Arquivo da categoria: Espírita Amigo

Associada ao conjunto de posts importados do blog homônimo

O EXERCÍCIO DA CARIDADE

Quando Allan Kardec indagava das Entidades Venerandas, responsáveis pelas extraordinárias lições contidas no Pentateuco Kardequiano, “Qual o conceito de caridade conforme a entendia Jesus? E, os nobres enviados redarguiram com justa propriedade, respondendo: “Abnegação para com todos e perdão das faltas alheias”, o que, de certa maneira nos permite tecer alguns modestos apontamentos, acerca da caridade, sem a pretensão de esgotar apaixonante assunto, posto que, a caridade, como bandeira da Doutrina espírita, é condição “sine qua non” para lograr-se a salvação.
Na resposta dos Amigos Espirituais, observa-se que a Caridade, alimenta concretamente, a aplicação de duas virtudes por excelência, a saber: Abnegação e perdão, se exercitadas para com todos, alcança, invariavelmente, até aos criminosos, conforme o Evangelho Segundo o Espiritismo, quando se refere à caridade para com os criminosos.
Quanto ao perdão das faltas alheias, percebe-se claramente que não há nenhuma regra condicionante para haver perdão das faltas, assim como também não há, pesos ou medidas diferentes na graduação das faltas, o que subentende, que se deve perdoar ao faltoso, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, até que o indivíduo em situação de aprendizado se haja conscientizado da lição, a partir da qual, não mais errará.
Além disso, segundo a Doutrina Espírita, existe acentuada distinção quanto a prática da caridade, posto que ela pode ser caridade moral ou caridade material, segundo as circunstâncias em que se apresentam, porém, em ambas, é imprescindível a presença da abnegação tanto quanto do perdão, e, não é sem razão, que o Evangelista João ao discorrer sobre a  caridade fala acerca da sede, da fome, das vestes, da enfermidade, da hospedagem, etc… denotando o amparo material, enquanto Paulo de Tarso, o apóstolo dos gentios, aborda com clareza ao dizer que, mesmo que falasse a linguagem dos anjos, mesmo que conhecesse todas as profecias, ou desse como sacrifício o corpo para ser queimado vivo ou distribuísse toda a sua fortuna, se não tivesse caridade de nada adiantaria tudo isso.
Nesses casos, como entender o real valor da Caridade no sentido mais abrangente, e qual a recompensa que aguarda àqueles que praticam-na, de acordo com o que foi exposto até o presente momento?
Com absoluta certeza, somente seremos capazes de entender o exercício da caridade, quando nos conscientizarmos do papel que a ela está reservado, de acordo com o Espiritismo quando esclarece: “Fora da caridade não há salvação”.
É interessante observar que a “salvação” encontra-se condicionada ao exercício ou prática da caridade, e esta, por sua vez, encontra-se plenamente inserida nas ações da abnegação e do perdão, sustentando em todos, a esperança de conquistar tal recompensa, de valor incomensurável e que acha-se ao alcance de nossas mãos.
Portanto, devemos aproveitar toda oportunidade que surja, para darmos de beber a quem tem sede, de comer aos que tem fome, vestir os nus e hospedar quem encontra-se ao desabrigo, compreendendo que todo o saber do mundo, o conhecimento dos mistérios, as interpretações filosóficas de qualquer natureza, uma vultuosa riqueza distribuída e tudo o mais que se possa produzir, se não contar com a caridade, nada disso terá serventia, posto que a caridade não se ensoberbece, não pensa mal e procura sempre realizar o interesse alheio, em detrimento do próprio interesse, a ponto de cotejar a fé, a esperança e  caridade, dentre elas a mais importante é a caridade.
Por isso, que o exercício da caridade é tão importante, e todo aquele que a pratica, segundo a conceituação espírita, é um sério candidato à própria salvação, posto que, através destes exercícios, conquistamos virtudes, vencemos as imperfeições que trouxemos de outras jornadas, e nos capacitamos a erguer o céu de nossa salvação.
Ao fazer isto, de maneira prestativa e abnegada, estamos adquirindo o passaporte que nos guardará a nossa almejada paz.

Inocência da Caridade

APRIMORAMENTO DO ESPÍRITO

Mergulhado tal qual se encontra, na imensa caudal das aflições e tormentos da existência na Terra, o homem demora-se atendendo às exigências habituais da matéria, priorizando as necessidades transitórias que repletam o cotidiano, sem despertar para a realidade do ser espiritual, que em essência procede da Divindade, estagia e desenvolve-se em íntima ligação com as vibrações da matéria planetária, para poder evoluir rumo a patamares mais altos de lucidez e consciência em sua jornada de espírito imortal.

Envolvido pelos naturais apelos da carne, que vão dos prazeres da mesa, dos gozos fugazes das paixões aliciadoras e das sensações subalternas, até alcançar o embotamento dos sentidos, ao desencadeamento de delitos e os tormentos das obsessões, portadoras de graves chagas morais, sem perceber as armadilhas, que ele próprio constrói em razão do comportamento adotado, descurando-se do aprimoramento do espírito, que empreende a sua marcha evolutiva, através da vivência e cultivo de qualidades e virtudes perenes, que são estimuladas pelo exercício da boa convivência como a fraternidade, a solidariedade, o companheirismo, a amizade e a compreensão, que fortalecem o indivíduo na profilaxia frente aos preconceitos, à solidão e à intolerância.

