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O PAPEL DAS RELIGIÕES

Por maior esquecimento que a reencarnação possa proporcionar, o espírito imortal traz registrado em sua memória extra cerebral, as experiências já acumuladas de existências pretéritas, que proporcionaram a oportunidade de uma gama imensa de reflexões, superficiais umas profundas, outras, levando-o a adquirir um determinado nível de consciência, suficiente o bastante para impulsioná-lo à adoção de ações indicativas de atitudes, que se encontram no plano das ideias, porém, a partir de agora passam a fazer parte da consciência.
Essas ideias inatas, que permanecem vagamente difusas, durante certo período da existência do indivíduo, em certo momento toma corpo e volume com intensidade ostensiva, impelindo-o à procura de racionalização destas ideias, com explicações lógicas e coerentes que satisfaçam as exigências do raciocínio, que explicam de maneira objetiva as coisas disso tudo, para que os questionamentos obtenham as respostas, transformando as dúvidas em certezas, a fim de que a convicção íntima alimente a consciência dando espaço para que a fé em Deus, seja uma fé raciocinada.
Se a humanidade contasse apenas com os cinco sentidos que possui o homem, mesmo que este possuísse o auxílio da intuição, ainda assim isto não seria suficiente para que ele aceitasse a existência de Deus, este Deus que ele não vê, não toca, não ouve, não sente, etc. Quão difícil se torna aceitá-Lo, tão logo somente através de Sua Obra presente na natureza, como se observa nos menores detalhes em qualquer direção que se olhe.
Decorre daí a importância da Doutrina Espírita, que apresenta a proposta da fé raciocinada, que leva o indivíduo a perquirir ao olhar um grão de uma semente qualquer (semente de mostarda para usar o exemplo citado por Jesus).
Como uma semente tão minúscula, guarda em si, potencialmente, um arbusto daquelas dimensões?
Que tipo de segredo ela abriga na sua intimidade, para desabrochar apenas em específicas condições?
Qual a qualidade de energias que ela aciona para amadurecer, florescer e frutificar naquela época?
Onde ela esconde o sabor predominante que detém?
São perguntas, cujas respostas fogem à craveira comum das criaturas, e no entanto, à medida que o conhecimento avança e a ciência se especializa, a razão nos diz que por base disso tudo, lia uma Inteligência Suprema, cuja causa é o Criador Supremo, que conhecemos como Deus, cujas leis acham-se inscritas na nossa consciência, que estamos buscando compreender nos instruindo com os instrumentos que a Doutrina espírita nos oferece, dentre os quais encontra-se a fé raciocinada, que jamais devemos deixar de utilizar, posto que o pensamento é um dos legados maiores outorgados por Deus ao espírito imortal, quando adentramos ao Reino Hominal e conquistamos “o pensamento contínuo” que nos possibilitou as análises, comparações, ilações, deduções, interferências, etc… tão necessárias ao nosso processo de consciência e despertamento para descobrir Deus em sua obra.
A doutrina Espírita nos esclarece que Deus é Onisciente, ou seja, tem todo o conhecimento e não há nada que se Lhe escape, é Onipresente, que corresponde dizer que se encontra em todo lugar, através do fluído cósmico universal que tudo preenche, como tão bem ilustrou o apóstolo dos Gentios, ao estabelecer: “em Deus vivemos em Deus nos movemos” e, como Deus também é Onipresente, isto é, possui todo o Poder, Ele vai permitindo que desvelemos a nossa consciência, à medida em que isto resulte em oportunidade de progresso e evolução para todos, quando estivermos capacitados para tanto e soubermos dignificar tal honraria.
Tendo por base todo o exposto até agora, é que acreditamos que o papel das religiões, fundamentalmente, é levar os seus profitentes à conscientização de suas potencialidades, libertando os indivíduos das amarras da ignorância, tanto quanto, seja possível fazer, mesmo reconhecendo os estágios de entendimento e evolução em que estas se encontrem, no entanto, os seus dirigentes, não podem ser “cegos guiando cegos”, monopolizando conhecimentos, sonegando informações, aprisionando-os com falsas promessas de uma vida futura ao aceitar Jesus simplesmente, com garantia de um paraíso inexistente, ou a reservada de um lugar ao lado do Mestre Galileu, esquecendo-se que até Jesus esquivou-se de atender semelhante pedido dizendo que não Lhe competia semelhante tarefa.
As religiões que encontram-se embasadas em semelhantes conceitos, que são prometidos através de variados rituais, porém, nada garante que sejam realizadas tais promessas, incorrem em gravíssimo erro, cujas penas podemos supor, além do que, fogem totalmente ao que já foi preconizado por Jesus em: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Portanto, somente a verdade que se adquire, através da fé raciocinada, que enfrenta a razão em todas as épocas, face a face, é que nos permite alcançar este nível de consciência.

