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OS BENEFÍCIOS DA HOMEOPATIA

Por Érika Silveira
Entrevista com Dr. Tarcísio de Freitas Basílio, publicado no site da “Fraternidade de Assis”
A palavra homeopatia deriva do grego e significa tratar a doença com o semelhante. A prática homeopática foi fundada pelo médico alemão Christian Friedrich Samuel Hahnemann, que não contente com os recursos primitivos da época para tratar seus pacientes, resolveu abandonar a carreira e se dedicar às traduções de livros.
Em 1790 quando traduzia uma obra do conceituado médico escocês Cullen, encontrou uma seção que indicava o tratamento da malária com quininos. Acreditando ser outro o mecanismo de cura e não convencido com a explicação do autor, que atribuía a eficácia do remédio e eventuais efeitos tônicos sobre o estômago, resolveu comprovar suas ideias. Medicou-se com o remédio durante vários dias e consequentemente passou a sentir os sintomas da malária. Esse experimento marcou sua descoberta de que o medicamento que produz os sintomas de uma doença em pessoa sadia podia ser usada para tratar doenças com as mesmas características. Desde então voltou a clinicar e a fazer novos testes. Em 1810 publicou o livro Organum Therapeuticum, abordando as ideias da medicina homeopática.
Para conhecer um pouco mais a respeito da homeopatia no tratamento das doenças, entrevistamos o Dr. Tarcísio de Freitas Basílio, médico homeopata e membro atuante no movimento espírita.
Segundo o Dr. Tarcísio, a homeopatia tenta compreender o indivíduo de forma global, o que significa cuidar do físico e do emocional para buscar o equilíbrio. “Os médicos homeopatas levam em conta além do aspecto físico, as emoções e sensações, coisas que para a medicina tradicional não têm tanto valor”, complementa.
Diz também que a homeopatia encontrou no centro espírita uma porta de trabalho muito grande, possibilitando diversos atendimentos gratuitos para aqueles que não possuem recursos para pagar por uma consulta.
Como a homeopatia analisa o aspecto emocional na formação das doenças?
Hahnemann foi um dos primeiros médicos que levou em conta o aspecto psicológico do ser humano. Ele procurava cuidar de pacientes com distúrbios psiquiátricos dando um atendimento digno. Até essa época as pessoas que tinham problemas psiquiátricos eram trancafiadas em porões até a morte.
Na homeopatia é impossível pensar em se tratar o indivíduo apenas levando em conta o aspecto físico, mas precisamos entender que nem tudo é psicossomático, às vezes a doença afeta também o emocional. Nós conhecemos o paciente através do sintoma da sua doença.
Na visão espírita compreende-se que os desequilíbrios orgânicos partem do perispirito, que também é influenciado por desequilíbrios da alma. Kardec nos diz que quando conseguimos atuar no perispirito e tentamos reequilibrá-lo, conseguimos ajudar o espírito a se modificar, embora a verdadeira mudança aconteça com esforço próprio de cada um.
A base do medicamento homeopático é diferente de outros remédios?
Toda medicina se baseia em medicamentos que provém do reino mineral, vegetal ou animal, o que muda é a maneira como o medicamento é preparado, no caso do remédio homeopático ele tem uma ação energética e não química. Mas vale lembrar que não existe medicamento inofensivo, portanto tomar homeopatia de forma errada também faz mal. A diferença também é que na alopatia o médico receita o remédio de acordo com o diagnóstico e na homeopatia ministramos o medicamento para o paciente, independentemente do diagnóstico.
Como o desenvolvimento espiritual aliado ao tratamento homeopático pode ajudar no tratamento das doenças?
Hahnemann é anterior a Kardec e já falava que o indivíduo que se submetesse ao tratamento precisava ter valores morais, porque se a pessoa não tiver alguns valores comportamentais, atos de vida salutares, o tratamento não faz efeito. O remédio é uma parte dentro de um conjunto de medidas que o indivíduo necessita ter para se modificar. A cura verdadeira está na alma. O remédio ajuda a dar incentivo e amparo.
Para alcançarmos o equilíbrio é importante conseguirmos ter o verdadeiro comportamento do “Homem de Bem”, porém fazer o bem não significa sempre termos saúde. Temos o exemplo de espíritos evoluídos que passaram pela prova da doença como uma forma de demonstrar a fé e servir de exemplo para outras pessoas. O que muda é o relacionamento do espírito com a doença, a maneira de encará-la.
Uma mensagem:
Que cada um procure fazer o melhor e tente cumprir direito as obrigações que a vida lhe impõe. Se conseguirmos estar com a consciência tranquila, vamos estar com a felicidade e a paz interior.