Profundamente perdido no emaranhado de suas próprias fraquezas, sem resistências morais para vencer as tentações viciosas, muitas das quais ele ainda se entrega prazerosamente, sem refletir ou analisar as consequências que certamente chegarão, mais cedo ou mais tarde, exigindo, de maneira impostergável, a reparação ou, ressarcimento, porquanto, ninguém corrompe a si mesmo ou, aos dons herdados da divindade, sem que seja chamado para a inevitável prestação de contas; este indivíduo, ignorante das Leis Divinas não percebe a presença do Pai Criador, a Causa primeira de todas as coisas, nos mais diversos e insignificantes acontecimentos da existência, convidando-o ao entendimento das finalidades superiores da presença do homem nas paisagens terrenas, onde há um importante papel que lhe cabe ocupar, como cocriador em plano menor, no progresso e aperfeiçoamento aonde foi colocado a servir.

Faz-se mister que o indivíduo se desenvolva moralmente, cultivando uma sensibilidade de natureza superior, para poder captar os inúmeros convites que cruzam o seu caminho, oferecendo oportunidades de retificação de roteiros equivocados, por outros mais seguros, harmoniosos e benéficos.

Para que isto torne-se uma realidade na existência do indivíduo, é de bom alvitre a manutenção de pensamentos nobres e generosos através do saudável hábito da oração; arejar a mente com leituras esclarecedoras e edificantes, mantendo o cérebro constantemente alimentado, pelas lições enviadas por meio de mensagens dos Benfeitores Espirituais; educar a própria percepção e análise dos acontecimentos que ocorrem aos seu redor, procurando extrair as lições positivas e produtivas, sem revoltas inconsequentes ou críticas ácidas, mesmo frente aos fracassos e decepções.

Jesus, o suave rabi Galileu, que se colocou como o caminho da verdade para se alcançar a verdadeira vida, convida constantemente todos aqueles que se identificam com os seus preceitos, e, ainda aguarda respostas de muitos dos que se dizem seus discípulos, porém, ainda não se dispuseram a buscá-Lo.

Por tudo isso, as palavras de Lucas. 14-10, que estabelece: “Mas, quando fores convidado, vai”, reveste-se de uma significativa atualidade, relembrando para cada um a forma como Jesus envia os seus convites, que atinge a todos, sem exceção.

Portanto, não recalcitres aguardando o aguilhão da dor, quando podes caminhar ao encontro de Jesus, espontaneamente, embalado pelo amoroso cântico do convite, e participar das benesses que promanam do Reino de Deus para todos aqueles que por muito amarem-se, candidatam-se ao posto de discípulos fiéis de sua mensagem.

Vai, segue no teu propósito de iluminação para aprimoramento do espírito, buscando maior identificação com os postulados da ética do Cristo, entendendo que sua proposta renovadora tem uma finalidade iluminativa, que alcança os corações daqueles que possuem em si, em estado de latência, os conteúdos evangélicos necessários para transformar a humanidade inteira, iniciando pela transformação individual do ser.

Vai, portanto, ascende rumo aos novos degraus da evolução, iluminando-te, e deixando atrás de ti, esparsas luzes de claridade espirituais, que possa servir de roteiro para aqueles que se encontram na retaguarda de teus passos.

Albino da Santa Cruz

OS TESTEMUNHOS MORAIS

“Se tu me amas” disse Jesus ao discípulo ansioso, que aguardava alguma recomendação para servir-lhe de roteiro iluminativo, quando em continuidade à preleção esclarecedora o Mestre Galileu conclui: “Renuncia a ti mesmo. Tome a tua cruz e siga-me”.

Neste diálogo pequenino, porém, profundamente ilustrativo quanto aos desdobramentos porvindouros que aguarda todos quantos se dispõem a seguir o Mestre Jesus, pode se prever de maneira inequívoca os graves testemunhos morais que repletam a jornada existencial dos seareiros do bem.

Seguir a Jesus, sem dúvida alguma, requisita muito amor, tendo em vista a necessidade que o indivíduo tem de doar-se constantemente, colocando-se disponível para a execução de qualquer tarefa, em momentos de graves ocorrências familiares, com prejuízo do seu próprio bem-estar, para atender muitas vezes pessoas estranhas e ingratas, cujas necessidades são as mesmas que eles próprios possuem e não são atendidas.

Demonstrar amor pelo próximo, em condições tão adversas como as expostas acima, é o que aguarda todos quantos almejam seguir Jesus, visto que não é fácil amar com tanto desprendimento sem que haja uma grande dose de renúncia, a fim de levar a bom termo a tarefa que foi designada de sua responsabilidade, e que precisa ser desempenhada com presteza, pois o amparo ao semelhante em nome de Jesus, não pode sofrer atraso, sob pena de não ter mais serventia ou utilidade.