Cairbar Schutel

OPORTUNIDADES REDENTORAS

O retorno do espírito imortal a uma nova existência corporal, através da reencarnação em outra experiência física, conforme esclarece o Evangelho de Jesus quando estabelece: “Necessário vos é nascer de novo”, deixa transparecer a misericórdia Divina ao ofertar estas oportunidades redentoras para ressarcimento de débitos transatos, com o precioso auxílio da bênção do esquecimento, que funciona como generoso bálsamo, temporariamente abominando a memória extra cerebral, a fim de que os erros, vícios e ações equivocadas do passado, não interfiram ostensivamente nas propostas de melhoria íntima, que eles trazem como programa evolutivo de crescimento moral.
Certamente, tais oportunidades redentoras, encontram-se apoiadas em um planejamento previamente elaborado, limitando de maneira efetiva, o uso indiscriminado do livre-arbítrio do indivíduo em razão do abuso a que se permitiu, tendo agora que arcar com o ônus de cárceres invisíveis e limitadores, na forma de doenças, enfermidades, lesões, deficiências patológicas e transtornos os mais variados, que compõem os incontáveis mecanismos reguladores à disposição da Consciência Divina, capaz de retificar, manejar ou redirecionar o roteiro regenerador do espírito, sem que isso venha a implicar novos débitos para o espírito reencarnado ou aos que lhes estão próximos.
É preciso compreender que cada enfermidade que o Espírito carrega, atende uma necessidade específica de dificuldade íntima de contendo moral, que precisa aceitar-se resignadamente umas; que deve conviver-se equilibradamente com outras e, algumas vezes, exige um processo incessante de buscas, de terapêutica adequada, com recursos apropriados que permitam anular os malefícios dela decorrentes ou, pelo menos minimizar os seus desastrosos efeitos. No entanto, em qualquer dos casos e situações, a resignação, a aceitação, a convivência ou superação dessas limitações, pressupõe que o indivíduo esteja disposto a disciplinar os seus impulsos desgovernados, sem permitir ser mais uma vez dominado pelos arrastamentos inferiores, supostamente irresistíveis, com a velha e gasta justificativa, amplamente difundida, de que “a carne é fraca”, esquecendo-se que sem a presença do espírito, que lhe atende às sugestões, a carne não possui desejos ou vontades de qualquer espécie.
Pode-se, pois, inferir, que toda enfermidade refletindo-se na veste física, especialmente aquelas que conduz em seu bojo, as chamadas limitações constrangedoras, principalmente quando estão visíveis, à mostra e sem disfarces, tem suas matrizes em existências passadas e objetivam educar o indivíduo na presente jornada, tendo em vista futuros compromissos evolutivos, além de permitir alcançar um novo estágio de auto aperfeiçoamento, com uma nova consciência da presença de Deus e suas leis, através da manifestação da dor como preciosa contribuição educativa, como também, a constatação de que a reencarnação, é o mais inigualável instrumento de melhoria progressiva da Humanidade, onde a justiça impostergável de Deus, alcança os réprobos de todos os matizes, com a exata medida inerente ao estágio moral de cada um.
Portanto, se fostes agraciado, na presente experiência física com um corpo limitado, mal formado em sua morfologia, com a presença de graves lesões ou deficiências, aproveita estes ensinamentos e analise-as, uma a uma, do ponto de vista do mundo espiritual, a fim de alargar a tua consciência e o que cada uma delas tem para te ensinar, ciente que tua jornada é transitória, e tão logo consigas aprender o significado delas junto a ti, certamente estarás capacitado a superá-las ou diminuir a importância delas em seu caminho.
Agradece, portanto, o corpo físico onde momentaneamente habita o teu espírito, com a plena convicção de que Deus sendo Pai justo, amoroso e bom ofertou-lhe o mais perfeito conjunto de implementos possíveis nesta vestimenta, com amplas possibilidades para vencer os obstáculos presentes na tua reencarnação.
Não permita que qualquer limitação, independente da gravidade com que ela se apresente, impeça o seu espírito de libertar-se, através da viagem do pensamento, que voa sem fronteiras ou limites, a uma velocidade indescritível, em átimos de segundo, possa te encarcerar em um local de um metro quadrado de dimensão, quando tu tens ao seu dispor, o espaço infinito.

