso, mais estranho ainda custou para aprender a ler e escrever e foi um estudante medíocre. Por isso é que, depois de crescido, se impôs dominar assuntos que lhe fossem particularmente difíceis, como o hebraico.
Em música foi um autêntico prodígio. Compôs um hino aos sete anos, começou a tocar órgão aos oito, quando suas pernas mal alcançavam os pedais e aos nove anos serviu de substituto do organista efetivo numa cerimônia religiosa.
Logo que se fez homem começou a exercer paralelamente três das suas quatro vidas profissionais. Estudou Filosofia na Universidade de Estrasburgo e conquistou o primeiro doutorado com uma tese sobre Kant. Estudou Teologia e em 1900, aos 25 anos tornou-se pároco da Igreja de São Nicolau, em Estrasburgo.
Estudou a teoria da música e começou sua carreira como concertista de órgão.
Aos 26 anos, tinha diplomas de doutor em Filosofia, Teologia e Música. Enquanto isso, começou a escrever uma série de livros, que nunca cessou.
Depois, com 30 anos, largou abruptamente suas três carreiras para estudar Medicina e partir para Lambaréné para o resto da vida como missionário-médico.
Por que Medicina? Ele mesmo explica: porque estava cansado de palavras e queria ação. E por que Lambaréné? Porque era um dos lugares mais inacessíveis e primitivos de toda a África, um dos mais perigosos e porque lá não havia médico.
Parentes e amigos procuraram dissuadi-lo, mas ele responde que se sentia obrigado a “dar alguma coisa em troca” da felicidade de que gozava. Estava obedecendo literalmente à palavra de Jesus: “Qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim… esse a salvará.” E como pregava sempre que “os idealistas deviam ser moderados nos seus propósitos”, Schweitzer tinha plena consciência das dificuldades que ia enfrentar.
Dedicou-se ao estudo da Medicina de 1905 a 1912 e, finalmente, com 38 anos de idade, terminou o curso. Esses anos foram os mais difíceis e fatigantes da sua vida. Um curso de Medicina já é por si só uma coisa que exige muito esforço; pois, ainda assim, ele arranjou jeito de continuar ensinando Filosofia, prosseguiu nas suas atividades como pároco da Igreja de São Nicolau, começou a trabalhar numa edição de Bach, enquanto dava concertos de órgãos incessantemente.
Casou-se em 1912. Sua esposa, judia, filha de um conhecido historiador de Estrasburgo, aprendeu enfermagem, para poder ajudá-lo na África.
Quando chegaram a Lambaréné em 1913, encontraram condições tremendas, como aliás ainda é o caso. Cada palmo de terra habitável da região tem de ser conquistado à floresta gigantesca, que é densamente povoada de animais hostis como pítons e gorilas. Os rios são infestados de crocodilos.
Albert Schweitzer construiu seu hospital do nada, praticamente com as próprias mãos. Uma vez, teve que mudar e reconstruir todo o hospital porque as velhas cabanas eram pequenas demais para conter a sua crescente clientela. Nem sempre era fácil lidar com os pacientes africanos atacados de todas as doenças, desde lepra até elefantíase. Uma das biografias de Schweitzer informa que às vezes eles comiam os unguentos receitados para afecções da pele, bebiam de uma vez um vidro de remédio destinado a durar semanas ou tentavam envenenar outros internados. Depois da morte de um paciente que chegou tarde demais ao hospital, Schweitzer tornou-se suspeito de ser um leopardo disfarçado, que tirava vidas intencionalmente. Uma vez ele se deixou cair muna cadeira e gemeu:
– Que imbecil eu fui de vir para cá tratar de selvagens como estes!
Seu fiel intérprete africano respondeu:
– É mesmo, doutor, aqui na terra o senhor é um grande imbecil, mas no céu não.
Apesar de tudo, Schweitzer gostava de Lambaréné e gosta ainda.
Atualmente, não é muito difícil chegar até Schweitzer: a Air France mantém uma linha regular com muitas paradas, que toca em Lambaréné várias vezes por semana. Eu e minha mulher desembarcamos no aeroporto e fomos recebidos por Miss Emma Haussknecht, uma enfermeira alsaciana que trabalha com Schweitzer desde 1925. É uma espécie de gerente-geral da instituição e serve o doutor como intérprete do francês ou do alemão para o inglês.