Pode-se pois, deduzir-se do texto inicial, conforme fica evidenciado, que as palavras de Jesus são proféticas quanto aos eventos que se sucederão, posto que, embora a distância que separa aqueles dias do Evangelho nascente, até os dias de agora, o homem, enquanto espírito imortal, pouco tem avançado no que respeita aos seus sentimentos e emoções, ainda tão próximos do primitivismo e da animalidade.

A ingratidão ainda é um sentimento muito comum entre as criaturas, mesmo quando estão sendo beneficiadas, não somente entre estranhos como também entre familiares, que supostamente deveriam cultivar afeição e amorosidade entre seus membros, e no entanto, não é isso o que se vê, posto que, frequentemente, o noticiário revela os crimes cometidos por pais, filhos e demais parentes, mostrando a ausência de bons sentimentos entre eles, notadamente, quando existe valores amoedados ou bens de qualquer espécie, gerando os conflitos que deságuam em trágicos desfechos, dando conta da miséria moral em que o homem ainda se encontra acorrentado, mesmo com o conhecimento que já possui.

Portanto, Jesus ao recomendar que cada um tomasse a própria cruz e o seguisse, está convidando as criaturas a viverem suas vidas conforme elas se apresentam, com dificuldades, aflições, fracassos, frustrações, doenças graves e transtornos mentais e emocionais, sem no entanto deixar de segui-lo, confiantes nas lições do Evangelho, solidário ante o sofrimento do próximo, prestativo no exercício da caridade, pacificado no próprio coração em razão do dever retamente cumprido, além de paciente ante as cobranças que lhes são feitas, tolerantes para com as fraquezas alheias, sem aderir as licenças morais tão em voga em alguns círculos sociais, sem contaminar-se com alguns costumes que se tornaram hábitos, porém, nem por isso deixaram de ser lícitos.

Com certeza a lista de tentações é imensa, exigindo muita firmeza nas atitudes e convicção nos ideais, daquele que se inscreve como, seareiro do Cristo, posto que, naturalmente todos trazemos estas imperfeições do nosso passado, e em razão da benção do esquecimento pela reencarnação, desconhecemos se somos ou não vulneráveis a tais fraquezas, necessitando defrontarmos com todas elas, para poder vence-las, amparados pelos conhecimentos que já possuímos, e assim, escolher com mais critério e bom senso, um caminho mais consentâneo com a Ética Cristã conforme a Doutrina Espírita nos apresenta.

É neste ponto, que o trabalhador do bem, servidor da Seara do Mestre, demonstra o nível de consciência já conquistada, capacitado que se encontra para vencer as próprias imperfeições, testemunhando com coragem e resignação frente as provações dilacerantes que lhe alcançam, sem perder a fé e a esperança no porvir, porque tem confiança em Deus, no Seu amor e na sua misericórdia para com todos os seus filhos, sem exceção.

Albino da Santa Cruz

VENCENDO AS TENTAÇÕES

Toda jornada existencial na Terra se apresenta ao espírito, como um grande desafio a ser vencido, não apenas em decorrência dos débitos que o mesmo possui e necessitam ser ressarcidos consentâneos com as Leis Superiores da Vida, porém, como uma forma ao alcance de seu entendimento, para que ele supere suas imperfeições, vícios e fraquezas, disciplinando os impulsos em desalinho, afim de lograr harmonia e equilíbrio em suas atitudes, como um meio que lhe faculta alcançar uma relativa paz intima e por consequência uma possibilidade de construir a própria felicidade, apesar das adversidades naturais presentes em seu caminho.

Portanto, uma existência terrena possibilita educar as muitas fraquezas morais que o indivíduo ainda carrega, iniciando-se pela conscientização de uma maior confiança em Deus, despertando o sentimento de religiosidade independente da crença que se cultiva, para melhor compreender que as dores aflitivas, os testemunhos sofridos, as decepções e fracassos recolhidos, independem de sua vontade, porquanto acontecem à revelia de seu comando, mostrando que desígnios mais poderosos, inexoravelmente, frustrara os seus propósitos e objetivos. Daí conclui-se que a fatalidade, o destino ou a má sorte, ou ainda, quem sabe, Deus está dispondo os eventos de outra maneira, contrariando seus desejos.

Em seguida, a questão dos sentimentos surge em relação ao próximo, adquirindo uma conotação preponderante nos relacionamentos, sejam afetivos, familiares, profissionais ou de outra natureza qualquer, requisitando uma convivência harmônica e equilibrada, alicerçada no tratamento respeitoso, sem menosprezo ou preconceito, distante da falsa ideia que somos melhores, esquecidos que fomos criados simples e ignorantes conforme esclarece a Doutrina Espírita, sem o direito de merecer ou cobrar regalias e privilégios de parte dos Benfeitores Espirituais, porquanto, “ser bom” não é pré-requisito para merecer destaque algum. Basta ficar atento as palavras do Mestre Galileu quando disse: “Porque me chamais de bom. Bom é o nosso Pai que está no céu”, para diminuir as nossas exigências e retificar a ideia equivocada que cultivávamos.