A paz interior é o primeiro passo para a cura, embora a cura seja um estado de alma. Se pudermos entender que a doença não é um castigo e sim um processo de educação da alma, com certeza nós conseguiremos ter momentos mais tranquilos e sofreremos menos.

OS AFINS SE ATRAEM

Ary Brasil Marques
Os homens se influenciam uns aos outros, e a lei de atração funciona como coisa predominante nesse intercâmbio de influências. Os afins se atraem.
É por isso que as pessoas que gostam de uma mesma coisa, se agrupam. Quem gosta de jogo é atraído para o ambiente onde predomina esse vício. A mesma coisa acontece com os viciados em drogas, com os adeptos da vulgarização do sexo ou com os amantes da música.
Para se avaliar o gosto musical de cada um, basta ver qual a emissora de rádio que procura ou qual o seu programa favorito.
Nas paradas de orgulho gay que acontecem em várias cidades do mundo e são divulgadas pela televisão, vê-se claramente que os participantes são todos adeptos do homossexualismo, e os fanáticos do futebol se organizam em torcidas uniformizadas.
É dessa forma que funciona também a influência dos espíritos aos seres encarnados.
Eles são atraídos pelas tendências de cada um, e assim, por exemplo, quem tem tendência à agressividade, à violência ou à impaciência, atrai espíritos de igual tendência.
As obsessões não acontecem apenas em casos de falta de perdão ou do desejo de vingança de espíritos desencarnados cobrando seus desafetos encarnados. Elas também acontecem em casos de atração. É a lei que aproxima as criaturas afins, e aquelas que estão sintonizadas na mesma faixa vibratória.
Buscar sintonia com o bem, com o belo e com o amor ao próximo é antídoto eficaz contra esse tipo de influência.

SBC, 18/06/2007.

ONDE ESTÃO OS FANTASMAS?

Ary Brasil Marques
A minha infância foi pontilhada de casos de aparições, de fantasmas e de medo. Histórias terríveis eram objeto de assunto dos mais velhos. Havia uma empregada em casa de minha avó que tinha por hábito contar essas histórias para as crianças. Ela falava de entes do outro mundo, de mula sem cabeça, de monstros, de lobisomem, de gente que já havia morrido que aparecia às pessoas na porta do cemitério, e atribuía tudo isso a coisas sobrenaturais, fantasmagóricas, horripilantes. Temia-se muito e o medo fazia com que um simples estalo de móveis era tido como manifestação dos espíritos, das almas penadas e dos duendes.
Quando menino, cheguei a morar em uma casa, na cidade de Alfenas, que era mal assombrada. De fato, ali, muitas vezes fiquei com os cabelos em pé ao ouvir, de meu quarto, barulho de pratos e talheres caindo ruidosamente na cozinha e passos pela casa. Quando íamos conferir, não havia nada, nem pratos nem talheres. A cozinha estava em ordem, quieta e vazia. Esse fato só terminou após a realização de uma sessão espírita, em cuja sessão manifestaram-se três mulheres, irmãs, que haviam morado naquela casa e que julgavam ainda estar vivendo lá.
O mundo mudou. As crianças hoje já não temem monstros, lobisomem ou mula sem cabeça. A Doutrina Espírita veio trazer luz e explicações para tudo, e os fatos sobrenaturais deixaram de ser maravilhosos e passaram a ser encarados com naturalidade. Os espíritos que estão no plano espiritual podem, em algumas circunstâncias, vir até nós e até se comunicarem conosco por meio da mediunidade. Só que, ao se tornarem fatos naturais, perderam a condição de maravilha, de aberrante, de inusitado. Por essa razão, perderam também o interesse do grande público, sempre querendo ver algo diferente.
Fatos naturais acontecem todos os dias. Não chamam a atenção. Não trazem medo às crianças. A presença de um ser desencarnado se tornou mais rara, principalmente porque agora não é mais fenômeno sobrenatural.
Onde estão os fantasmas? Fatos espíritas acontecem em todo o mundo, a toda hora, mas passam despercebidos.
Ninguém mais teme os fantasmas. E os espíritos, nos dias de hoje, procuram vir até nós para nos ensinar, para nos esclarecer, para dialogar conosco e não mais para nos amedrontar.