Depois de nos conduzirem às nossas acomodações, Miss Haussknecht levou-nos por um caminho enlameado, através do mato e por entre árvores frutíferas, em direção à nova aldeia de leprosos que Schweitzer está construindo.
Finalmente, perto de uma clareira, o próprio Schweitzer veio ao nosso encontro.
Tem um vigoroso nariz aquilino, bigode grisalho pendente e olhos que fitam realmente a pessoa. É de compleição robusta e usava um capacete para proteger-se contra o sol, camisa branca aberta no peito, calças remendadas e grossos sapatos pretos. Força, repouso, domínio e sensibilidade, todas estas características se refletem na sua fisionomia orgulhosa, sulcada e penetrante.
É um rosto magnífico, e ele é um homem de aspecto maravilhoso. Schweitzer conduziu-nos até à aldeia de leprosos, onde vivem os doentes mais graves. Aí o velho doutor imediatamente entrou em ação dando ordens a uma turma de trabalhadores. Schweitzer começa e termina cada dia com essa ocupação.
É preciso que alguém se incumba disso. Os leprosos não estavam tão doentes que não pudessem trabalhar; era apenas preguiça e dormência, devido ao tédio e à indiferença.
Schweitzer encaminhou-se para o meio deles com grunhidos explosivos e exortativos. Ele mesmo pegou numa pá e começou a entoar uma espécie de cantilena para marcar o compasso do trabalho de escavações.
O Mundo de hoje conta com bem poucas personalidades que possam ser consideradas valores decisivos para os decisivos da humanidade, espíritos capazes de colocar o exemplo de suas próprias vidas como garantia máxima de que outros processos e outros métodos, em tudo diferem dos que estão sendo usados por toda a parte, possam ser adotados na solução dos problemas internos e externos de diferentes povos.
Albert Schweitzer é um desses raros. Favorecido desde o berço com um ambiente de paz e de felicidade na casa paterna, cercado em sua mocidade de um prestígio capaz de desnortear outros jovens que não o bem humorado e discreto estudante universitário, era bem o tipo de uma vida de elite que podia facilmente ter procurado nos requintados centros de cultura da Europa uma glória cômoda e fácil.
Não estava, porém, no seu espírito viver assim. Se a inteligência ardia por uma realização ampla e forte da vida, o coração firme e audaz adivinhava a grandeza da missão que o destino lhe reservara.
Voltava os olhos para a África, vendo na miséria das selvas o mesmo mundo infeliz e desamparado que cativara para sempre o coração generoso do bravo de Livingstone. Era lá que estava o campo de batalha onde o seu profundo ideal humanista encontrara necessária e oportuna aplicação.
– Pedro de Almeida Moura, professor da Universidade de São Paulo, no prefácio ao livro de Albert Schweitzer “Decadência e Regeneração da Cultura”, Ed. Melhoramentos, 1948.
“Allez-vous OPP! Allez-vous OPP-upp-OPP! Hupp, upp, OPP!”
O hospital surpreende alguns visitantes, que esperam um asséptico recanto de tranquilidade, espiritualidade e vida extra mundana. Na realidade ele parece aquilo que realmente é, uma aldeia nativa. Os pacientes vêm de grandes distâncias, muitas vezes com as famílias.
O acampamento está situado numa pequena elevação e tem 45 ou mais construções, todas simples e funcionais. O hospital conta entre 350 e 400 pacientes africanos e 75 auxiliares africanos remunerados, alguns deles leprosos (a lepra é provavelmente menos contagiosa do que a tuberculose). Não há caminhos nem estradas calçadas. Não há água corrente, nem eletricidade, a não ser na sala de operações e não há raios X.
Parece haver em torno maior número de animais do que de seres humanos. O hospital tem cerca de 150 cabras e há toda espécie de criaturas, como periquitos e um filhote de mandril. Perto do salão de jantar há um porco selvagem numa jaula e um macaco acorrentado a uma árvore. Quatro graciosos antílopes vivem num tosco cercado de arame; o doutor lhes dá de comer todas as noites depois do jantar.
O que parece corresponder à principal enfermaria do hospital é uma longa estrutura de um andar, dividida em quartos estreitos e escuros, cada um dos quais dá para um pátio.
Os pacientes estão deitados em jiraus cobertos de esteira. Do lado de fora de cada porta arde uma pequena fogueira fumacenta, onde a família do doente prepara a comida. É bom manter essas fogueiras acesas, pois afastam os mosquitos e assim diminuem a incidência da malária e da moléstia do sono.