Jesus Gonçalves

OS MÁRTIRES DO AMOR

Difunde-se muito, na atualidade, o conceito equivocado de que, padecer sofrimentos de qualquer natureza, é um sinal indicativo de infelicidade ou atraso moral, como se as pessoas supostamente felizes, já tivessem superado todas as imperfeições e, jamais sofressem qualquer tipo de dores e aborrecimentos, gozando de uma excepcional posição de conforto, isento de qualquer contrariedade.
Ainda perdura culturalmente no homem, embora os notáveis avanços das Ciências, que proporcionam uma excelente qualidade de vida à grande parte da população, a ideia religiosa de felicidade, ligada às benesses de um paraíso de delícias eternas, onde a Bondade Divina acena com a concessão da felicidade sem esforços, sem trabalho, sem contrariedades e sem sofrimentos e, provavelmente sem méritos, para ser usufrutuário disso tudo, sem uma contribuição qualquer por menor que esta seja, em oposição à ideia de estudiosos, pesquisadores e psicólogos, que estabelecem que o homem, de maneira geral, é o resultado daquilo que ele faz de si mesmo.
É fácil comprovação entender, que o sofrimento que provoca padecimentos no indivíduo, decorre normalmente das imperfeições que ele ainda carrega, por ignorância, falta de conhecimentos das injustiças existenciais, rebeldia ou não aceitação dos desafios e impedimentos contingenciais presentes na existência, que nem sempre se apresentam favoráveis, contrariando as expectativas aguardadas, frustrando sonhos e condenando ao fracasso, os projetos de felicidade duradoura que não foram atingidos, deixando em seu lugar um imenso vazio, como se o infortúnio fosse a única herança possível, que restasse ao indivíduo, como fatalidade do destino.
É preciso dilatar o entendimento de que, embora esteja sofrendo, o indivíduo pode encontrar muitas razões ou motivos para ser feliz, ou, pelo menos sentir-se feliz em várias circunstâncias de sua vida, e, por outro lado, também pode suceder, que as razões dos sofrimentos de agora, preparem o terreno, para um possível período de serenidade, paz e relativa felicidade que se vislumbra no porvir.
Além disso, contrariedades, padecimentos, dores e sofrimentos, nem sempre significam atraso moral ou resgate de dívidas do passado, porquanto, os mártires do amor e do ideal do bem ao semelhante, incansáveis batalhadores da compaixão e da solidariedade humana, muito sofreram para edificarem no seio da humanidade a misericórdia, o altruísmo e a solidariedade, a bondade, a caridade e o amor ao próximo, em nome destes ideais que cultivam, sem que isso impedisse a presença da felicidade, visto que estes padecimentos aconteciam em nome do bem e do amor.
Jesus, em certo momento, faz referência nesse sentido dizendo: “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo amor ao meu nome”, mostrando que aquele que tem amor, tem ideal no bem, certamente sofrerá padecimentos, notadamente quando se tem Jesus como modelo desse ideal, encontrará resistências e dificuldades inúmeras para se fazer compreendido pelos demais, que por não compartilharem da mesma causa, não postulam os mesmos princípios éticos morais, não compreendem tais propósitos nobres, por não possuírem tais preocupações, no entanto, não obstante os imensos obstáculos do caminho, estes idealistas, continuam firmes e perseverantes, sem tréguas, desânimo ou esmorecimento, acumulando dificuldades e padecimentos adversos, porém, felizes e seguros do que fazem, alimentados pela convicção de que sofrem hoje, para garantir no porvir, um amanhã de serenidade e paz, guardando a certeza de que o padecimento é tão somente uma ligeira etapa na infinitude da felicidade.
Esses mártires do amor, encontram-se espalhados por toda a terra, sempre dispostos a autodoação, onde quer que exista alguém, em extrema necessidade, de olhar tímido, com a mão estendida em súplica silenciosa.

Inocência da Caridade

UMA JORNADA CURTA

Compreendemos a dor que se aprofunda como impiedoso aguilhão, no coração de mãe, ao ver o seu filho querido em tão tenra idade, partir inesperadamente do aconchego de seus braços, inesperadamente, sem qualquer explicação satisfatória e racional, compreensível ao entendimento materno, que impotente ante o infausto acontecimento, busca recompor o equilíbrio perdido, a fim de resignar-se ante os caminhos traçados pelo destino.
Nestes momentos, quase sempre as palavras de conforto ao coração enlutado, caem no vazio, sem condição de balsamizar as chagas abertas no sentimento de perda, porém, o conhecimento da Doutrina Espírita se apresenta como uma tábua de salvação, para esclarecer as finalidades e motivações de uma jornada tão curta para uma existência que prometia ser promissora.
Naturalmente, uma jornada curta, seja de alguns anos, alguns meses ou dias, ou mesmo uma jornada de algumas horas, quando não se apresenta frustrada ainda no ventre materno, em severa obediência aos Códigos Superiores da Vida, todas elas, guardam imponderáveis antecedentes, que se perdem na romagem dos tempos, e no entanto, são necessidades dos espíritos ali envolvidos, para leva-los ao progresso evolutivo e consequente processo de auto aperfeiçoamento.
Quando alguém em jornada curta vem à terra, para passar por estas circunstâncias, em que seu passado apresenta uma nódoa, uma mancha ou estigma, resultantes das Divinas Leis que foram defraudadas, necessita dos recursos existentes nos mecanismos de amparo da Misericórdia de Deus, a fim de retificar roteiros equivocados e comprometedores, para poder retomar o caminho da harmonia e do equilíbrio, momentaneamente abandonado por invigilância ou indiferença.
Uma jornada curta representa uma oportunidade de recomeço ao suicida, que inconscientemente deu cabo da própria vida, tentando evadir-se das adversidades e sofrimentos da existência que levava, como se isso fosse possível.
De outras vezes são oportunidade de retificação de caminhos, daqueles que colocavam a vida em jogo, através da prática de esportes violentos, agressivos ou radicais, dos confrontos armados, das disputas da cobiça por heranças e patrimônios, ou do exibicionismo das brincadeiras de mau-gosto, apontando armar para o próprio ouvido ou do amigo de forma infeliz.
Essas jornadas curtas guardam profundas lições para o espírito eterno, que no cômputo geral, após as necessárias reflexões compreende que alguns anos, meses ou dias, nada representam como prejuízo em sua evolução, pelo contrário, permite ao espírito imortal compreender melhor a Justiça Divina, que supostamente, ao punir o réprobo, oferece as condições necessárias para a reparação dos danos.
Quanto aos pais, que os receberam por tão pouco tempo, sem entenderem a finalidade de uma vida tão curta, sofrem dores pungentes na alma e no coração, necessitando trabalhar a própria resignação, diante de fatos para os quais não existe solução, a não ser a aceitação, acerca da ação da justiça, porquanto, sob o sol da Misericórdia Divina, todos serão amparados, tanto o ente que partiu, aparentemente sozinho, quanto os que aqui ficaram.
Por isso, pais que recebem em seus lares esses espíritos, devem agradecer a Deus a presença desses anjos em suas vidas, que apesar do rápido retorno à vida espiritual, deixaram muitas lembranças risonhas, de ternura e afetividade que ensejaram momentos alegres e esperançosos, restando agora, lágrimas furtivas e olhares distantes e tristonhos diante do berço vazio.
E em razão disso a Doutrina Espírita em tão boa hora, alarga a compreensão das criaturas, aumenta o discernimento ante a apresentação de novos paradigmas, reafirmando que estamos todos fadados a viver nossa imortalidade, dentro ou fora do copo, porém, sempre presente na vida imortal.
Aceitar, com resignação os desígnios de Deus que ainda não compreendemos, e procurar conviver em equilíbrio e harmonia a presente jornada provacional, posto que são ocorrências que conduzem em seu bojo, muitas bênçãos de renovação e progresso.
Indiscutivelmente sabemos quanto sofrem esses corações; quanto a saudade maltrata os sentimentos e machuca os corações; quanto é dolorido uma maternidade frustrada no nascedouro ou, o aborto espontâneo de uma natimorto ou anencéfalo, deixando na retaguarda um rastro imenso de aflitivas indagações sem as correspondentes respostas.
Temos que entender que a vida prossegue, incessantemente, e os espíritos que vieram nessas circunstâncias, depois do necessário refazimento, onde poderão remodelarem seus perispíritos lesados ou deformados, poderão renascerem em futuro próximo, talvez até nos mesmos lares, reatando os mesmos laços afetivos momentaneamente rompidos, para nova jornada de permuta de afeição e carinho, porquanto, Deus é Amor, e é em nome desse amor que a benção da reencarnação se faz mais uma vez, para harmonia das leis, amparo aos que se encontram em aflições e bem-aventuranças aos que choram em nome do amor de Deus, nosso Pai.