SBC, 12/06/2007.

OLHO GORDO

Ary Brasil Marques
Outro dia me perguntaram se existe o falado “olho gordo” e se ele tem interferência em nossa vida.
Em primeiro lugar, todos nós estamos mergulhados em um imenso oceano de energias, e nos influenciamos uns aos outros.
Imaginemos um lago e nós em sua margem atirando pedrinhas na água. As pedras ao cair no lago formam círculos concêntricos que se abrem de forma simétrica. As pedrinhas lançadas por outra pessoa que se encontra ao nosso lado formam também outros círculos. Os círculos se encontram e se entrelaçam.
Essa imagem nos dá a ideia exata da influência mútua entre todos os habitantes do planeta. Damos e recebemos influência.
Analisemos agora o “olho gordo”. Costuma-se dizer que as pessoas que olham para o seu semelhante com inveja, com cobiça, desejando ter aquilo que possuímos, são portadores de “olho gordo” e o seu olhar traz influência negativa para nós.
É verdade que o olhar maldoso, e mais ainda, o pensamento maldoso, é uma fonte de emissão de energia negativa. Para atingir o objetivo esse mau pensamento precisa de duas forças que se completam, a energia do agente emissor e a energia do receptor. Para um acoplamento completo entre o que emite e o que recebe há que ter uma sintonia entre ambos.
Existe uma lei chamada Lei de Atração, que regula o intercâmbio entre as pessoas. Os afins se atraem.
Parece que chegamos a uma conclusão. Para nos livrarmos das influências negativas que nos são enviadas, precisamos manter o nosso corpo protegido. Todos nós temos a nossa cúpula protetora. Temos que a manter intacta, firme, em funcionamento. Quando entramos em faixa negativa abrimos brechas nessa cúpula protetora e ai ficamos à mercê das influências negativas.
“Olho gordo” algum pode vencer a força dessa proteção, alicerçada na sintonia com o bem e com o amor ao próximo.
Em minha opinião, “olho gordo” existe sim. Mas ele só atinge a quem não teve vigilância nem se preparou buscando forças no luminoso caminho ensinado por Jesus.

SBC, 13/07/2007.  

OBSESSORES, VÍRUS E BACTÉRIAS

Ary Brasil Marques
A televisão tem nos mostrado o avanço da epidemia de dengue em algumas de nossas cidades. Verificamos com tristeza de que a falta de cuidado e de orientação do povo, bem como a ausência de providências do governo impede que o dengue seja erradicado.
O mosquito causador de dengue encontra facilidade em se desenvolver, em razão do número impressionante de águas paradas em tigelas, frascos destampados, pneus abandonados, cacos de vidro, caixas de água sem tampa ou com tampa quebrada, recipientes para plantas e outros objetos que retêm água. Bastaria um cuidado por parte da população e uma ação mais enérgica do governo na orientação e na fiscalização para que o dengue deixasse de ser um problema.
A propagação de vírus e bactérias acontece por falta de prevenção e de cuidado. O vírus da aids pode ser detido com facilidade com o uso de camisinha nas relações sexuais.
Nossos computadores são vítimas igualmente de um outro tipo de vírus, disseminado por pura maldade por pessoas mal intencionadas. Também o vírus eletrônico pode ser controlado com o uso de antivírus.
Tudo se resolve com prevenção e cuidados. Quem tem sua vida regrada pela obediência das normas e leis que regulam nossa sociedade, por certo não será atingido pelos vírus e bactérias que estão em toda parte, na água, no ar, nos objetos, no contato com outras pessoas.
Da mesma forma os espíritos obsessores que pululam em nosso mundo, encontram facilidade de atuação pela invigilância e falta de cuidados dos homens. Eles são atraídos pela sintonia. Uma pessoa que esteja sintonizada com o ódio, com o ciúme doentio, com a inveja, com a cupidez, com a intolerância, com a maldade, certamente atrairá espíritos que estão na mesma faixa vibratória.
Todos nós temos uma proteção individual. Poderíamos para a compreensão disso, imaginar que as pessoas têm em sua volta uma cúpula de proteção invisível. Para entendimento, diríamos que é uma cúpula de vidro, cobrindo-nos em toda a nossa extensão. Essa cúpula tem que estar sempre em ordem, intacta, para impedir a passagem de vibrações negativas vindas dos espíritos menos esclarecidos. Toda vez que sintonizamos nossa mente com coisas negativas, com a maldade, com o ódio, com a maledicência, por exemplo, causamos uma ruptura em nossa cúpula protetora. Pela fenda que nós mesmos fizemos, penetram as vibrações negativas. Muito mais por nossa culpa que por culpa dos espíritos obsessores.
Assim como temos que ter cuidados com o ambiente em nossa volta para evitarmos o dengue ou a aids, temos que ter muita atenção em nos mantermos sintonizados com o bem e o amor ao próximo, para com isso além de evitarmos a influência negativa de espíritos atrasados, atrairmos espíritos bons que nos ajudam.