Quando o paciente não tem família e não está em condições de poder ele próprio cozinhar, torna-se um problema. Os enfermos em geral não aceitam comida de ninguém que não pertença à sua tribo, com medo de serem envenenados.
Schweitzer já salvou milhares de vidas, o que é tanto mais extraordinário quanto considerar o primitivismo e a pobreza de seu equipamento. Que eu visse, não há qualquer espécie de mecanismo para esterilização de ataduras sob pressão; é preciso ferver água sobre fogueiras de lenha. Durante anos, houve falta de drogas e ataduras. Todo o alfinete de segurança é precioso. Coisas que se consideram normalmente parte integrante de um hospital são objetos de assombro, quando existem.
Disseram-me que Schweitzer não gosta de complicadas invenções modernas.
Para começar, a sua manutenção é difícil num clima tropical. Que adianta ter sacos de água quente, se apodrecem numa semana? Além disso, ele quer que os africanos se sintam à vontade, em circunstâncias que lhes deem a impressão de estarem em casa.
Uma manhã espiamos para dentro da sala de operações; era espantoso que do pátio se pudesse olhar diretamente lá para dentro. Sobre a mesa estava um paciente nu, com mercurocromo escorrendo do abdome. O médico que fez a operação – uma hérnia comum – foi almoçar uma hora mais tarde. Não tivera tempo de lavar-se completamente e sentou-se à mesa em mangas de camisa, com os braços ainda rubros de mercurocromo. Não quero dizer com isso que a cirurgia no hospital de Schweitzer seja rústica ou incompetente. Ao contrário, é cirurgia de alta classe.
A vida do hospital gira em torno de uma área descoberta, e sempre cheia, perto do salão de jantar. Há um vaivém de africanos, carregando seus produtos em carretas primitivas. Mulheres agachadas no chão amarram folhas de palmeira para cobertura de casas, outras trabalham em máquinas de costura numa varanda, e outras ainda passam roupa com primitivos ferros cheios de brasas. O doutor anda de um lado para outro no meio dessa ordenada animação, providenciando para que todos trabalhem. A atividade é extraordinariamente intensa.
Embora não seja imposta francamente, a disciplina no hospital é bastante rigorosa. Se ocorre algum distúrbio, os litigantes são chamados ao gabinete do Dr. Schweitzer, um de cada vez. Com os olhos fechados, o doutor lhes diz qual é a sua ordem: “Faça isto” ou “Não quero mais aquilo”, sem permitir desculpas ou explicações.
Por vezes, Schweitzer chega a ser ditatorial, afetado e irascível. E por que não? Se não tivesse defeitos, seria intolerável. Por outro lado, há ocasiões em que tem um encanto mágico, e é literalmente adorado pelos seus velhos companheiros. Seu riso – quando ri – é uma impressionante indicação da sua doçura interior. É um riso resplendente, um riso cristalino.
O chefe da clínica de Lambaréné é húngaro (Schweitzer, aos 79 anos, já não exerce tão ativamente a Medicina); outro é um dos sobrinhos de Schweitzer. As enfermeiras, todas europeias, parecem tão tímidas, devotas e afastadas do mundo exterior como freiras. Uma delas me disse que gozam geralmente de boa saúde, mas que apanham malária com mais facilidade quando ficam muito cansadas, depois de tratarem pacientes europeus, porque estes precisam sempre de mais cuidados do que os africanos (os europeus vêm, na maioria, de acampamentos de lenhadores das proximidades e têm acomodações separadas no hospital). Diga-se de passagem que Schweitzer nunca viu um caso de apendicite num africano e o câncer é praticamente desconhecido.
A atitude de Schweitzer para com os africanos é um misto de benevolência, perplexidade, irritação, esperança e desespero. São tantos os desamparados, tantos os que não têm o menor senso de responsabilidade ou prazer na realização. Diz ele que os africanos não têm absolutamente nada que fazer depois que terminam o trabalho à tarde, mas que nunca lhes ocorre pescarem no rio, embora precisem de mais proteína. Se aprendem alguma coisa, afluem imediatamente para as cidades e procuram ser estenógrafos. Entretanto, ele, Schweitzer, não consegue encontrar um bom carpinteiro, nem mesmo um homem para cuidar do pomar.