Na sequência disso, outro aspecto que deve merecer uma atenção especial de nossa parte, é a que diz respeito às fraquezas morais, que denominamos de vícios, pontos de vistas, hábitos sociais ou questão de honra ou escrúpulo pessoal, que muitas vezes, justificamos levianamente, com a surrada desculpa de que “todo mundo faz”, portanto, se todo mundo faz, por que eu também não posso fazer?

É preciso esclarecer que esta ideia, muito disseminada, esconde uma monumental armadilha moral, que colocada diante de mentes ingênuas e sem noção de ética e justiça já consolidadas pela boa educação, leva o incauto a fragorosas derrocadas na área da conduta, com evidentes sinais de decadência moral, distante ainda, das lições de Paulo de Tarso, fiel seguidor de Jesus, quando estabeleceu como roteiro comportamental aos discípulos: “Tudo me é lícito, porém, nem tudo me convém”.

Portanto, vencer os nossos vícios e fraquezas, tanto os de caráter individual como o tabagismo, os alcoólicos, a gula, o sexo em desregramento, quanto os que implicam em prejuízos para terceiros, como a maledicência, a calúnia, os furtos e golpes contra a economia popular, a adulteração de dados e estatísticas para usufruir privilégios, a prevaricação ou malversação do erário público e outras graves distorções de conduta, notadamente quando o infrator se beneficia impunemente, fazendo com que os prejudicados percam a confiança na justiça humana, e também percam a fé e a esperança na justiça de Deus.

Por isso, a existência na Terra, é sempre um grande desafio, posto que somos, naturalmente encaminhados para os locais onde seremos submetidos às tentações, nas fraquezas e imperfeições que ainda possuímos, para que na presença delas, sejamos capazes de superar as nossas dificuldades íntimas de vence-las, vencendo em nós mesmos, os impulsos que nos impelem para esses arrastamentos, a fim de vencermos o mundo, o nosso mundo interior, que somente nós o conhecemos.

Albino da Santa Cruz

CONVICÇÃO E PERSEVERANÇA

Não relutes em vos entregar docilmente à sublime tarefa de servidor de Jesus, esquecendo-se completamente de si mesmo, posto que “o maior no Reino dos Céus é todo aquele que se fizer menor e servidor de todos”.

Essa conduta de tanto devotamento, só se adquire quando se logra alcançar uma total confiança em Deus, a ponto de entregar-se espontânea e voluntariamente, sem receio dos aguilhões, que certamente vos alcançarão, porquanto, ninguém encontra-se reencarnado na Terra em viagem de férias ou, descomprometido da própria evolução.

Por tudo isso, deveis entregar de bom grado o próprio corpo para o intercambio mediúnico com convicção e perseverança, ciente que semelhante dedicação ser-lhe-á creditada ante a Espiritualidade, que pouco a pouco vai tornando-o mais sensível ao sofrimento do semelhante, confiante, que os petardos vibratórios das cargas deletérias de energias enfermiças dos irmãos em inenarráveis sofrimentos, tido como algozes ou obsessores daqueles que se encontram à serviço do bem, certamente não farão mal algum ao corpo físico dos medianeiros, pelo contrário os choques vibratórios servirão para criar uma couraça de fé, como se fosse um escudo protetor, evitando futuras investidas obsessivas.

Portanto, mantenha sempre uma grande confiança em Deus Pai, que através dos seus enviados, os Emissários do Amor, como vigilantes em constante alerta, sempre estarão a postos a fim de que o servidor quando se encontrar em tarefa, não se torne alvo fácil das investidas daqueles que ainda se comprazem no mal.

Não temais em momento algum tais investidas, pois, embora aparentemente vencedor, o mal só persiste, enquanto o bem estiver ausente.

Por isso que o Evangelho relata, que “só lobos caem em armadilhas de lobos”, mostrando que aqueles que servem ao Cristo estão fora do alcance daqueles que lhes desejam fazer o mal.

Muita perseverança e fé para continuar nesta jornada de auto iluminação, porquanto, aqueles que persistirem em serviço, atendendo aos irmãos mais necessitados, recebem dos Mestres Espirituais o necessário amparo quando este se fizer mais premente.

Deve calar fundo no coração de cada um, que “quando fizerdes a um dos irmãos mais pequeninos é a mim mesmo que fazeis”, conforme asseverou Jesus em suas primorosas lições.

Continuai, filhos da alma, pois, a tarefa está posta diante de cada um, e é prerrogativa do servidor aceita-la ou não, de acordo com o livre-arbítrio pessoal, no entanto, é bom recordar, que aquele que aceita confiante e convicto do que esta fazendo, a recompensa virá da parte de Deus, que não abandona a nenhum dos seus filhos.

Albino da Santa Cruz

AUTO-ENCONTRO

Na recomendação “Homem! Conhece-te a ti mesmo”, encontra-se um fundamental desafio, que bem compreendido, pode levar o individuo a um profícuo auto encontro, capaz de desencadear um profundo e salutar processo de transformação moral, abrindo espaço para a internalização de novos paradigmas, mais profícuos e afinizados com os ensinamentos do Cristo, que a Doutrina Espírita propõe como filosofia de vida.