SBC, 09/07/2007.

O VERDADEIRO HOMEM

Ary Brasil Marques
            
O verdadeiro HOMEM é capaz de:   
– Manter a calma no meio do caos;
– Não se magoar diante da ingratidão e da mentira;
– Não se abater diante dos fracassos, que considera lições da vida;
– Conviver com todos em qualquer lugar ou situação, mantendo-se puro no meio do lodo sem demonstrar sua superioridade;
– Respeitar todas as pessoas e todas as opiniões alheias, por mais absurdas que elas lhe pareçam;
– Respeitar sempre o meio ambiente, conservando-o;
– Ensinar pelo exemplo mais do que pela palavra;
– Não mentir diante da mentira;
– Não gritar diante dos gritos alheios;
– Não ser juiz do semelhante;
– Não participar de comentários e fofocas, mantendo sempre o equilíbrio e, quando chamado a opinar, usar sempre da palavra conciliatória e amorável;
– Não se preocupar com elogios e com críticas, mas estar sempre disposto a rever suas posições e se modificar para melhor quando as críticas que receber forem pertinentes e construtivas;
– Nunca se omitir, procurando sempre que possível orientar e ajudar o semelhante;
– Jamais se apropriar dos bens alheios;
– Perdoar sempre, incondicionalmente;
– Não se mostrar autossuficiente e poderoso demais;
– Não ser fanático nas posições políticas, esportivas ou religiosas;
– Confiar em si mesmo, nos seus semelhantes e no Pai Criador;
– Trabalhar todos os momentos de sua vida para se melhorar e para a melhora da comunidade em que vive;
– Manter a honestidade no meio de ladrões;
– Jamais se auto promover;
– Ser parcimonioso, nunca perdulário;
– Não se deixar vencer pelo cansaço, nem pelo desânimo, dando tudo de si em tudo o que fizer;
– Amar a vida, o semelhante, o bem e o belo.