– Eu sou o único camponês! – disse-nos ele, batendo no peito.
Schweitzer cultiva quase todas as espécies de frutas. Mas devido a uma arraigada superstição nativa, segundo a qual um homem que planta uma árvore frutífera morre antes que ela dê os primeiros frutos, tem sido obrigado a plantar e tratar a maioria das árvores com as próprias mãos. Uma das coisas de que mais se orgulha é de haver tornado Lambaréné um lugar praticamente autossuficiente em matéria de alimentação.
São facilmente desculpáveis suas irritações com os africanos que, por estupidez ou preguiça, não o ajudam a cuidar das suas árvores. Disse ele:
– Eu ponho aqui uma manga, ali uma banana, mais além uma fruta-pão. Os africanos não sabem distinguir uma árvore da outra. Explico-lhes. Eles se afastam e, quando chegam ao rio, passados dez minutos, já esqueceram.
Tive a impressão de que ele não acredita muito na capacidade dos africanos – pelo menos nos da sua zona – para um governo autônomo.
Detesta a opressão e acredita piamente na fraternidade do homem.
Mas tem pouco contato direto com muitas das violentas tensões da África moderna e sua ânsia de progresso político.
Estivemos sentados no jardim em caixotes virados, discutindo sobre estes e outros problemas. Passavam rapazes carregando baldes d’água.
Um deles caminhava lentamente e o doutor voltou-se para ele com um apelo resignado e exasperado:
– Uoulez-vous marcher? VOULEZ- vous!
Um segundo depois, ele nos dizia que a única maneira de chegar ao africano era “pelo coração”.
Às refeições, Schweitzer senta-se no centro de uma longa mesa, com os convidados de honra em frente.
No momento de começar a refeição, diz uma breve oração em francês; logo depois do jantar (nenhuma refeição dura mais de meia hora), anuncia em voz estentórea um hino, e são distribuídos livros de hinos.
Marcha então para um minúsculo piano, numa das extremidades da sala, e toca brevemente, mas com grande vigor e precisão, enquanto os demais presentes cantam. Depois volta para seu lugar na mesa, inspeciona uma lista de textos bíblicos, abre bruscamente uma Bíblia e lê algumas linhas.
Schweitzer é um conversador extremamente incisivo, vivo e autorizado, mas raramente fala durante as refeições. A explicação, perfeitamente válida, é que está muito cansado.
Depois do jantar, os médicos e as enfermeiras reúnem-se em um canto da longa sala e tomam chá de canela. Uma noite Schweitzer nos fez companhia até depois das nove horas. Ao sair da sala de jantar, enche os bolsos de pedacinhos de comida para dar aos antílopes. A seguir – depois que desce o silêncio sobre o resto do acampamento – ele trabalha até meia-noite ou mais tarde ainda escrevendo ou respondendo cartas. Uma vez assombrou os guardas da Alfândega de Bordéus ao embarcar num navio com alguma correspondência que não fora respondida. Enchia quatro sacos grandes.
Quando partiu para a África, Schweitzer pensou que estava abandonando para sempre as coisas que lhe eram mais caras – a arte e o ensino. Mas sempre teve um piano consigo na África e assim pôde manter em dia a sua música. Depois da Segunda Guerra Mundial, suas gravações de Bach em órgão (feitas durante umas férias que passou na Europa) têm obtido grande êxito artístico. Cada vez que volta à civilização, faz uma longa série de conferências, e tem sido homenageado por universidades sem conta. Além disso, trabalhando à noite, tem conseguido manter uma produção literária constante. O ano passado, foi lhe conferido o prêmio Nobel de Paz de 1952.
Tem um penetrante sentido de valores e um bom e sarcástico senso de humor. Quando visitou os Estados Unidos, pela primeira e única vez, em 1949, para assistir ao Festival de Goethe em Aspen, Estado de Colorado, mostrou-se muito lisonjeado. Schweitzer não tocou especialmente para nós. Ele toca todas as noites, principalmente quando tem os olhos cansados. Disse há pouco tempo a um visitante “Toco para os meus antílopes.”
Mas foi um fascinante privilégio ouvi-lo tocar, e essa imagem dele, sentado ao velho piano maltratado, no meio da floresta silenciosa e ameaçadora, é que eu guardarei melhor – a imagem daquele velho e irascível Bismarck do espírito, desse tirano com coração de ouro.
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