Arquivo da categoria: Espírita Amigo

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JOSEFINA BAKHITA – BIOGRAFIA

Josefina Bakhita

O nome “Bakhita” que significa em idioma africano, “afortunada”, “sortuda” ou “bem-aventurada”, não lhe foi dado ao nascer mas lhe foi atribuído pelos raptores.
Foi capturada e vendida por mercadores de escravos negros no mercado de El Obeid e de Cartum ao cônsul da Itália no Sudão, D. Calixto Legnani, que logo lhe deu carta de liberdade.
No período de escravidão, Bakhita sofreu as humilhações, sofrimento físico, psicológico e moral dos escravos negros.
Na casa do cônsul Legnani, Bakhita trabalhava como mulher livre e isto lhe deu momentos de serenidade.
Quando Legnani teve de regressar ao país, Bakhita decidiu acompanhá-lo, e chegando a Gênova é transferida para a localidade de Zianigo, ao serviço da família Michieli como “ama-seca”, e posteriormente, passou à Congregação das Filhas da Caridade de Santa Madalena de Canossa (Canossianas) de Veneza, onde recebeu os primeiros sacramentos docatecumenato em 9 de janeiro de 1890, foi batizada com o nome de Josefina e em 8 de dezembro de 1896 tomou o habito e ingressou na ordem das Irmãs Canossianas, com o nome religioso de Irmã Josefina.
Josefina Bakhita se destacou pela piedade e amor a Cristo e à Eucaristia, também pelo serviço social pelos demais pobres e desamparados, o que fez com que ficasse conhecida como o apelido de “La Madre Moretta” (Madre Morena).
Faleceu no convento canosiano de Schio, em 1947, com a idade de 78 anos; os restos incorruptos foram sepultados sob o altar da Igreja do mesmo convento.
Foi beatificada em 1992 e canonizada em Roma, pelo Papa João Paulo II, em outubro de 2000.

Fonte: Wikipédia

AS DORES REPARADORAS

AS DORES REPARADORAS
Se a Terra assim considerada pela Doutrina Espírita como um “mundo de provas e expiações”, onde a imensa maioria dos espíritos a ela ainda jungidos em decorrência da atração vibratória existente, carregam em sua bagagem de experiências pretéritas, altas cargas de erros, equívocos e vícios os mais diversos, estejam estes espíritos que compõem a Humanidade que aqui habita, tanto na carne quanto dela desvestidos, certamente, encontram-se inscritos em um programa de aprendizado evolutivo, visando o autoaperfeiçoamento, através do ressarcimento de débitos ou retificação de roteiros enganosos por meio das provas e expiações, que serão utilizadas como moeda de cobrança, afim de se lhe fixar o aprendizado realizado.
Entretanto, é imperioso lembrar que a cobrança realizada através dos testemunhos provacionais ou das expiações redentoras acontecem somente com aqueles espíritos recalcitrantes e rebeldes, que recusam-se em abandonar ou renunciar aos vícios morais, já que neles se comprazem, sem se permitirem uma mudança de conduta que promova uma reforma íntima e profunda nos valore que cultiva.
Faz parte do conhecimento espírita, que o exercício do amor ao próximo, em qualquer circunstância, desde que feito desinteressadamente, sem outras intenções além de prestar auxílio a quem dele necessita, de forma anônima e sem cobrança de reconhecimento e gratidão da parte daqueles que foram ajudados, mostra que o amor anula os malefícios nascidos das ações que provocaram mágoas, dores, sofrimentos e demais padecimentos impostos aos semelhantes, mesmos que estes sofrimentos não tivessem essa intenção.
As dores, provas ou expiações quando vistas pela ótica da espiritualidade são naturalmente catalogadas como dores reparadoras, a priori, não objetiva uma punição ou penalização para atingir as criaturas que erraram por maldade ou intencionalmente ao seu próximo, porém visa reparar um hábito nocivo, retificar um roteiro equivocado, reeducar uma conduta prejudicial, alertar uma postura tendenciosa, remover algum preconceito, reconsiderar um julgamento precipitado ou esclarecer atitudes agressivas para que não gerem violência ou crueldade, fomentando um ambiente de intrigas ou maledicências, muito distante do exercício do amor e da caridade cristãs.
Certamente, a Terra como escola de educação moral dos espíritos aqui domiciliados, na carne ou fora dela, ainda se movimenta entre provas e expiações, em razão das escolhas infelizes decorrentes do uso abusivo do livre-arbítrio, que se permite todos os excessos sem qualquer disciplina ou censura moral, onde não viceja o mais leve sinal de conhecimento da ética, da lisura de caráter, do autodomínio das paixões subalternas, da amizade respeitosa e da tolerância para com as fraquezas alheias, a fim de que a convivência possa ser salutar, mesmo que haja discordâncias de pontos-de-vista, sem que isso leve a dissidências ou cizânias nas relações do cotidiano.
Jesus ao questionar a conduta dos discípulos, esclarece assim: “Se a tua justiça não for mais perfeita que a das demais”, pergunta em seguida: O que fazeis de especial?
E assim, nos oferece farto material para as nossas reflexões, não apenas nas questões que envolve a justiça, porém, em todas as demais que dizem respeito ao amor e a caridade, pois, se a justiça divina nos alcança, individualmente, através das chamadas dores reparadoras, também somos alvos do amor incondicional de Deus, que nunca nos abandona, entregues à própria sorte, como se estivéssemos excluídos de sua paternidade, condenado sem remissão, sofrendo inapelavelmente sob o acicate de excruciantes dores, posto que o amor que, cobre a multidão dos pecados conforme preceitua as lições de Jesus, vem por intermédio da caridade, sem a qual não há salvação, balsamizar os corações em sofrimentos, luarizando os sentimentos desencontrados e contraditórios, acenando com uma réstia de esperança para que a fé mantenha-se ativa permitindo que aceitemos resignadamente, o cumprimento dos exercícios de Deus em nós, despertando nossa consciência quanto ao real papel da dor em nossas vidas, para que a nossa jornada seja redentora, profícua de lições edificantes, rumo ao aperfeiçoamento moral que nos cabe realizar, a fim de atingirmos a plenitude e a paz.