Inocência da Caridade

ALEGRIA CRISTÃ

Caros irmãos, já disseram alhures que todas as vezes que vos reunirdes a serviço do amor do próximo, em nome de Jesus, deveis conservar na intimidade do coração, a alegria cristã pela oportunidade deste encontro, pois, afinal de contas Jesus nos asseverou que nos trazia boas novas de alegrias para nossas vidas, e que estas eram abundantes.
Convém lembrar que o espírita, mais que qualquer outro seguidor dos vários credos ou correntes religiosas existentes na Terra, sabe por experiências individual, que o Espiritismo em suas vidas, é a presença de Jesus voltando a falar mais uma vez às ovelhas desgarradas de Israel, relembrando as lições já ensinadas e ainda não totalmente compreendidas.
Certamente, o espírita possui inúmeros motivos para cultivar a alegria e a fé, porquanto, ao recordar-se dos ensinamentos do Mestre, lembrar-se-á que o consolo é uma constante que segue o indivíduo em todas as suas existências.
Não é possível esquecer das palavras do Mestre amorável, falando silenciosamente na intimidade da alma, a promessa inolvidável: “Irei preparar-vos o lugar”, demonstrando que a sua preocupação com todos, não se restringia apenas a esta existência, mas, também ao nosso porvir.
Quando recordamos do seu convite:
“Vinde a mim, todos vós, que vos encontrais aflitos e sobrecarregados…“ implica dizer, que todos nós podemos chegar até Ele, sem exceção, entretanto, quem encontra-se reencarnado nas paisagens do planeta, não pode esquecer o alerta já enviado pelo Mestre Amoroso, quando estabeleceu: “No mundo só tereis aflições”, esclarecendo àqueles que priorizam ao atendimento dos apelos do mundo, colecionarão decepções e fracassos de toda espécie, visto que os eventos do mundo sempre são transitórios, não apresentando condições de atender aos anseios de felicidade plena e duradoura, que naturalmente se busca, no processo constante de evolução do Espírito rumo ao auto aperfeiçoamento.
Portanto, meus irmãos, não desdenheis jamais, as inúmeras lições recebidas, seja através das aulas e esclarecimentos nas várias etapas da existência; seja dos ensinamentos hauridos das palestras no salão das exposições doutrinárias, ou, através das palavras generosas e compreensivas durante o atendimento fraterno, além das palavras edificantes dos amigos e mentores espirituais, vindas pelos mais diferentes médiuns, contribuindo para auxiliar o indivíduo em suas reflexões necessárias, elucidando e esclarecendo quanto a oportunidade de posterior retificação de algum roteiro percorrido de forma equivocada.
O espírita, principalmente aquele que já se encontra engajado em tarefa ou atividade em algum núcleo espírita, não deve ter receio de sofrer algo que não faça parte de sua programação rumo ao aperfeiçoamento relativo que a todos encontra-se franqueado, por concessão da Misericórdia Divina.
Toda tarefa, por menor que seja, quando bem realizada na base do amor e da vontade, se constitui em uma proteção vibratória, capaz de rechaçar possíveis ataques das entidades infelizes, sofredoras e maldosas, que ainda não entendem a força do bem e do amor na vida das criaturas, como a única fórmula evangélica para a salvação, conforme o Evangelho de João, ao esclarecer: “…o amor cobre a multidão dos erros”, e a própria doutrina espírita, tão bem alicerçada no Evangelho de Jesus inspirando Allan Kardec a estabelecer que: “Fora da caridade não há salvação”.
Por isso, amados irmãos em Cristo, continuar confiantes na atividade que está sob as vossas responsabilidades, porquanto, sempre que estiverdes com a consciência tranquila pelo dever retamente cumprido, os Benfeitores do Alto, responsáveis e dirigentes dos trabalhos no outro lado da vida, saberão minimizar os problemas, desafios e adversidades, que ainda encontram-se no histórico existencial de todos, em razão dos débitos transatos que precisam ser ressarcidos.
Muita fé e confiança para todos, sem receios ou temores de qualquer espécie, pois Deus, a fonte supridora da vida, não abandona nenhum dos seus filhos.
Fiquem em paz.
Inocência da Caridade