SBC, 16/09/98

O TABU DO DINHEIRO

Ary Brasil Marques
No mundo moderno, nada funciona sem dinheiro. Tudo o que se consome, tudo o que a pessoa necessita para viver, depende de recursos financeiros.
As entidades assistenciais e as entidades religiosas não fogem à regra, e dependem de recursos e de receita para poderem fazer frente às despesas de manutenção, contas de água, de luz, de telefone, de transportes, de encargos com empregados, de aquisição de materiais de limpeza, de materiais de escritório, de livros, de conservação de seus imóveis, etc.
A maioria das religiões encontra solução para esses problemas com a cobrança de dízimo de seus fiéis. Embora não condenando os que utilizam dessa prática, os espíritas não acham ser ela aplicável ao movimento por não se identificar com as normas do dai de graça o que de graça recebeste.
As organizações espíritas geralmente têm como receita a mensalidade de seus associados, de caráter facultativo, bem como de doações espontâneas recebidas de pessoas físicas e jurídicas, além de campanhas, eventos sociais e venda de materiais recebidos como doação.
Algumas entidades realizam noites de pizza, noites italianas, bingos entre os simpatizantes em ocasiões festivas esporádicas, lucro na venda de livros e outras ações eventuais. Lutam elas com dificuldades mas mesmo assim não costumam falar em dinheiro aos frequentadores. Falar em dinheiro é tabu dentro dos centros espíritas, que se limitam, às vezes, a pedir colaboração de modo bem tímido.
No Joanna de Ângelis, além de outras realizações no campo da assistência social, há um trabalho maravilhoso de amparo às gestantes, chamado de Projeto Mãe Maria. Semanalmente esse projeto realiza reuniões com as futuras mamães, pessoas carentes moradoras das favelas da região, com aulas sobre saúde, higiene pessoal, cidadania, puericultura e assuntos jurídicos, ministradas por médicos, advogados e outras pessoas especializadas. Cada curso, que acontece geralmente duas vezes por ano, tem ao todo 14 aulas. Ao final de cada curso, cada mãezinha do grupo recebe um enxoval completo para seu bebê.
Além disso, as crianças pertencentes àquelas famílias carentes recebem auxílio em cestas básicas.
Tudo isso é feito com recursos adquiridos em campanhas, solicitação de doações a empresas e trabalho de voluntários na confecção de roupinhas para os recém-nascidos.
Considerando o fato de que o dinheiro é ferramenta indispensável para se movimentar qualquer empreendimento, beneficente ou não, acredito que se pode sugerir como uma possível solução para obtenção da receita necessária, a organização, em forma de empresa, de uma pequena indústria de confecções.
As roupas produzidas por essa empresa, que poderia ter voluntários que trabalham gratuitamente e também empregados assalariados, teriam duas alternativas de saída. A primeira como doação aos assistidos. A segunda como venda ao público, com renda revertida em favor da organização.
Essa sugestão teria duas grandes vantagens. Primeiro o de proporcionar receita para suportar as despesas de funcionamento. E ainda proporcionar trabalho digno a pessoas carentes, desempregadas, que além de ganhar o salário estariam colaborando em trabalho assistencial de alto valor social.
De qualquer maneira, temos que parar de considerar o dinheiro como tabu, pois é ele que, na vida material, movimenta o mundo.

SBC, 06/07/2007.

O SERMÃO DO CENÁCULO

Ary Brasil Marques
Todos os ensinamentos de Jesus são preciosos. De seus sermões, dois se destacam de maneira especial: o Sermão do Monte e o Sermão do Cenáculo.
O Sermão do Cenáculo é um conjunto de conselhos e de recomendações que o Mestre fez aos seus discípulos. São diretrizes importantes para todos aqueles que querem seguir o caminho luminoso que Jesus nos trouxe.
Toda a comunidade cristã destaca no Cenáculo os seus aspectos simbólicos, tais como a Ceia que reuniu todos os apóstolos com Jesus e o sublime ato de humildade do Mestre ao lavar os pés de seus discípulos. É verdade que esses detalhes do evento são muito importantes, mas o que é mais importante são as palavras que Jesus proferiu naquela ocasião.
Após lavar os pés de todos, Jesus começa o seu memorável discurso dizendo: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus? Crede também em mim; na Casa de meu Pai há muitas moradas…” Em seguida garante a todos que não deixaria de os assistir e proteger e que o Pai Celestial lhes enviaria o Espírito Consolador para dar cumprimento a essa proteção.
Jesus se comparou a uma Videira. Disse que a Videira é composta de tronco, galhos, folhas e frutos. Os galhos saem do tronco e têm por finalidade produzir folhas e frutos. Disse o Mestre ser Ele a Verdadeira Videira, e que os seus discípulos devem estar unidos a Ele como galhos que são da Videira Verdadeira. Explica-lhes que eles precisam dar frutos, pois a vara que não der frutos será cortada e lançada fora. Esses frutos são decorrentes do trabalho espiritual para a frutificação da virtude. E assim como o galho, a vara recebe a seiva da videira, labora, manipula-a até que brotem frutos, as uvas. Da mesma forma os discípulos recebem o Espírito da Fé de seu Mestre como seiva poderosa. Essa seiva deve ser trabalhada com carinho e muito amor, para que possam produzir frutos.
Jesus disse que o Viticultor da Videira é Deus, o Criador de tudo o que existe e que Ele, Jesus, é o seu representante. Demonstra o Mestre um profundo amor a todos os seus discípulos, dizendo: “Assim como o Pai me amou, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor, e se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor.” Advertiu a todos “que o mundo os aborreceria, que eles seriam perseguidos, mas que se permanecessem com Ele sairiam vencedores.”
Enfatizou a vinda do Espírito da Verdade, para prosseguir na sua missão, e que estaria sempre com todos.
Depois de trazer uma série de ensinamentos e de orientação aos seus discípulos, Jesus orou. Uma prece maravilhosa, repleta de carinho e de amor derramada por todos os presentes, terminando por dizer que aqueles que puserem em prática os seus ensinamentos edificarão sua casa sobre a rocha firme, cuja casa resistirá aos ventos e às águas e que ficarão sempre ao amparo dos bons Espíritos.
O Sermão do Cenáculo deve dar a todos nós, seus discípulos dos dias de hoje, a certeza de que fazemos parte da imensa Videira Verdadeira, e que se perseverarmos na prática do bem e do amor ao próximo, produziremos frutos saborosos que ajudarão nosso semelhante e que trarão para a nossa Terra, um dia, a felicidade.