José Maria de Medeiros Souza, pelo Espírito Espírita, Albino da Santa Cruz.

RESPONSABILIDADE

RESPONSABILIDADE
Se recebeste por acréscimo de misericórdia, a concessão e oportunidade de servir na Seara do Mestre, na posição de dirigente, orientador, educador e servidor aos seus irmãos mais fragilizados em suas energias e dificuldades de qualquer ordem, é imperioso que entendas, que esta posição outorgada, se apresenta como uma fonte de bênçãos, a fim de ressarcir os teus débitos transatos, de um passado culposo, com as nodoas naturais das imperfeições que ainda não vencestes.
Por isso não te coloques como alguém que já superou os defeitos e fraquezas íntimas, como se não te encontrasses ainda em jornada de aprimoramento evolutivo.
Os irmãos mais ingênuos e ignorantes, que ainda desconhecem como se manifestam as Leis Divinas, necessitam naturalmente de tua compreensão, de tua palavra amiga e generosa, com profunda tolerância frente às quedas naturais, pela dificuldade de superar as próprias fraquezas morais.
Recorde-se, como muitas vezes foi difícil para ti, vencer um momento de mágoa ou ressentimento, em razão da predominância do orgulho, que ainda teimava em residir em teu coração, para que, fazendo esta reflexão como analogia ante o sofrimento do outro, saibas melhor compreender as dores que ele carrega, permitindo-lhe possa errar ainda, porém, cobrar de ti a necessidade de acertar, visto que já conheces a luz do Evangelho de Jesus, enquanto o outro ainda não tem a menor ideia de como fazer, para assimilar a Mensagem do Rabi Galileu.
As Entidades Venerandas sempre aguardam que o Servidor da Seara do Cristo seja capaz de amar incondicionalmente, tolerar compadecidamente, compreender com compaixão e perdoar infinitas vezes o erro de qualquer natureza, posto que o Mestre já assinalou que o perdão favorece quem perdoa, unindo as criaturas envolvidas na mesma ação negativa que promoveu o desgaste emocional, para a necessária harmonia.
Quem aspirar servir ao Mestre Jesus, na Tarefa de esclarecer aos Espíritos, tanto encarnados quanto desencarnados, precisa conscientizar-se que, se invertidas fossem as posições, agradeceria eternamente se recebesse os esclarecimentos com indulgência, sem o punhal das acusações, sem as cobranças intransigentes, mas, com altas doses de amor e perdão, que são as duas faces da moeda chamada caridade.
Por isso, queridos irmãos de equipe e servidores do Cristo, ninguém se encontra sozinho nesta tarefa. Os médiuns, esclarecedores, dirigentes e demais tarefeiros, em união e sintonia vibratória com as equipes espirituais, todos tem um só objetivo, a saber: Conquistar para a Seara do Mestre Jesus, todo aquele que para cá é trazido, não com promessas de cura, de salvação ou de solução de problemas naturais do cotidiano, mas com a convicção que a Doutrina Espírita, é a promessa materializada do Consolador, que demonstra achar-se nas paisagens do Planeta, para aliviar as dores e sofrimentos do homem, que materialmente já fez imensas conquistas no campo das necessidades externas, porém, ainda tem dificuldade de preencher o vazio da alma, que as vezes apresenta-se no campo afetivo e outras vezes no campo das realizações de cunho pessoal.
Portanto, a responsabilidade de cada um é cada vez maior.
O Evangelho de Jesus pede para que, tudo que estiver ao alcance de cada um, deve ser realizado de forma abnegada e respeitosa, porquanto, as palavras do Mestre Jesus ainda ecoam, convidando todos à reflexão, quando estabeleceu: “Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem”, e nós podemos acrescentar que, entre aquele que sabe e aquele que ama, este ultimo sempre alcança o objetivo antes dos demais.
Que a paz do Meigo Galileu permaneça entre todos, abençoando os passos de cada um, na tarefa de servir, incansavelmente.
José Maria de Medeiros Souza, pelo Espírito Espírita, Albino da Santa Cruz.

Página psicografada pelo médium José Maria de Medeiros Souza, na reunião de 4ª feira à tarde do Grupo Espírita Joana de Angelis, com direção de Cleusa Vespa dia 28.04.2010.