Página psicografada no Grupo Espírita Joana de Angelis, dia 26 de abril de 2011, no trabalho sob a direção de Cleusa Vespa.

O EXERCÍCIO DA GRATIDÃO

Aceite com serena gratidão, todos os acontecimentos e a maneira como estes tem chegado à tua presença, ciente que Deus, o Criador de todas as coisas sabe, com a mais absoluta precisão o que é melhor para ti.
Aprende, com harmonia e equilíbrio, a receber o quinhão que te cabe, por conta da Misericórdia Divina, dos recursos emanados das fontes supridoras da Vida Maior, com a compreensão dilatada que ainda não fazes jus a suprimentos maiores, posto que teus esforços estão aquém de tuas exigências, e tão logo o mereças, Deus, que é todo bondade, amor e justiça cuidará para que nada te falte, no momento certo.
Alarga os horizontes de tua compreensão, com espírito de resignação e consentida renúncia, demonstrando inabalável confiança quanto ao amparo que recebes dos Benfeitores Espirituais, em especiais momentos de tua existência terrena, conforme vens constatando nos recentes dias, cujas benesses demonstram a proteção da qual tens sido objeto.
Cultive o hábito da gratidão em todos os dias de tua existência carnal, pois, desconheces a exata medida utilizada na Contabilidade Divina, para dimensionar o valor de tuas realizações a serviço do Bem, realizações espontaneamente, sem outro interesse manifestado, além de pautar-se dentro do abnegado exemplo de Jesus o Guia Modelar de toda a humanidade.
A gratidão é uma sublimada virtude, que deve ser exercitada com maior frequência, por parte daqueles que dizem seguir ao Cristo Jesus, mormente quando estes seguidores já receberam inúmeras provas, de convicção e certeza inquestionáveis.
Portanto, não alimentes questionamentos levianos e infundados, quando não recolhes os frutos do teu trabalho na Seara do bem, na proporção que acreditas merecer, porquanto, a maioria dos servidores da Vinha do Senhor, ainda não fizeram o suficiente, para que o fiel da balança pendesse para o lado do mérito e, certamente ainda muito distante do crédito que já julgamos possuir.
Quando observado de forma imparcial, isento de justificativas ou explicações vazias de critérios objetivos, nos damos conta que ainda nos comportamos como filhos mimados e ingênuos, cobrando favores e privilégios inoportunos, que se recebêssemos sem as restrições disciplinadoras de nossos desejos, nos ocasionariam mais males que benefícios, que nos enfraqueceriam a vontade, acorrentando-nos a uma acomodação improdutiva, anulando dessa forma, o esforço que nos cabe realizar rumo ao crescimento evolutivo.
É sempre bom recordar os ensinamentos de Jesus, ao esclarecer: “Quando fizerdes a um dos meus irmãos mais pequeninos, é a mim que fazeis”, estabelecendo que a recompensa pelo fazer em benefício do semelhante é sempre maior para quem o faz, visto que quando se faz, faz-se a favor de Jesus, que sabemos não possuir necessidade alguma, e que, se não fizermos, outros serão chamados para fazê-lo.
Imbuído desse conhecimento, procure ser grato em todas as oportunidades à frente.
Agradece a tudo e a todos, em todas as circunstâncias e experiências vividas. Agradece as conquistas do cotidiano, porém saiba ser grato aos fracassos e decepções.
Agradece a felicidade experimentada e aos momentos de ventura e estesia, no entanto saiba ser grato nos instantes de sofrimentos e provações, que ficaram na retaguarda, como recordação amarga que já foi superada e esquecida.
Agradece as decepções, o distanciamento ou o abandono dos afetos próximos, porém, não esqueça de agradecer os momentos que foram passados juntos, nutrindo a esperança de que no porvir, a roda das reencarnações possam proporcionar novos reencontros, mais duradouros e felizes, sedimentando as afeições que no passado foram tão fugidias.
Agradece o lar, a família, as afeições especiais, as amizades fieis, os irmãos e companheiros de ideais, tão importantes e preciosos na sustentação do equilíbrio e da harmonia obtida, mesmo que à custa de sacrifícios e aflições, posto que toda experiência feliz ou infeliz, sempre ensina uma lição de profunda serventia no aprimoramento do espírito imortal, visto que o exercício da gratidão é um largo passo nas pegadas de Jesus.

