Ary Brasil Marques
O homem recebeu de Deus a inteligência. Com ela, ele consegue superar as dificuldades do caminho e participar, como co-criador, da grande obra da criação.
A ciência é o caminho por onde o ser humano promove o progresso e utiliza de recursos para vencer suas limitações.
Dentre as inúmeras maneiras de conquistar vitórias no combate a doenças e aos males da existência, o homem moderno faz transfusões de sangue, transplante de órgãos e utiliza de meios para evitar a concepção ou para permitir que pessoas que tenham limitações de natureza física possam ter filhos.
A semana passada, em Recife, uma mulher que tinha problemas em seu útero que desejava ardentemente ser mãe, conseguiu esse intento por via indireta. Sua mãe se propôs a ajudá-la, e serviu como o que é popularmente chamado de barriga de aluguel.
A avó, por meio da inseminação artificial in vitro, deu à luz a duas crianças gêmeas. Foi mãe e avó ao mesmo tempo.
Pela TV, pudemos acompanhar a imensa felicidade de todas as duas, mãe e filha, alcançando, mesmo com as limitações de uma delas, a suprema alegria da maternidade.
Em momentos como esses, podemos constatar a bondade infinita de Deus, ao dar ao homem os recursos de inteligência capazes de resultados tão maravilhosos com sua aplicação.
Lamentamos apenas que algumas religiões, em nome de um fanatismo injustificado, não permitem que seus seguidores sejam beneficiados pelas conquistas da ciência.
Temos visto pessoas recusarem transfusões de sangue ou mesmo transplante de órgãos, achando que tais procedimentos são contrários à lei divina.
Preferem, muitas vezes, colocar entes queridos em perigo de vida, a aceitarem o uso desses recursos.
Colocam fanaticamente a fé na frente de tudo, acreditando que com ela conseguem resolver os problemas causados por essa postura. Acreditamos que a fé tem que ser, antes de tudo, racional. A utilização dos recursos proporcionados pelo Pai Celestial é a maneira correta de se ter fé.
O episódio de Recife nos mostra que somos filhos de Deus, inteligentes e capazes de dar a nossa colaboração no maravilhoso processo de trazer para a vida terrena, espíritos que anseiam por uma oportunidade de reencarnação.
SBC, 01/10/2007.