A TAREFA E O SERVIDOR

A TAREFA E O SERVIDOR
Em um mundo em constantes transformações, repleto de apelos atraentes, de concessões e facilidades de toda espécie, convidando o indivíduo à embriaguez dos sentidos e ao desbordar das paixões, é notória a dificuldade que o espírito encontra, quando encarnado, amealhar forças suficientes para manter-se indene às tentações presentes nas romagens existenciais, posto que, aliadas a tais convites, encontra-se ainda uma flexibilidade moral ambivalente e nebulosa, com hábitos nocivos e prejudiciais, além de uma inversão profunda dos valores vigentes, amplamente aceitos, por sociedades ditas modernas, e que não se reconhece ainda como uma coletividade enferma, necessitada de uma cirurgia de alta complexidade, a fim de readquirir a saúde espiritual perdida, porquanto as conquistas materiais logradas, atendem primeiramente ao corpo físico cada vez mais cultuado, em detrimento do espírito imortal e dos valores morais inquestionáveis, que serão os implacáveis cobradores, ante o tribunal da Consciência Divina.
Essas armadilhas morais repletas de sugestões venais, amplamente divulgadas pelos meios de comunicação, com promessas de felicidade plena e de gozos duradouros através dos sentidos, escondem ciladas ardilosamente preparadas, pelas entidades perversas à serviço das sombras coletivas, que desejam impedir o esclarecimento daqueles que, buscam libertarem-se da ignorância, que ainda viceja em larga escala no seio da Humanidade.
Afastar-se dessa zona de influenciação e predomínio das sombras, através do cultivo de leituras edificantes e esclarecedoras; da adoção plena de pensamentos nobres elevados; da prática de ações generosas em benefício dos sofredores de qualquer natureza e, do hábito salutar da solidariedade humana, por meio da caridade anônima e desinteressada dirigida aos que estão excluídos do amparo dos organismos oficiais que detém o poder.
Este abençoado e generoso exercício de amor aos semelhantes, no momento oportuno, irão produzir os frutos salutares, que permitirão colheita farta e abundante aos Obreiros do Senhor, elevando-os espiritualmente, a fim de situa-los no papel de servidor frente à tarefa que lhe cabe cumprir, de forma incansável e perseverante, realizando todo o bem possível, consciente daquilo que lhe é sagrado dever.
Iniciativas dessa natureza encontram sempre o apoio dos Amigos e Benfeitores Espirituais, identificados com os objetivos de tais ações, incansáveis na faina de atender quantos precisam de amparo, em nome de Jesus, a fim de espalhar sobre a Terra, a esperança, a fé, a coragem, a saúde e a paz, alimentando os corações aflitos para que não sucumbam diante das adversidades e sofrimentos, não asando nem o roteiro de esperanças, confiantes que Deus, este Pai de amor e bondade, através destes abnegados emissários celestiais, virão suprir as nossas incontáveis carências, de ordem material, moral, afetiva e espiritual, para que o Planeta possa subir mais um degrau em sua escalada evolutiva, concretizando aquilo com o qual sonhamos, ou seja, um mundo de paz, repleto de amor e afeição entre as criaturas, onde o bem prepondere acima das ações equivocadas, sem orgulho ou preconceito de qualquer espécie, posto que somos todos irmãos, afim de que a crueldade e a violência sejam do cotidiano terrestre, e possamos realizar em nossos dias a profecia de Jesus ao estabelecer: “OS MEUS DISCÍPULOS SERÃO CONHECIDOS POR MUITO SE AMAREM”.
Para muitas inteligências brilhantes, porém, destituídas de fé, de crenças religiosas e de confiança em Deus, isto é uma utopia, no entanto, para as mentes modestas, os espíritos simples e humildes, estas são palavras de esperanças e consolações, que já despontam nos horizontes das criaturas, alimentando em cada um a confiança em Deus, no seu extremado amor, na sua infinita bondade e na sua infalível justiça.
Por tudo isto, cabe ao servidor da seara cristã, a incansável tarefa de disseminar a confiança em Deus, a fé e a esperança aos que ainda vacilam, buscando exemplificar com as próprias atitudes, frentes aos testes e provações da jornada humana permitindo que se possa cumprir, em si mesmo, os desígnios de Deus, sem revoltas ou contestações, ciente e consciente, que cada fracasso ou decepção experimentada, terás uma preciosa lição a ser utilizada no porvir, pelo homem amoroso e pacificado que herdará o mundo da nova era.

José Maria de Medeiros Souza, pelo Espírito Espírita, Albino da Santa Cruz.

