Todos os posts de admin

CARLOS JULIANO TORRES PASTORINO – BIOGRAFIA

Carlos Juliano Torres Pastorino


Nascido em 4 de novembro de 1910 e desencarnado em Brasília – DF em 13 de junho de 1980.
Era mais conhecido por Prof. Pastorino e era filho de José Pastorino e Eugênia Torres Pastorino. Desde criança demonstrou inusitada inteligência e vocação para a vida eclesiástica com apenas 14 anos de idade, em 1924, recebeu os diplomas de Geografia, Corografia e Cosmografia, do Colégio D. Pedro II e, logo em seguida, ainda no mesmo ano, o diploma de Bacharel em Português, no mesmo colégio. Viajou para Roma a fim de cursar o Seminário, onde, em 1929, foi diplomado pelo Cardeal Basílio Pompili, para a Ordem Menor de Tonsura. Formou-se em Filosofia e Teologia em 1932, sendo ordenado sacerdote em 1934.
Abandonou a vida eclesiástica da Igreja Católica Romana, quando, em 1937, aguardava promoção para diácono. Surpreendeu-se com a recusa do Papa Pio XII, em receber o Mahatma Gandhi em seu tradicional traje branco. O Colégio Cardinalício exigia que o grande líder da Índia vestisse casaca, para não quebrar a tradição das entrevistas dos chefes de Estado. O Prof. Pastorino, diante dessa recusa, imaginou que se Jesus visitasse o Vaticano, não se entrevistaria com o Papa, pois vestia-se de forma similar a Gandhi, e jamais se sujeitaria ao rigor exigido pela Igreja.
Regressou de imediato ao Brasil e desenvolveu intensa atividade pedagógica. Ingressou no Instituto Ítalo-brasileiro de Alta Cultura, como professor de Latim e Grego, cargo que exerceu de 1937 a 1941. Em 1938, recebeu o registro de Professor de Psicologia, Lógica e História da Filosofia do Ensino Secundário. Foi também professor de Espanhol.
Em paralelo com o magistério, exercia atividades jornalísticas, como correspondente dos Diários Associados. Foi Adido Cultural e Jornalístico da Academia Brasileira de Belas Artes. Sócio de inúmeras Sociedades Esperantistas, no Brasil e no exterior. Delegado especializado (Faka Delegito) da Universidade Esperanto Asocio, com sede na Holanda foi fundador da Sociedade Brasileira de Esperanto, no Rio de Janeiro. Sua bibliografia é extensa, com mais de 50 livros publicados e outros tantos inéditos.
Escritor, jornalista, teatrólogo, radialista, historiador, filólogo, filósofo, professor, poliglota, poeta e compositor. Falava fluentemente vários idiomas, legando-nos inúmeros livros didáticos. Traduziu obras de vários autores ingleses, franceses, espanhóis, italianos, clássicos latinos e gregos.
No dia 31 de maio de 1950, terminava a leitura de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, que recebera por empréstimo de um seu colega do Colégio D. Pedro II. Nesse dia declarou-se espírita, data que guardava com muito carinho. Passou a frequentar o Centro Espírita Júlio César, no Grajaú, o qual foi sua escola inicial de Espiritismo. No dia 8 de janeiro de 1951, com um grupo de abnegados companheiros, fundava o Grupo Espírita Boa Vontade, posteriormente mudado para Grupo de Estudos Spiritus, para não haver confusão com a Legião da Boa Vontade.
No Grupo de Estudos Spiritus, nasceu o Lar Fabiano de Cristo, o boletim SEI (Serviço Espírita de Informação). Fundou a Livraria e Editora Sabedoria e a revista com o mesmo nome, prestando relevantes serviços à Doutrina, no terreno cultural.
O professor Carlos Torres Pastorino realizou muitas palestras no Rio de Janeiro e em vários outros Estados. Participou ativamente de Congressos, Semanas Espíritas, Simpósios, Cursos e tantos outros eventos. Fez-se sócio de inúmeras instituições espíritas e colaborou com a imprensa espírita nacional e do exterior. De sua vasta bibliografia espírita, destaca-se Minutos de Sabedoria, que bate todos os recordes de vendagem, já em várias edições, Sabedoria do Evangelho, publicado em fascículos na revista Sabedoria e Técnicas da Mediunidade, excelente livro sobre o assunto.
O grande sonho do Prof. Pastorino era criar uma Universidade Livre, para ensinar Sabedoria. Em 1973 recebeu, por doação, do Dr. Miguel Luz, famoso médico paulista, já desencarnado, magnífico terreno numa área suburbana de Brasília, denominada Park Way, onde iniciou as obras da Universidade. Já com algumas dependências construídas, passou a residir no local, para administrá-la. Chegou a realizar vários cursos, estando a sua Biblioteca em pleno funcionamento, com o respeitável número de 8000 volumes, adquiridos ao longo de sua existência, toda voltada para a cultura geral e o bem-estar da Humanidade.
Foi casado com Da. Silvana de Santa M. Pastorino, deixando três filhos maiores e sete netos. Deixou também um casal de filhos menores do segundo casamento.