SBC, 07/06/2007.

O SEGREDO DA FELICIDADE

Ary Brasil Marques
Jesus é o personagem mais comentado na face da Terra. Ele é conhecido não apenas pelos cristãos mas também pelos seguidores de outras religiões.
Todos abordam a sua vida plena de ensinamentos e de milagres extraordinários. Pouca gente, entretanto, se deu conta que Jesus nos legou uma senha, um segredo especial, que permite o nosso acesso a um mundo superior.
Essa senha é tão simples que pelo fato de sua simplicidade passa despercebida em sua importância e em sua relevância.
Todos nós, que vivemos no planeta Terra, nos defrontamos em inúmeras ocasiões com o fato de, para participarmos de algum evento ou para conseguirmos nos transportar de um ponto para outro, nos é solicitado um ingresso, um passe ou uma senha que nos identificará como autorizados a obter o que queremos.
Assim, no teatro ou no cinema, temos que adquirir um ingresso que nos permitirá entrar na sala de espetáculos. Quando queremos viajar de ônibus, de trem ou de avião, da mesma forma só poderemos entrar no veículo que nos transportará se adquirirmos com antecedência uma passagem. Essa passagem servirá como nossa senha para atingirmos o fim que queremos. Quando precisamos entrar na Internet pelo nosso computador, digitamos a nossa senha pessoal que poderá ser aceita ou não. Ela será aceita se conferir com nossos dados fornecidos anteriormente, e muitas vezes o computador rejeita as pessoas não autorizadas, aquelas que não possuem a senha, cujas pessoas se quiserem ser admitidas na Web, terão que conseguir também a sua senha.
Os profissionais das diversas profissões aqui na Terra, só poderão exercer suas funções após provarem, muitas vezes com a conquista de um diploma, de que são capazes. Isso demanda anos e anos de estudo e de esforços para se obter a qualificação e o direito de exercer a profissão escolhida.
A senha que Jesus nos trouxe é a mais importante de todas as outras existentes na Terra. Ela nos garante a possibilidade de alcançar o objetivo máximo de todos nós, espíritos imortais criados por Deus e destinados a um futuro glorioso de sabedoria, de felicidade e de paz.
Fomos todos criados simples e ignorantes, mas perfectíveis, e participamos de uma grande caminhada ao longo dos séculos para obtermos o nosso diploma de bons espíritos. Nessa caminhada Deus nos concedeu o livre arbítrio, de modo que cada um de nós tem a liberdade de ação e é submetido à lei de ação e reação, uma lei automática que faz com que aprendamos com os nossos próprios erros.
A cada ação existe uma reação em sentido contrário de igual intensidade, o que faz com que nós todos, de tanto sofrermos a volta de tudo o que plantamos, possamos aprender com nossos próprios erros e ir eliminando nossas falhas e nos melhorando pouco a pouco. A bondade de Deus é tanta que Ele nos dá tantas oportunidades quantas forem necessárias para obtermos nosso diploma, através da reencarnação.
O segredo, a senha que Jesus nos deixou se chama amor. O amor incondicional de uns para com os outros determinará um dia o fim do mundo de expiação e de provas para o surgimento de um mundo novo, de regeneração, de paz, de concórdia, de progresso, de luz, de felicidade.
O amor é tão importante em tudo o que existe, que podemos constatar isso até em nosso nascimento aqui na Terra. A criança, para ser gerada pelo espermatozoide no óvulo da mãe, passa antes por um momento divino, um momento de amor entre o casal. É o amor que vai determinar aquele instante divino em que cada um dos parceiros transmite ao outro toda a ternura e afeto que possui, em ocasião de puro amor.
O amor que Jesus nos fala é um amor incondicional a todas as criaturas. Um amor que não se restringe aos que nos querem bem, aos que pensam como nós, aos que são da mesma cor que temos ou aos que estão em nosso mesmo nível social. É um amor amplo, que alcança principalmente àqueles que nos odeiam, que nos maltratam, que nos ofendem. Esse amor, ainda muito distante de todos nós aqui na Terra, tem como pálido exemplo o amor de mãe. O amor das mães pelos seus filhos lembra, embora ainda carregado de egoísmo pois é um amor que atinge apenas os filhos, nos pode mostrar o que será, no futuro, quando nos amarmos todos uns aos outros. As mães conseguem se anular pelos seus filhos, amam incondicionalmente a eles e são capazes de passar fome para alimentá-los.
Vamos buscar nosso diploma. Vamos obter a nossa senha. Vamos transformar nosso planeta Terra em um mundo novo. Aprendamos a amar, a perdoar, a nos dar as mãos e juntos, como verdadeiros filhos de Deus e portanto co-criadores, transformar a face da Terra. Um mundo novo virá. Depende de nós. De nosso esforço. Da aplicação da sublime senha que Jesus nos trouxe, a senha chamada amor.
SBC, 31/10/2006.