RESPONSABILIDADE DA SINTONIA

RESPONSABILIDADE DA SINTONIA
Um papel de grande responsabilidade, pelos bons frutos produzidos pelo intercâmbio mediúnico, está reservado à sintonia estabelecida pelo médium, junto ao espírito comunicante, para o estabelecimento positivo de uma interpretação fidedigna, das ideias, do vocabulário, dos sentimentos e das emoções que envolve os espíritos nestes momentos.
Dotados de pontos de vistas, de conceitos arraigados, de emoções e sensações tão mais intensas que as do próprio médium, posto que não mais possuem o invólucro carnal, que serve de anteparo vibratório durante a reencarnação, o espírito comunicante, ciente da necessidade de utilizar-se de um médium, porém nem sempre consciente disso, quando percebe no decorrer do diálogo, distorções que alteram suas ideias vigentes, pode recusar-se a continuar usando o médium, por falta de confiança no mesmo, interrompendo uma assistência e amparo promovidas pelos Dirigentes e mentores Espirituais daquela tarefa, rompendo uma sintonia que muitas vezes demorou largo tempo para concretizar-se, frustrando as expectativas do estabelecimento de profícuo tratamento que seria efetivado.
Tão ingentes esforços levado a efeito pelos espíritos benfeitores, que utilizaram-se no mundo espiritual, de abordagem respeitosa junto ao espírito calceta, com generosa técnica persuasiva de convencimento, sem violentar a liberdade de discordância e recusa que o mesmo possui, deixando-o entregue, no caso de recusa, aos naturais mecanismos das Divinas Leis, não podem ser desconsiderados pelos médiuns invigilantes, com excesso de melindres, personalistas e pretensiosos, crendo-se infalíveis quando atuam mediunicamente e, profundamente levianos quando emitem diagnósticos e opiniões de cunho pessoal, sem a menor consideração pela dor e sofrimento ali expostos.
Há um aviltado número de médiuns dentro das fileiras do Espiritismo, com grande compreensão a sintonizar com o mal, com as trevas, com as sombras da escuridão, como se elas tivessem existência própria ou capacidade de obstar a luz, inconsciente que as paisagens exteriores apenas refletem o mundo intimo, que viceja espontaneamente no médium que assim se conduz, resultado de longo estágio nas regiões enfermiças do mundo espiritual, onde sintonias equivocadas foram estabelecidas, com graves comprometimentos com o mal, e que, apesar do esquecimento temporário, obtido por meio da reencarnação, guardam traços de maldades e imperfeições nas atitudes, que não conseguem disfarçar, mesmo que estejam recebendo o lenitivo da caridade, extraído das páginas do Evangelho Redentor, tão peculiar ao profitente da Doutrina dos Espíritos.
Daí acreditarmos que há uma substancial diferença qualitativa entre o que seja efetivamente afinidade daquilo que nos parece realmente o que vem a ser uma verdadeira sintonia.
As afinidades resultam de largos períodos de conhecimento e vivências comuns, cujas raízes foram fortalecendo-se, à medida, em que os pontos comuns foram crescendo e estabelecendo ligações de cumplicidade prazerosa, que tanto pode ser nobilitante, generosa, produtiva e edificante, para a concretização de propósitos superiores, como também pode ser o contrário de tudo isso, maldosa, de natureza inferior, com propósitos maléficos e deprimentes, causadores de prejuízos tanto material quanto moral. Porém, o que importa aqui salientar é que, as afinidades acompanham-no em qualquer ambiente.
Diferentemente, a sintonia nos parece um processo de busca, que o espírito encarnado ou desencarnado procura estabelecer, tendo em vista as metas que a si mesmo propõe como essencial para a sua existência.
Da mesma forma que as afinidades, tanto pode ser para o bem, o belo e o nobre, como também para o mal, o feio ou o de natureza inferior.
O que diferencia uma da outra, é que as afinidades o indivíduo (no caso o médium), traz gravadas perispiritualmente, das suas experiências transatas, enquanto as sintonias, começam a ser estabelecidas, a partir do contato que o indivíduo estabelece com aquele conhecimento, circunstancia, evento ou fato que esteja acontecendo, o que nos leva a acreditar que na afinidade existe uma anterioridade como característica principal, enquanto na sintonia, o que se observa é uma procura para o estabelecimento de uma ligação.
Por isso, que a maior responsabilidade da sintonia pertence ao indivíduo e, no caso das comunicações mediúnicas pertence ao médium, que quando consciente do seu papel, utiliza-se da prece sincera e fervorosa, conforme recomenda a Doutrina Espírita, para alcançar tal desiderato, entendendo, que os espíritos que fazem parte da reunião mediúnica, normalmente, realizam muito bem as tarefas de suas responsabilidades, quanto aos médiuns sempre pira uma interrogação.

José Maria de Medeiros Souza, pelo Espírito Espírita, Jean – Marie Lachelier.