Conhecer-se a si mesmo, pressupõe a descoberta pelo indivíduo, de uma área de conhecimento neutra, onde a reflexão pode trabalhar com tranquilidade, a coerência existente entre o discurso idealizado pelo pensamento, e a práxis efetiva das atitudes adotadas, principalmente, quando se faz presente, as situações perturbadoras e adversas do cotidiano, exigindo respostas de acurado bom senso, para o bom andamento da jornada.

O processo de auto conhecer-se levado a efeito pelo indivíduo, requisita-lhe saber a natureza dos seus pensamentos; a origem dos quais procedem; a intencionalidade que eles carregam e a carga vibratória que eles conduzem, a fim de que se torne mais fácil doma-los; substituí-los, ou conviver com os mesmos, enquanto se aguarda o momento oportuno para mudá-los, sem traumas ou sofrimentos de qualquer espécie.

Entretanto, para que tal suceda, com amplas possibilidades de sucesso, algumas informações básicas precisam ser analisadas com zeloso empenho e objetivo, bem delineados, onde fique bem claro se seus pensamentos são naturalmente otimistas e confiantes, ou pessimistas e vacilantes; eles tem origem em cultura acadêmica adquirida ou são frutos de uma educação contraditória que ora sufocava, ora liberava sem limites e regras, ou resultam de experiências pessoais frustradas e geradora de conflitos íntimos; e, finalmente, seus pensamentos sempre tem componentes de intencionalidade, a procura de bênçãos generosas a favor de terceiros, ou buscam armadilhas de sedução para extrair o que seja possível, um proveito próprio, sem importar-se com os desdobramentos maléficos que possam resultar.

Além disso, é preciso levar em consideração, se os estudos realizados, a cultura adquirida e os hábitos familiares recebidos, cultivaram alguma crença religiosa ou professavam alguma fé, que pudesse sedimentar valores nobres como ética, moral, retidão, caráter e senso de justiça, posto que estes valores costumam funcionar como balizes demarcatórias de uma suposta fronteira, a partir da qual não se pode avançar, sem invadir o direito e a privacidade do outro.

Certamente esta abordagem, não alcança o universo da mente e dos pensamentos do espírito imortal, momentaneamente vestido da indumentária carnal, para mais uma vivência existencial das muitas que já experimentou em seu processo evolutivo, através de eras pretéritas, no entanto, pode ser muito útil como ponto de partida, para uma viagem interior, bonançosa e palpitante, onde os mistérios e traumas podem vir a ser desvendados, agora iluminados pelo archote do conhecimento espírita, revelador da alma humana portadora de conquistas inalienáveis, embora carregue em sua bagagem um enorme acervo de fracassos, que funcionaram através do tempo, como invisível e silencioso método pedagógico, educando incansavelmente através das tentativas empreendidas, dos erros, dos acertos, das retificações de roteiros demais reprogramações de objetivos, tudo em vista que o progresso é uma lei inexorável, impulsionando o indivíduo às mais superlativas das conquistas, que é a conquista do seu mundo íntimo, onde Deus habita, como podemos deduzir das palavras de Jesus: “o Reino de deus está dentro de vós”.

Portanto, conhecer a si mesmo, é uma meta impostergável para todos aqueles que aspiram realizar esse auto encontro, com a possibilidade desse conhecimento feliz, ser o elemento motivador da descoberta desse Deus interno, propiciador dessa sintonia com Deus Cósmico, Criador de todas as coisas, e Supremo Arquiteto do Universo.

Albino da Santa Cruz

OS CRAVOS DA IMCOMPREENSÃO

Jamais revides as ofensa e calúnias recebidas, parta de onde partir, mesmo que reconheças o autor, posto que o revide, encarcera ambos na mesma onda vibratória de antagonismo, dificultando ainda mais, as possibilidades de um saudável entendimento, pré-requisito para uma reconciliação.

Quem ofende ou calunia, provavelmente encontra-se enfermo na área dos sentimentos nobres, tendo mais necessidade de oração, conforme receita Jesus quando recomenda: “orai pelos que vos perseguem e caluniam…” adotando uma conduta amistosa e compreensiva, demonstrando assim, que já consegue interiorizar os ensinamentos de Jesus em teu cotidiano, enquanto o ofensor ainda encontra-se enredado numa semeadura infeliz, de cuja colheita atormentadora não logrará escapar.

Não te queixes e nem divulgues qualquer difamação ou injúria sofrida, requisitando apoio e consideração dos amigos em redor de ti, como se fosses inocente vítima da maldade alheia, silencie os teus queixumes e permanece fiel e compenetrado das responsabilidades que te cabem, pois o trabalho é uma excelente laborterapia, ensinando o indivíduo a buscar em si mesmo, os mecanismos capazes de libertá-lo das exigências do “ego”, a fim de reconquistar a harmonia íntima, o equilíbrio das emoções e a paz no coração.