Inocência da Caridade

O DEVER CUMPRIDO

Na salutar convivência com o Mestre Jesus, o evangelista Matheus em suas anotações, destaca o seguinte texto: “Dá conta da tua administração…” o que nos leva a tecer alguns comentários acerca disto, sem a pretensão de direcionar ou impor nossa interpretação sobre o entendimento de qualquer outra que já tenha sido firmada.
Quando alguém se encontra responsável pela administração de qualquer coisa, naturalmente, está sujeito a ganhos e perdas, dependendo da forma que imprime a própria administração, levando-o a contabilizar os sucessos quando bem empreendido ou, arcar com o ônus do fracasso quando mal sucedido neste tentame, porém, ciente que a responsabilidade lhe compete exclusivamente.
Vejamos o que implica administrar a existência de um indivíduo, em suas diversas facetas, começando pelas suas necessidades mais elementares, como a alimentação, por exemplo.
Jesus, o Divino Amigo estabelece que “nem só de pão vive o homem”, logo, podemos deduzir que ao lado do alimento material, com todos os recursos nutritivos e saudáveis para o equilíbrio orgânico, faz-se necessário incluir os nutrientes da alma, através do cultivo dos bons pensamentos acerca da paz, da saúde, do trabalho, do lar, das afeições de amigos e familiares que fazem parte da convivência em comum, com gratidão pelas bênçãos que felicitam a todos, e que muitas vezes ficam esquecidas por falta de reconhecimento.
Entretanto, o homem possui necessidades outras que precisam ser bem administradas, como as emoções e sentimentos, alicerces indispensáveis para um bom equilíbrio mental, tão imprescindível nos dias que correm, onde as situações de competição e disputa exigem respostas imediatas frente aos desafios, sem prejuízos psíquicos que alterem o equilíbrio e a harmonia intima da criatura, evitando-se os estresses, as depressões e os transtornos comportamentais, responsáveis por largas parcelas das enfermidades de caráter emocional, que desestruturam as defesas naturais que todos possuem, com graves reflexos o corpo físico.
Devemos  ainda citar, a administração dos sonhos, aspirações e ideias de progresso e evolução, adequando-os, quando possível, as necessidades de uma sociedade cada vez mais exigente quanto a “performance” dos cidadãos que a compõem, onde a informação, o conhecimento, a especialização e a competência cada vez mais massificantes e específicas, excluem do seu seio, os indivíduos sonhadores, idealistas, visionários, sem espaço para devaneios mentais ou esperançosas utopias, como se fossem crimes imperdoáveis que precisam ser extirpados.
Além disso que foi exposto, o homem enquanto ativo dentro da coletividade, se relaciona no trabalho, na família, na escola, nos agrupamentos sociais e religiosos, onde naturalmente será cobrado por todos, na administração do seu tempo, para atender a cada um desses setores, cumprindo as exigências que lhe estão afetas por decorrência das tarefas assumidas.
Seja no trabalho por força de contrato e salário, cujas clausulas exigem o cumprimento sem o que não há remuneração, na família, como pai ou companheiro no papel de provedor, com responsabilidades no amparo e educação dos filhos, na assistência pessoal e material aos demais membros do clã familiar, caso existam, assim como, procurando estudar com a finalidade de alargar os horizontes do conhecimento pessoal, objetivando equipar-se de instrumentos capazes de impulsioná-lo nos degraus do progresso, sem perder de vista seu papel como cidadão, que não deve ser um peso ou fardo difícil para a sociedade onde encontra-se inserido. É sempre preferível encontrar-se na condição de atender o próximo, que situar-se como aquele que depende da caridade alheia, ou dos programas sociais do poder público para sobrevivência.
Assim, onde quer esteja o homem, certamente em seu entorno, encontrar-se-á também, inúmeros motivos impulsionando-o a prestar contas de sua administração, seja no plano individual, familiar ou social, existe implícito na sua ação uma relação de direitos e deveres, que não se deve ignorar, embora as cobranças sejam sempre alardeadas de maneira altissonantes, enquanto os deveres costumam passar desapercebidos.
Por isso, o texto de Matheus com que iniciamos nossos comentários, é extremamente oportuno e atual, o que equivale dizer em nossa modesta apreciação que “Dá contada tua administração…” pode ser um estímulo para todos esforçarem-se em manter seus deveres retamente cumpridos.