INTERCÂMBIO ESPIRITUAL

INTERCÂMBIO ESPIRITUAL
Uma das extraordinárias possibilidades que o intercâmbio oferece nas comunicações com os espíritos é a sintonia constante com o indivíduo ainda encarnado, através da criação efetiva de uma ambiência espiritual formada pelos pensamentos do médium, que elevando-o seletivamente, o mantém no mesmo diapasão vibratório onde situa-se o espírito com o qual deseja sintonizar-se, estabelecendo assim, através do campo mental, que será mais fiel quanto mais profundo se fizer a sintonia, em constante vitalização, pela vontade férrea e persistente em alcançar o seu intento, que nas primeiras tentativas podem resultar infrutíferas, porém ao longo das constantes experiências vivenciadas os resultados favoráveis surgirão naturalmente.
É muito oportuno lembrar que Paulo de Tarso, que passa de ferrenho opositor de Jesus por meio da perseguição aos seus discípulos, em decorrência das vivências sofridas sob o aguilhão da dor, ao tornar-se defensor ardoroso das lições do Mestre, finalizou seus dias terrenos, exemplificando o intercâmbio espiritual no qual vivia, em profunda sintonia, como pode-se deduzir de suas palavras: “JÁ NÃO SOU EU QUEM VIVE, MAS, É O CRISTO QUE VIVE EM MIM”.
Essa experiência de sintonia espiritual vivida por Paulo de Tarso de maneira transcendental, pode ser vivida por todos quantos se dedicam à nobre tarefa de servir ao Cristo, através do serviço de amor aos semelhantes, guardadas as devidas proporções em razão da responsabilidade, da entrega espontânea, da vontade e abnegação em servir anonimamente e da renúncia consentida que cada qual imprime a esse mister, com respeitoso devotamento e fidelidade.
É compreensível, doutrinariamente falando, entender a correção do Espiritismo quando estabelece que o Espírito, esteja encarnado ou não, ele sempre encontra-se de posse de suas experiências pretéritas, que formam o acervo de conquistas ou fracassos já experimentados, tornando-o no presente o resultado daquilo que ele já acumulou, que estão registrados em seu perispírito, consciente ou inconscientemente,
Resultando desses registros, a ambiência espiritual ver qual ele respira habitualmente decorrendo daí esse campo energético com possibilidades do intercâmbio espiritual acontecer em razão das semelhanças vibracionais.
Como o campo energético formado da ambiência espiritual encontra-se vibrando na faixa de sintonia que lhe é peculiar o espírito, tanto reconhece como é reconhecido pelas emanações deste campo, atraindo dessa forma a todos quantos se lhe assemelham e, repelindo por sua vez, aos que lhes são antagônicos.
Como a energia, em si mesma, ainda carrega matéria em outro estado de aglutinação, é possível compreender o motivo pela qual a ambiência espiritual construída em torno de si pelo espírito esteja na carne ou fora dela seja capaz de estabelecer essa atração ou repulsão.
Portanto, sendo conhecedor desses mecanismos de funcionamento, conquistados em razão do conhecimento e evolução já alcançados, pode o espírito, por meio de seu pensamento e vontade, erguer em torno de si, onde quer que se encontre, uma ambiência espiritual, capaz de preserva-lo das investidas ou ataques das energias deletérias incompatíveis e repulsivas, ou com as energias compatíveis, positivas e salutares, selecionadas em razão das semelhanças existentes.
Quando o espírito encarnado, médium ou tarefeiro, já inserido em qualquer atividade dentro da seara espírita, conseguir agregar os valores éticos – morais da justiça, do amor e da caridade, apregoados pela Doutrina Espírita, a esse acervo de conhecimentos acima expostos, automaticamente, sem ambiência vibratória eleva-se espiritualmente, ensejando esse intercâmbio espiritual, com os espíritos nobres, com os mentores e demais benfeitores espirituais, sem grande esforço ou dificuldades, permitindo, que nasça de sua conduta, uma semeadura profícua e edificante, onde frutos recolhidos atendam as necessidades daqueles que sofrem abastecendo-lhes as carências, esclarecendo as dúvidas e incertezas, alimentando a fé de quantos encontram-se vacilantes e acima de tudo, traçando diretrizes norteadoras das ações para o em, em razão da exemplificação que transparece, daquele que procurou elevar-se através do esforço pessoal, a fim de melhor servir ao Cristo de Deus, o amado Mestre Jesus, modelo e guia da Humanidade que transmita nas paisagens do planeta.

José Maria de Medeiros Souza, pelo Espírito Espírita, Jean – Marie Lachelier.

O MÉDIUM NA SOCIEDADE

O MÉDIUM NA SOCIEDADE
Não existe um padrão de comportamento, que deve ser adotado pelo médium nas relações estabelecidas em sociedade, como se fosse um “script”, do qual não pudesse arredar um passo, porque, as pessoas além de serem diferentes entre si, não estão todas no mesmo degrau de evolução e consciência, como também, uma conduta não pode ser imposta ao homem, como norma a ser adotada, se o indivíduo não possui interiormente, conteúdos culturais e educativos, capazes de fazê-lo entender, com meridiana clareza, que a conduta sugerida, é a mais conveniente, adequada, equânime e democrática para todos.
Entretanto, embora não seja de bom tom, exigir tal imposição, devendo existir prevalência do bom senso, convém recordar que mesmo respeitando-se o livre-arbítrio das pessoas, lia, de forma implícita, uma consciência ética espírita, calcada na ética cristã, que permite distinguir, um comportamento lícito de outro inadequado, que deve caracterizar o cidadão, independentemente das religiões ou do papel que ele ocupa dentro delas, apontando-o como um homem de bem, respeitador, bondoso, cumpridor de seus deveres, humanitário servidor como demonstrou ser o samaritano, dentre os personagens apresentados pela conhecida parábola contida nos ensinamentos do Cristo, que tornou-se sinônimo de bondade e misericórdia para com o semelhante.
Portanto, o médium na sociedade, deve procurar conduzir-se à altura da conduta que se aguarda de um cidadão de bem, cumpridor de seus deveres, respeitador das leis embora discorde de alguma delas, avesso a disputas, por privilégios de qualquer natureza, indene as concessões venais, sem fomentar escândalos ou dele aproveitar-se para ganhar notoriedade, não se permitindo prevaricar na honra ou na dignidade, em troca de pecúlio ou vantagens que propiciem adquiri-lo sem esforço e sem trabalho, comprometendo o caráter e a lisura da conduta.
O médium em família deve procurar viver integralmente, os postulados propostos pela Doutrina Espírita, sendo um bom pai e amigo para os seus filhos, educador convincente pelos exemplos que demonstra nas atitudes, e não pela teoria que defende compreensivo e franco, sempre disposto ao diálogo esclarecedor, mantendo-se disponível quando necessário; bom companheiro, respeitoso e dedicado, sensível e tolerante com as limitações e dificuldades do outro, sem cobranças e exigências além das possibilidades do outro, respeitando-lhe o espaço e a privacidade conforme deseja ser respeitado por sua vez.
Na condição de filho, deve honrar e dignificar os pais atento as necessidades que eles requerem, sem explorar-lhes o carinho e as finanças, ciente que o maior tesouro recebido dos pais, foi sem dúvida, a educação, o amparo e o amor, ofertado durante todo o transcorrer da existência, preparando-o para a vida e o mundo.
No entanto, o médium não deve ser visto com idolatria, como se fosse alguém já possuidor de virtuosos predicados, não tendo objetivos a alcançar em seu processo evolutivo, rumo ao aperfeiçoamento moral que todos os profitentes da Doutrina Espírita anelam, pois, elogios, louvaminhas e idolatria, são ações altamente prejudiciais ao médium espírita, visto que sem a ação dos espíritos em sua vida (questão 459 LE), o mesmo, pouco produz de si próprio, que traga um selo de garantia dando conta da autenticidade e valor de sua produção.
Para que isto suceda com edificantes ensinamentos, o médium deve ser alguém já evangelizado ou à caminho disso, com um histórico de desafios e dificuldades sem conta já superados com harmonia e serenidade, e cujo discurso teórico seja condizente com a sua prática habitual frente às adversidades, porquanto, em muitas oportunidades do cotidiano, a conduta do médium a serviço de Jesus na seara do bem, é o único evangelho que os demais leem, mostrando, como bem disse Paulo de Tarso: “uma nuvem de testemunhas te observam”.
Sem sombra de dúvidas, é muito difícil separar o médium do individuo enquanto na sociedade, embora todos saibam quão difícil é vencer as tendências trazidas do pretérito, quando já tem consciência delas em razão dos postulados espíritas.
Portanto, o médium espírita m sociedade, deve redobrar sua vigilância com respeito às próprias ações, porquanto, quanto mais destacado ele se encontre mais visível se torna, e sua responsabilidade ultrapassará os limites de sua individualidade alcançando outros segmentos em seu entorno.