Jesus usava constantemente a paz, como saudação inicial quando cumprimentava a todos, indistintamente, dizendo: “A minha paz eu vos dou…”, evidenciando a necessidade de construirmos em nós, essa tão almejada paz, que ainda temos dificuldades em edificar dentro de todos nós.

Arquive as injúrias e calúnias no cofre do esquecimento, como se fosse um depósito que estivesse fazendo numa poupança, no banco da Divina Providência, para que no momento oportuno, pudesses contar com algum crédito, afim de usa-los nas situações difíceis da vida.

O mal maior que pode nos suceder, não é sermos vítimas de ofensas ou calúnias de qualquer espécie, posto que tal ocorrência pode ser herança de nossas ações do passado; o que é profundamente letal para a criatura é ser a causa do mal, em qualquer nível em que se expresse, posto que nos torna maus.

Caso encontres dificuldades, para silenciar as batidas descompassadas do coração, que se movimenta aceleradamente no peito, em razão destas mágoas, não hesite e entregue-as ao zeloso senhor chamado Tempo, que detém o poder de apagar de nossos registros íntimos, quaisquer vestígios de feridas ou cicatrizes, que teimam em permanecer sinalizando as marcas dos cravos da incompreensão, cujos vestígios pretendes esquecer.

Sendo assim, trabalhe os conhecimentos que já deténs, utilizando-os como ponto de partida para as tuas reflexões, entendendo que quanto mais conhecimentos possuis, mais instrumentos capazes de superar tais conflitos estão disponíveis para teu uso e benefício.
Além disso, quando tomas a iniciativa de manter o propósito de não revidar, certamente receberás dos Amigos da Vida Maior, uma ampla assistência espiritual secundando os teus esforços, o que fatalmente irá conduzi-lo ao saudável sucesso dessa empreitada.

Persevere com determinação nesta elevada sintonia espiritual, domando as más inclinações íntimas, de teor negativo, anulando o perfil de vítima, inofensiva e indefesa, posto que o espírita, é reconhecido naturalmente, pelo esforço que ele empreende para ser hoje, no presente, melhor do que ele foi ontem, no passado, e amanhã, no seu futuro, ele seja bem melhor do que logrou ser no dia de hoje.

É importante observar, que todas estas ações, dependem unicamente de ti próprio e de mais ninguém.

Albino da Santa Cruz

A PAZ QUE BUSCO

Qual é o tipo de paz que estou em busca?

A paz do mundo ou a paz do Cristo?

Como escolher entre ambas?

Quais as características que cada uma delas possui?

Sabemos que a paz do mundo, na maioria das vezes é o sonho da inércia, da falta de responsabilidades, da indiferença ou dos sonhos e anseios venais plenamente satisfeitos para o gozo da carne, entretanto, após atendidas tais necessidades, outras apresentam-se ainda mais tentadoras.

Será isto a paz?

Vejamos!

A paz do Cristo é o encontro da serenidade interior, em razão do trabalho incansável objetivando a disseminação do bem, atendendo a dor e o sofrimento dos mais infelizes. É a paz do dever retamente cumprido, na construção da paz do mundo, é o equivocado arquivo das sensações desgovernadas, das paixões fomentadoras do equilíbrio e das licenças morais, sem rédeas, escrúpulos ou limites, onde apenas o atendimento das paixões terrenas interessa.

A paz do Cristo é o sublime despertar da consciência e dos talentos e habilidades outorgados por Deus, para a tarefa de amar e servir a todos, indistintamente.

Amar e servir ao irmão mais enfermo e infeliz dentro de sua provação, enquanto aguarda com fé e esperança, que o bálsamo lenificante dos bons amigos espirituais, possa curar as insidiosas chagas morais, que são as mais difíceis de serem erradicadas através do corpo físico.

A paz do mundo é a paz dos vícios e imperfeições que ainda teimamos em cultivar, sem perceber que os mesmos produzem incontáveis males em nosso campo vibracional, desarticulando as emoções, tornando-se os maiores responsáveis pelos ódios e mágoas, decepções e aflições perturbadoras, que caracterizam um processo enfermiço de obsessão em andamento, minando as energias do indivíduo.

A paz do Cristo é a paz do amor incansável, que jamais se ausenta e não deixa de amparar todo aquele que se acha fragilizado d’alma.

Porquanto, Jesus, o irmão amoroso e abnegado em constante atendimento as ovelhas desgarradas de seu rebanho, sabe, sem que seja necessário lembrá-LO.

Quer todos confiemos em seu amparo, que acreditemos nEle como sendo o caminho, da verdade e da vida, entendendo que sem o auxílio d’Ele, certamente não alcançaremos o Reino de Deus, muito embora saibamos que este Reino encontra-se dentro de cada um de nós, porém, só o atingiremos quando as lições deste Mestre amorável, estiverem verdadeiramente compreendidas e aplicadas em nossas vidas, sem dificuldade alguma.