Inocência da Caridade

ERGUE-TE

Ergue-te de teu leito de dor, onde sofres até à exaustão, e procura auxiliar tanto quanto te seja possível, doando-te ao teu semelhante.
Não fiques indiferente à dor do teu irmão, pois, pode ser que tua aflição seja resultante de débito anterior, que em forma de enfermidade te encontras presentemente quitando, a fim de que teu amanhã, resplandeça de esperanças sob o amparo dos Amigos Espirituais.
Levanta-te da horizontalidade da inércia e da indiferença, e busque alcançar a verticalidade do seareiro que se encontra a serviço de Jesus sempre que esqueces de ti mesmo, esquecido da aflição que carregas, e entrega-te ao serviço de disseminar o bem, em favor de algum irmão menos favorecido, certamente estarás renunciando a ti mesmo, conforme proposta de Jesus, marchando firme sob o peso da cruz de tuas próprias aflições, praticando a real caridade, anônima e desinteressada, pois desconheces a quem estás auxiliando.
Por isso, o Evangelho do Mestre é muito esclarecedor ao estabelecer que, quando fazes a um dos irmãos mais pequeninos, é ao próprio Mestre Jesus que auxilias, e, em razão da bondade distributiva de Deus, certamente encontras auxiliando a ti próprio, nas ocorrências habituais do cotidiano.
Por isso, levanta-te e anda, não para evadir-te de contribuir e auxiliar, porém, para te colocares à disposição das Equipes Espirituais afim de cumprir a parte que a ti cabe realizar.
Assim, irmãos e amigos, a tarefa irá representar a ação caridosa, que a todos irmana através do amor, tanto aqueles que estão na esfera de amparo dos Bons Espíritos, quanto aqueles que se debatem em incontáveis necessidades, no entanto, todos sob o império da lei do Amor em nome de Jesus.
Portanto, quando estás em tarefa de auxilio, não se deve desanimar, achando-se órfão do amparo de Jesus, pois isto jamais ocorrerá, mormente, quando o servidor cumpre com amor e fidelidade o que está sob a tua responsabilidade.
Entretanto, nunca se deve esperar gratidão pelo trabalho realizado, pois a gratidão é um sentimento abençoado que precisa estar sempre presente no coração daquele que se encontra em tarefa na Seara de Jesus.
Sabe-se que a Seara é imensa, e os tarefeiros de boa vontade ainda são reduzidos em todo núcleo de atendimento à dor do semelhante.
Por isto, conclamamos.
Ergue-te do teu leito, mesmo que te encontres enfermo.
Esquece as tuas dores, pois elas não são as mais doloridas ou duradouras. Existem outras dores, ocultas, que ignoras, que são maiores e mais extensas que as vossas.
O importante é permanecer fiel à tarefa, como também às propostas de crescimento evolutivo, que aprendemos quando nos encontramos inscritos na escola do Amor do Cristo Jesus.
Seja incansável, no auxílio e seja perseverante na aplicação do bem ao semelhante. Continue em serviço ativo, mesmo que o coração esteja sangrando com as adversidades que te visitam, pois, mede-se a dedicação do servidor em virtude da capacidade de desprendimento que ele possui, para olvidar-se completamente de si, e lembrar-se somente da dor do seu irmão, que continua confiante no amparo que verterá do Alto por intermédio de tua dedicação.
Quando alguém faz um bem a outrem, esse bem tem que alimentar de bênçãos o coração desse alguém, para que ele jamais se afaste do bem.
Inocência da Caridade

Página psicografada pelo médium José Maria de Medeiros Souza, na reunião de 4.ª feira à tarde, do Grupo Espírita Joana de Ângelis, sob a direção de Cleusa Vespa, dia 14 de abril de 2010.