José Maria de Medeiros Souza, pelo Espírito Espírita, Jean – Marie Lachelier.

ÉTICA MEDIÚNICA

ÉTICA MEDIÚNICA
O médium, para o bom exercício de sua atividade mediúnica, além do respeito que norteia os princípios preconizados pela Doutrina Espírita, tem o dever fundamental de agir dentro dos rígidos princípios éticos morais, que se encontram subentendidos nos propósitos do espiritismo, de contribuir para erguer moralmente a humanidade, conforme o recomendado na Introdução de “O Livro dos Espíritos”.
Essa ética mediúnica inicia, com a compreensão da parte do médium, que o intercâmbio é a penas o meio que os espíritos utilizam para alcançarem a humanidade, esclarecendo-a quanto à realidade do mundo espiritual; das verdades reveladas pelos espíritos de escol; da permanente ligação entre os dois mundos; da imortalidade da alma, que continua vivendo após a morte do corpo físico, conforme consta das comunicações dos diversos espíritos, que escreveram através das mãos de variados médiuns, que relataram suas experiências em diversos recantos do planeta, como se pode ler em grande número de livros que tratam do assunto, pormenorizadamente, recheados de nomes, datas, números e acontecimentos, que identificam os personagens ali retratados, comprovando a autenticidade do fenômeno, como também a veracidade das informações, que reforça a credibilidade do médium, e das comunicações por ele veiculadas.
Outro aspecto que se impõe quanto a ética mediúnica, é a honestidade ou discrição na questão referente à divulgação das informações recebidas pelo médium, porquanto, certas revelações de cunho pessoal  ou particular, que  nada acrescentam à coletividade por não contribuir com o progresso do homem, ao contrário, servindo-lhe apenas de motivação para discussões estéreis, divisionismos e cizânias, sem atentar para a recomendação do apostolo dos gentios, Paulo de Tarso, que refere-se em sua carta acerca da diversidade dos carismas, afirmando que o Senhor distribuiu todos esses dons para o que for útil, reforçando a questão da ética, como algo muito importante, tanto para o médium e sua credibilidade, quanto para o intercâmbio mediúnico e os frutos que por ele serão produzidos.
Além disso, nem toda revelação deve ser imediatamente divulgada, sem o critério do bom senso, sem o zelo do discernimento, sem a cautela do questionamento, sem as perquirições da lógica apara que se possa aferir sua veracidade, sem controvérsias ou refutações, lembrando a recomendação ponderada do Espírito Erasto que diz: “É preferível repelir dez verdades, a aceitar uma única teoria errônea”, o que demonstra o grau de ética e o zelo, que o médium deve dedicar a atividade mediúnica.
Outro dado importante para ser assinalado, em relação ao intercâmbio mediúnico e a ética, diz respeito a participação dos espíritos que se acham em dimensão superior, e, a filtragem da mensagem realizada pelo médium, nessa parceria que deve ser de confiança mútua, e que no entanto, tem revelado ao longo dos tempos, que o lado mais frágil dessa parceria é a participação do médium, ainda assoberbado pelas próprias fraquezas e imperfeições, com suas idiossincrasias, apesar dos conhecimentos que possui, deixando-se contaminar pelas concessões mundanas, que irão refletir-se na tarefa, sem atentar para a recomendação de Allan Kardec, exarada no Livro dos Médiuns, quando esclarece: “Médium bom, não é aquele possuidor de mediunidade mais ostensiva, e sim, aquele que foi menos enganado”, o que demonstra a perfeita sintonia entre o codificador, com esta recomendação, e o pensamento do Espírito Erasto com sua afirmativa exposta linhas atrás.
Assim, a questão da ética mediúnica, é de fundamental importância para o médium, porquanto, não é a mediunidade que garante respeito e credibilidade ao médium, é a lisura, o zelo, o critério e a fidelidade doutrinária com que se conduz o médium, que lhe distingue as atividades.
O que de certa forma, vem reforçar as diretrizes da Doutrina Espírita, acerca da fonte onde procede as revelações, muito bem sedimentadas no Evangelho de Jesus, como pode ser constatado em João: Quando diz: “Ouvi todos os espíritos, mas, verificai se eles vem de Deus”, mostrando a realidade da existência efetiva, no mundo espiritual, de “falsos Cristos e falsos profetas” que não estão a serviço do bem e do Amor que promana do Criador, mas encontram-se a serviço de interesses obscuros ou menos dignos, portanto, em relação à ética mediúnica, é sempre oportuno ter prudência, cautela, zelo e fidelidade doutrinária para superar os naturais escolhos da mediunidade.