A paz do Cristo, é sempre uma paz verdadeira e duradoura, nascida da consciência das próprias potencialidades e da perseverança em mantê-la em constante, ação e, além disso, esta paz é altamente benéfica para todo aquele que a cultiva em seu intimo, porquanto, permite que o indivíduo construa uma fé inabalável, uma convicção segura, resultante das reflexões amadurecidas através do sofrimento, que nunca deve ser visto como punição, porém, como oportunidade de retificação de um roteiro enganoso e prejudicial ao andamento do processo evolutivo de cada um.

A paz do Cristo deve ser uma meta a se alcançar, por qualquer servidor da Seara Cristã, que aspira uma sintonia maior na sublimação dos sentimentos e moções, sem abrir brechas para as dúvidas que muitas vezes teimam em permanecer na mente do servidor, impedindo-o de alcançar a melhor de sua jornada, que é o próprio auto aprimoramento.

A paz do cristo portanto, não é uma conquista inalcançável, se assim o fosse, Ele não diria: “A minha paz eu vos dou”.

Assim, amados irmãos onde quer que a criatura esteja situada, nos brocados e cetins dos aposentos luxuosos, ou na nudez das vestes simples e humildes do cotidiano das casas modestas, ou em qualquer outro lugar, o homem, espírito imortal em viagem permanente de progresso evolutivo, em razão da liberdade de escolha inerente ao ser inteligente, ele é sempre o arquiteto do próprio destino, com conhecimento suficiente para saber escolher com abençoada sabedoria e clareza entre a paz do Cristo, edificando em si mesmo o homem de bem da era nova, que sabemos será o habitante do mundo novo que já se aproxima, e, a paz do mundo, instável, tentadora, ansiosa e inquietante, sem nenhum momento de calma ou paz para a alma, porque repleta de sugestões venais e corruptoras do caráter e da moral, entre aqueles que cedem aos seus apelos.

Entre a paz de Jesus que sonhamos, e a paz do mundo com seus convites e tentações, saibamos escolher o melhor, que sem dúvida é a paz do Cristo, porque duradoura e, portadora da plenitude e da felicidade relativa ao alcance de todos.
Que o Senhor da Vida permaneça entre todos vós.
14.04.2010

Albino da Santa Cruz

RECONCILIAÇÃO E RENOVAÇÃO MORAL

À medida em que o espírito, em seu natural processo de crescimento evolutivo, vai vencendo as etapas difíceis e penosas, postas à sua frente pelas ocorrências circunstanciais que apresentam-se testando-o em seu equilíbrio e harmonia interior, ele, muito provavelmente, deixará em sua retaguarda, muitos afetos e desafetos que compõem o substrato que serve de pano de fundo de sua existência.

Nessa caminhada, ocorrem habitualmente as separações, as divergências e rupturas de afeições, os desencontros ou reencontros, longos ou efêmeros, muitas vezes à revelia da própria vontade, mostrando que nos encontramos submetidos à uma força estranha, que denominamos ingenuamente de destino, que detém um comando superior às nossas possibilidades de agirmos por vontade própria.

Embora capacitados para exercer o livre-arbítrio sobre nossos pensamentos e desejos (vontade), abdicamos espontaneamente desse potencial, para nos deixarmos levar pelos arrastamentos das paixões aparentemente inofensivas, que nos acenam sedutoramente, com atraentes armadilhas para os nossos sentidos, com toda a sua carga de comprometimentos, em razão dos imprevisíveis desdobramentos que se seguirão naturalmente.

Quando o Mestre Jesus ao esclarecer: “…diante do altar, e ai perceberes que algum irmão tem algo contra ti, reconcilia-te primeiro…”, certamente, esta recomendação possui um vasto componente terapêutico, indicado como profilaxia emocional, pelo pressuposto indicativo do uso de perdão, implícito na reconciliação, que reata as ligações afetivas promovendo uma nova oportunidade de educação dos sentimentos, aos espíritos envolvidos nestes reencontros.

É importante salientar que quanto mais desafetos tenhamos inspirado ou cultivados, em nossa vivência terrena, mais dificuldades encontraremos para avançar em nossa jornada evolutiva mesmo que em nossas reencarnações, contemos com a benção do esquecimento, porquanto, precisamos libertarmo-nos desses obstáculos que erigimos, posto que eles compõem o lastro de nossas experiências infelizes que carregamos em nosso inconsciente, requisitando, intuitivamente, a correspondente reparação para retornarmos ao aprisco do Cristo.

Ante o exposto acima, a reconciliação apresenta-se como a única chave capaz de nos libertar das cadeias do ego, mostrando que mesmo conhecedores das lições de Jesus, ainda nos encontramos envoltos pelas sombras da “persona”, que través das atitudes adotadas, máscaras e disfarces variados que cultivamos, tentam, inutilmente, justificar o egoísmo presente em nosso comportamento.

Portanto a reconciliação permite num profundo trabalho de reconstrução interior, iniciando pela proposta da Doutrina Espírita: “Homem! Conhece-te a ti mesmo”, que nos leva a reflexões de caráter filosófico-morais, com lições de religiosidade, objetivando adequar o discurso conceitual a uma prática de vida, efetivamente mais realista, que os postulados espíritas nos levam a conhecer, porém, que somente a dor, o arrependimento, a expiação e a consequente reparação permitem ao espírito, encarnado ou fora da vestimenta física, retomar à administração de seu próprio caminho.