O QUE ENCONTRAREMOS DO LADO DE LÁ

Ary Brasil Marques
Muita gente nos pergunta o que encontraremos do lado de lá da vida.
Em primeiro lugar, acredito que o espírito encarnado está tão envolvido com o aspecto material do planeta Terra que tem dificuldade de imaginar um local diferente dos que está habituado a ver. Do mundo espiritual temos apenas as informações as mais diversas que recebemos dos espíritos em suas comunicações conosco através dos médiuns.
Para tentar visualizar o que iremos encontrar do lado de lá da vida quando formos para lá, vou fazer uma comparação com o nosso mundo material.
Imaginemos que três pessoas diferentes venham para São Paulo, cada uma delas utilizando um meio de transporte diferente e um destino diverso.
A primeira pessoa vem de avião e desce no Aeroporto de Congonhas. Do alto tem uma visão da metrópole gigantesca, com seus arranha-céus e suas avenidas cheias de veículos e com um tráfego intenso.
Ela tem como destino o coração da Avenida Paulista, e lá encontrará uma moderna avenida, com lojas luxuosas e uma série de prédios de alto padrão.
A segunda pessoa vem para São Paulo de ônibus e chega na Rodoviária, depois de atravessar a cidade no meio de um trânsito complicado e o seu destino é uma casa de classe média situada no bairro da Moóca.
Sua visão de São Paulo é totalmente diferente da visão que teve a primeira pessoa. Ela vê uma cidade grande, cheia de problemas. As casas da rua em que chega são feias, antigas e mal conservadas.
A terceira pessoa vem de carona em um veículo tipo pau-de-arara. Seu destino é uma favela na periferia da cidade. Sua visão alcança o que São Paulo tem de pior, de mais sórdido, sem conforto algum.
Enquanto a primeira pessoa, na sua estada na Capital Paulista, tem a oportunidade de frequentar lojas maravilhosas, cinemas, teatros, clubes de alta classe, jogos de futebol no Morumbi em cadeiras numeradas, a segunda vai a ambientes de segunda classe, mal frequentados e de preço barato.
A terceira pessoa, na mesma cidade, enfrenta situações e ambientes totalmente opostos.
Acredito que do lado de lá da vida aconteça o mesmo. Encontraremos lá o que merecermos pela nossa atitude e pela vida que levamos aqui.
No plano espiritual há ambientes maravilhosos, cheios de luz, de flores, de beleza e há também ambientes tristes, desérticos, de sofrimento.
Tudo depende de nós. Somos os construtores de nosso destino, e vamos encontrar do lado de lá da vida aquilo que construímos pelas nossas ações do lado de cá.

SBC, 14/08/2007.