José Maria de Medeiros Souza, pelo Espírito Espírita, Jean – Marie Lachelier.

CONDUTA DO MÉDIUM

CONDUTA DO MÉDIUM
Em toda a extensão e permanência do fenômeno mediúnico, o que vigora sedimentado é o pensamento do médium, como também o do espírito, porquanto é através do pensamento que tais ligações são estabelecidas, com a finalidade de se produzir a comunicação, que deverá ocorrer na melhor sintonia possível, onde o médium reproduzirá com suas palavras, com absoluta fidelidade, a ideia que o comunicante deseja expressar, para ganhar a confiança do espírito, sem interpolações ou deduções outras, pois, o que não for da compreensão do médium no conteúdo da comunicação, se-lo-á por aquele a quem o espírito comunicante deseja dirigir-se.
Dentre vários procedimentos e cuidados, que o médium deve adotar na própria conduta, encontra-se o pensamento, que deve situar-se em total passividade, mantendo-se em absoluta neutralidade, para que o conhecimento e a consciência do médium, favoreçam ao espírito comunicante, possibilitando-lhe, escolher dentro do cabedal adquirido pelo médium, a ideia, a frase e as palavras, que melhor retratem o que o espírito deseja expressar, sem interferências ou acréscimos de qualquer teor, capaz de adulterar, mesmo inconscientemente, a mensagem em questão.
Outro procedimento recomendável na conduta do médium, é a adoção de férrea disciplina em tudo que diz respeito ao intercâmbio mediúnico, que inclui, necessariamente a pontualidade para o início das atividades, posto que, os espíritos nobres possuem muitas tarefas a realizar, e o tempo que dispõem para isso, deve, ser rigorosamente aproveitado para o que seja útil, ajuntem-se também a isso, o fator da assiduidade do médium, que não deve faltar à tarefa, sem respeito ao compromisso assumido ante os espíritos, sejam benfeitores ou assistidos, encarnados ou desencarnados, pois, tanto o descaso quanto a invigilância do médium, prejudicam mais profundamente a ele próprio, visto que os espíritos superiores possuem outros recursos e mecanismos na esfera espiritual, para atender os necessitados de qualquer natureza, à revelia do médium faltoso, que assim agindo, assinala mais um débito na Contabilidade de sua economia moral.
Outro ponto que merece ser destacado na conduta do médium, como procedimento indispensável para o bom andamento da tarefa, é a recomendação proposta pelo Espiritismo, sintetizada assim: “Amai-vos e instruí-vos”, entendendo que amar se expressa na dedicação, no zelo e no respeito com que se realiza a tarefa, pois a dedicação e o zelo demonstram o carinho, o desvelo, o interesse e o propósito nobre que aciona a conduta do médium, levando-o a atender o compromisso com a boa vontade e devotamento, superando os habituais imprevistos para que o trabalho não sofra interrupções prejudiciais, cuja importância não se pode avaliar, daí, conclui-se que o respeito também é fundamental, porque além da participação do médium, outros membros da equipe também estão envolvidos, nas duas dimensões, espiritual e material, onde a vida se expressa em incalculáveis variações.
Quanto ao “instruí-vos”, é imprescindível que o médium esteja em constante aprendizado, através de leituras edificantes, de participar dos grupos d estudos e das palestras e seminários, aumentando seus conhecimentos específicos acerca da mediunidade, reciclando as informações e adquirindo mais experiência, para melhor desempenho da tarefa, visto que, a Lei do Progresso é inestancável, donde se deduz que tudo progride no exercício do intercambio mediúnico, cujos primórdios se deu através das pancadas nas paredes da casa da Família Fox, provocadas pelo espírito de Charles Rosma, seguiu-se as manifestações das mesas girantes nos salões parisienses, passando pela escrita de bico de pena e pelos lápis adaptados a uma cesta ou outro objeto qualquer, retratando o progresso realizado, com a contribuição de médiuns pesquisadores, de estudiosos e pesquisadores em geral, cujo interesse não estacionava simplesmente no fenômeno em si, porém, buscava devassar as razões objetivas e os propósitos específicos que estavam por detrás daquelas manifestações, com a finalidade de descobrir qual verdade estava embutida naquelas revelações e, se era possível ao homem  alcançá-la .
Por isso, o estudo ininterrupto é um procedimento inadiável ao médium, enriquecendo lhe os potenciais, para melhor desincumbência de suas tarefas, enquanto, se aguarda que outras conquistas venham juntar-se ao conhecimento que já foi adquirido.