Neste caso, o “conhece-te a ti mesmo”, é uma grande viagem de interiorização ao país dos sentimentos e emoções presentes no inconsciente profundo do espírito, que leva-o a desvendar o misterioso móvel que aciona a intencionalidade das ações do indivíduo, descortinando um novo “Self” presente no ser imortal, porém ainda invisível para boa parcela dos irmãos que lhes estão próximos, que no entanto, vez que outras são detectados pelos mais sensíveis, quando jocosamente estabelece a sabedoria popular ao dizer: “Quem não te conhece, que te compre”, revelando que por detrás daquela aparência, existe um “ego” ou “alguém” diferente daquele (persona) que se apresenta visível a todos.

Após descobrir as razões da intencionalidade de duas ações, torna-se mais fácil identificar o que o indivíduo pensa, como ele constrói o próprio pensamento e por que ele pensa daquela forma, a fim de que sabendo-se assim, ou seja, conhecendo-se assim, ele possa reconstruir-se a partir dos conhecimentos verdadeiros adquiridos com as lições do Mestre Jesus, mudando o rumo de sua vida, com a adoção de novos paradigmas, mas consentâneos com as Leis Divinas, que rege as conquistas porvindouras da Humanidade.
Albino da Santa Cruz

CONHECIMENTO ESCLARECEDOR

Uma das propostas da Doutrina Espírita, em razão dos estudos que ela dispõe a todos quantos desejam adquirir conhecimentos, é levar ao indivíduo subsídios suficientes para que ele alcance um bom nível de consciência, naquilo que diz respeito à sua ação em todos os seguimentos por onde transita, seja este segmento familiar, profissional, afetivo ou meramente social, onde nascem os desdobramentos propiciadores das construções edificantes, felizes e duradouras, ou, acontecem as ligações infelizes, destruidoras e passageiras, deixando em sua retaguarda verdadeiras tragédias alimentadas por mágoas passionais e ódios letais e virulentos.

No entanto, o esclarecimento que o Espiritismo propõe, é exatamente levar o indivíduo a entender que este conhecimento esclarecedor, possibilita-lhe, usar mais sabiamente o seu livre-arbítrio, evitando-lhe os equívocos infelizes e constrangedores, dispersando as dúvidas e mal-entendidos, para que nenhuma animosidade seja alimentada em razão de uma ação intempestiva posto que o móvel que acionara semelhante ação, trazia implícita o limite respeitoso e, a conscientização de que naquele momento específico, aquela era a melhor atitude.

Quando o individuo, através do conhecimento esclarecedor que interioriza, seja fruto de profundas reflexões, ou experiências adquiridas em razão de sofridas dores e amargas decepções, consegue-se conscientizar-se que embora tudo lhe seja permitido em razão da liberdade de pensamento e de escolha que possui, o outro, por sua vez, também é possuidor dos mesmos direitos, o que nos remete à síntese paulina que estabelece: “Tudo me é permitido, porém, nem tudo me convém”, assegurando os mesmos deveres e obrigações.
Embora muito difundida nas agremiações ou instituições espíritas, sem sempre é adotada com a seriedade ou o rigor que merece, pois, vê-se frequentemente a adoção de atitudes cerceadoras de dirigentes que chegam às raias da intolerância, ou, ao contrário, uma omissão e indiferença que bem pode ser catalogada como indisciplina, falta de regras e medidas.

Certamente, nenhuma agremiação, instituição, diretoria ou dirigente resistirá por muito tempo agindo assim, visto que falta o senso de medida, respeito, ordem e disciplina, além de uma consciência melhor dimensionada, com muita clareza dos objetivos propostos, com um bom planejamento estratégico para atingir os resultados mais favoráveis e, finalmente, qual o papel que cabe a cada um, em conformidade com o que preceitua os Estatutos consignados.

Assim sendo além da definição de papeis, tanto das Instituições em si, da formação da Diretoria constituída, do papel que cabe a cada elemento desincumbir-se, de forma consentânea com os preceitos da Doutrina Espírita e de periódicas avaliações dos resultados alcançados, deve-se estimular uma profunda conscientização do significado desse conjunto trabalhando em uníssono, com perfeita sintonia de ações e dos benefícios que daí decorrem, para a comunidade onde encontra-se inserida em benéfica convivência entre todos, permitindo que todos recebam os frutos deste trabalho, tanto os que são assistidos materiais, como também os assistidos espirituais, além dos facilitadores dessas benesses, voluntários, diretores e dirigentes, que também são necessitados desse tipo de trabalho, como uma forma de exercitar a caridade, que ainda não sabe realizar por iniciativa própria.

Isso mostra com muita clareza, como as lições de Jesus são luzes libertadoras das mentes ingênuas, que interpretadas pela ótica da Doutrina Espírita, abre a ciência de todos, despertando os potenciais das criaturas e a capacidade de realização que todos possuem, quando nos esclarece: “Meu Pai trabalha até hoje. Eu também trabalho”.

Albino da Santa Cruz