O EXERCÍCIO DO AMOR

O Evangelista João, repetindo o Celeste Amigo estabelece, de forma muito simples, para conhecimento de todos, que “o amor cobre a multidão dos pecados”, incentivando-nos a iniciativa de amar. Refletindo um pouco acerca destas palavras, sobressai de imediato, a clareza do sentimento de amar, ser uma ação, que sobrepõe-se a quaisquer outras ações que tenhamos experimentado, direta ou indiretamente, em qualquer de nós outros, que não tenha deixado sinais de sua passagem, na forma de suave encantamento ou doce ternura sempre que assoma aos pensamentos.
Além do que, podemos dilatar um pouco mais acerca desta frase “sobre o amor cobrir a multidão dos pecados”, entendendo que embora sejam variados os pecados (Multidão), fica patente que o amor precisa ser exercitado em todos os níveis, por todos aqueles que encontram-se em dificuldades de relacionarem-se afetivamente, em qualquer grau, dessas relações, motivado por desgastes, acomodação, indiferença ou desentendimento.
Assim sendo, o exercício do amor, como outro qualquer exercício, precisa ser praticado constantemente, por todos que se dizem amar, porém, não demonstram de forma efetiva, que realmente amam, porquanto, quem se exercita habitualmente, no caso em tela, o amor, naturalmente demonstra esta habilidade em todas as suas atitudes, independente de tempo, circunstância e lugar, como também do grau de envolvimento, sintonia ou afinidade, porquanto, o sentimento “amor” encontra-se presente em quem o exercita, posto que é uma habilidade adquirida, cultivada muitas vezes à custa de renúncia, tolerância, zelo e amistosa convivência, onde o outro(a) é o objeto motivador ou inspirador deste sentimento.
Como se pode observar, o exercício do amor, vai sedimentando naquele que ama, a prática de algumas qualidades nobres como a tolerância, a paciência e outras mais, que resultam na conquista de virtudes, sem a necessidade das cobranças costumeiras, das exigências impertinentes, das reclamações sem fundamentos, das proibições desrespeitosas, das inconvenientes chantagens emocionais e, da crueldade das agressões, não somente as que são verbalizadas, como também as que decorrem dos olhares de reprovação, do sorriso de desdém, do silêncio sepulcral ou da fingida indiferença, que ferem profundamente os tecidos da alma.
Portanto, o exercício do amor, como se depreende do ensinamento evangélico acima exposto, e uma fonte inesgotável de bênçãos generosas, suprindo de energias balsamizantes, que atuam como poderoso elixir revigorante, preenchendo de fluídos saudáveis todas as células do corpo físico, além de harmonizar as emoções em decorrência do equilíbrio alcançado, permitindo que o indivíduo que se decide a amar, ao exercitar este amor, que não importa se para as flores, os pássaros, os animais, os amigos, os familiares, os pais, os filhos ou alguém em especial, esse amor certamente cobrirá a multidão dos pecados, que deixará de ter relevância, no seu cotidiano, porquanto ele, o amor, libertar-se-á de toda injunção aflitiva, desatará todos os nós de compromissos ou comprometimentos, e sobreviverá, em qualquer circunstância, perto ou distante, nesta ou em qualquer outra dimensão onde possa expressar-se, posto que, o exercício do amor revela que quanto mais o indivíduo ama, mais este amor se fortalece, e mais ele se eleva, sobrevive e se eterniza.
Por tudo isso, precisamos do exercício contínuo do amor, para entender Jesus quando disse: “Uma só coisa vos é necessária, que vos ameis, uns aos outros”.

Inocência da Caridade

HOJE

Vives hoje o melhor momento de tua presente existência, nem ontem que já passou, nem amanhã, que ainda não chegou, tem tanta importância quanto hoje.
Ontem ignoravas o conhecimento que já acumulastes, e estes conhecimentos trouxeram-te tantas experiências, tanta maturidade e tolerância, que hoje, eles representam os alicerces de teus dias; amanhã, certamente desconheces os desafios que serão colocados diante de ti, intencionalmente preparados, para testar ante os conhecimentos que já deténs, tua habilidade para equaciona-los, e no entanto, não tens certeza se serás capaz de vence-los.
Hoje, estás inscrito como modesto servidor na Seara do Mestre e, sabes por experiência pessoal, as renúncias que a ti impusestes, perseverante e silenciosamente, ocultando as lágrimas sentidas, que companheiros menos vigilantes te provocaram, desconhecendo o esforço que fazes, para merecer e honrar tal distinção.
Ontem, ignoravas o amor de Jesus pelas ovelhas tresmalhadas de seu rebanho, teimosamente fugindo do aprisco redentor, desconhecendo que ali se encontrava a melhor proteção existente para teus males e derrocadas morais.
Amanhã, ainda é uma grande incógnita na sucessão dos teus dias, e segues viajando pelas paisagens terrenas, com temor e insegurança nos propósitos que aspiras, posto que estes, que ainda não se concretizaram, acham-se no campo das promessas ou probabilidades; sem nada de concreto.
Hoje é o abençoado dia da tomada de posição, com atitude segura e intimorata, para a renovação de tuas paisagens mentais, face à experiência na ação da caridade a que te dedicas, transitando das cadeias do ego personalista, para as portas abertas da solidariedade rumo aos corações dos semelhantes.
Amanhã, ainda tens débitos a ressarcir, contas a pagar, e desconheces se terás que quitar tua dívida à vista em momento inoportuno, ou se à prazo, debaixo de ingentes esforços, com aceitação resignada frente aos infalíveis mecanismos das Leis Divinas.
Ontem, de maneira rebelde, recalcitravas frente a qualquer aguilhão ou contrariedade, como se tua jornada se constituísse de um imenso espinheiral, a ferir-te impiedosamente a vontade e os sentimentos, esquecido que na terra, ninguém encontra-se em regime de exceção; posto que isto contraria sobremaneira, o conceito de bondade e justiça de Deus.
Portanto, não te permitas jamais esquecer, hoje, é sempre o melhor dia, não apenas para ti e tua vida, como também para todos os outros, que se deixam absorver pelas lições esclarecedoras de Jesus, incorporando-as em tua vida.
Hoje, tens diante de ti, uma abençoada oportunidade de redimir-se de teus erros e gravames do pretérito, objetivando melhor conduzir-te nos dias futuros.
Certamente, já conquistastes sabedoria e conhecimento suficientes para melhor agires no teu campo físico, e por isso guardas também a certeza, de que o amparo divino mantém-te em constante proteção junto à família espiritual.
Portanto, hoje é o teu grande momento, vive-o intensamente, e assim lograrás equilíbrio íntimo, harmonia interior e, muita paz em teu coração.

Inocência da Caridade

Página recebida no Grupo Espírita Joana de Ângelis, no trabalho da 4,ª feira, Santo André, 14 de abril de 2010.