José Maria de Medeiros Souza, pelo Espírito Espírita, Jean – Marie Lachelier.

TAREFAS MEDIÚNICAS

TAREFAS MEDIÚNICAS
Durante muito tempo no meio espírita, predominou a ideia, de que o intercâmbio mediúnico para ser considerado realmente autêntico, havia a necessidade de que o mesmo fosse ostensivo ou sem controle por parte do médium, demonstrando dessa forma a sua veracidade e espontaneidade.
Era natural que assim ocorresse, visto que os primeiros núcleos espirituais, em sua grande maioria, haviam nascido nas residências familiares, quase sempre em torno de um médium de potenciais mediúnicos muito acentuados, com uma mediunidade espontânea inconsciente ou de efeitos físicos voltados à cura, ou para a mediunidade receitista que permitisse a melhora e até a cura das enfermidades, demonstrando a lisura do fenômeno, afastando as fraudes possíveis, despertando a crença nas pessoas, em razão dos resultados alcançados.
Posteriormente, os próprios guias e benfeitores que se manifestavam, foram traçando diretrizes para o trabalho mediúnico, com normas que deveriam ser obedecidas, recomendando o estudo das obras existentes, como a Codificação Kardequiana e outras complementares, que elucidassem as dúvidas presentes, mostrassem coerência nas explicações dos fenômenos e, de maneira lógica e racional, o estudo da Doutrina Espírita pouco a pouco foi sendo introduzido nos agrupamentos espíritas substituindo as manifestações ostensivas que causavam impacto para promover o despertamento do indivíduo, e a palavra final do Guia encerrando os trabalhos, que nem sempre contava com recursos dos médiuns, dotados de poucos estudos, para se fazer melhor compreendido nas orientações ditadas, foi sendo substituída pelos estudos, feitos em pequenos grupos ou nas reuniões públicas, com grande proveito para os adeptos e assistidos de modo geral, ficando para o Guia ou Mentor espiritual, a palavra de consolo, a frase estimulante e motivadora para a tarefa, ou, a orientação individual para aqueles que carregam dúvidas de qual trabalho abraçar, ou, aos que se acham em dolorosa quadra da existência terrena, sofrendo enfermidades físicas, desencontros afetivos ou transtornos psíquicos de qualquer natureza, que necessite de uma atenção particular do Benfeitor ou Guia, para retornar a normalidade ou retomar as rédeas da própria vida, com o equilíbrio e harmonia de volta.
Ante o exposto, percebe-se com meridiana clareza, a expansão das tarefas mediúnicas, desdobradas pelo estudo da mediunidade, feitos em grupos pequenos ou salas de aula, além das tarefas do atendimento fraterno, onde após o desabafo das dúvidas e incertezas, que provocam dores e aflições, o assistido é encaminhado para um tratamento com os recursos que a Doutrina Espírita oferece, seja a terapia da magnetização pela imposição das mãos, seja a balsamização fluídica das águas, com a adição de remédios pela equipe espiritual, ou seja, pela terapêutica desobssessiva, onde além dos recursos citados, acontece a terapia da palavra de consolo, ânimo e esclarecimento, capazes de provocar uma catarse no espírito sofredor, liberando ambos, algoz e vítima, enredados pelos laços de amor e ódio do passado, que não foi devidamente equacionado no passado, resultando nas ligações constrangedoras obsessivas do presente, impedindo o progresso evolutivo rumo ao porvir.

Todas estas tarefas mediúnicas, desde a recepção aos assistidos com a distribuição de uma mensagem de esperança à porta do Núcleo Espírita, passando pelo atendimento fraterno, os passes e a fluidificação das águas, os grupos de estudos da Doutrina, as escolas de evangelho para crianças e adultos, as terapias desobssessivas a palestra pública, as vibrações para os enfermos do corpo e da alma, o incentivo para o estudo do evangelho no lar e outras atividades congêneres, precisam ser bem estruturadas, para que as casas espíritas ofereçam este tipo de atendimento a todos os que batem a porta, visto que, as dores e aflições do mundo, mostram uma sociedade cada vez mais desestruturada e sem rumo, com seus problemas e adversidades cada vez mais acentuados, sem saber a quem buscar, e, é um grande desafio os grupos Espíritas, cujas diretrizes encontram-se alicerçadas no Evangelho de Jesus, porém, possuidor de um conhecimento de relevância fundamental, que é a consciência, dos esclarecimentos adquiridos; das consolações possíveis; das possibilidades e dos recursos que o Espiritismo oferece e, dos potenciais mediúnicos hauridos nas tarefas, onde os resultados obtidos falam por si.

As tarefas mediúnicas realizadas com propósitos nobres, são sempre amparadas pelos Nobres Espíritos que compõem a ambiência espiritual de uma Casa Espírita, e objetivam, precipuamente, fornecer mecanismos ao médium, para que ele inicie sua transformação moral, preparando-o para maiores responsabilidades.

José Maria de Medeiros Souza, pelo Espírito Espírita, Jean – Marie Lachelier.