Fonte: Personagens do Espiritismo de Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy – Ed. FEESP – 1.ª ed. – 1982 – SP – Brasil.

CARLOS JORDÃO DA SILVA – BIOGRAFIA

Carlos Jordão da Silva

Carlos Jordão da Silva nasceu no dia 26 de agosto de 1903. Filho de José Jordão da Silva e Amália Mendonça da Silva, casou-se com Maria Geralda de Macedo Jordão.
Foi figura de grande projeção no movimento espírita de São Paulo. Seu nome era conhecido em todo o Brasil, dado o vulto do trabalho por ele desenvolvido.
No ano de 1946, integrou-se na Liga Espírita do Estado de São Paulo, da qual foi representante junto à USE, União Social Espírita, cujo nome foi posteriormente alterado para União das Sociedades Espíritas.
Tomou parte ativa na fundação da Fraternidade Espírita Evangélica, entidade que posteriormente foi dissolvida e incorporada à Federação Espírita do Estado de São Paulo. Foi membro e Diretor-Tesoureiro da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, fundada por Anália Franco. Foi ainda um dos fundadores do Lar do Amor Cristão e fazia parte do Conselho da Instituição Beneficente Nosso Lar, de São Paulo.
Com o advento do Pacto Áureo, consumou-se a unificação do Espiritismo em torno da Federação Espírita Brasileira. Carlos Jordão da Silva tornou-se o Delegado do Estado de São Paulo junto ao Conselho Federativo Nacional, função que exerceu durante quase um quarto de século.
Desde muito jovem, Carlos se interessou pelas coisas do Espiritismo, por meio de várias leituras, assimilou logo a Doutrina. No entanto, somente a partir dos 40 anos de idade, interessado em obter respostas a certos problemas da vida, se integrou resolutamente nas fileiras espíritas.
Afirmava sempre que somente o Espiritismo havia equacionado as suas indagações, principalmente pelo fato de encará-lo sempre em seu tríplice aspecto de Ciência, Filosofia e Religião.
Carlos retornou ao plano espiritual em 07 de dezembro de 1985.

Fonte: Memória Espírita do site da Rádio Boa Nova (www.radioboanova.com.br).

CAMILLE FLAMMARION – BIOGRAFIA

Camille Flammarion

O popularizador da Astronomia e divulgador do Espiritismo, “de estatura regular, de expressiva fisionomia, o ilustre astrônomo parece concentrar em seu olhar toda a energia de sua alma, toda a vivacidade de seu espírito. Até o nome leva o selo de sua natureza e, por assim dizer, o signo estranho de seu destino (Flamma Orionis…)” (Biografias, Artículos y Datos Espiritistas, recopilados por E.E.G. – Madrid – Revista Psicologia La Irradición, 1896).
Astrônomo célebre, sábio e filósofo, o extraordinário investigador francês é, também, famoso e respeitado autor espírita, presidente da “Societé Astronomique de France”, diretor do Observatório de Juvisy, dotado de “estilo encantador” (como se refere Léon Denis); ex-presidente da S.P.R. (Society for Psychical Research), encarnado em Montigny-le-Roi, Haute-Marne, França, num sábado, à uma hora do dia 26 de fevereiro de 1842; e, como ele mesmo diria mais tarde, “estava muito impaciente para chegar à Terra, e não esperou os 9 meses; nasceu aos 7 meses.”
A região da cidade onde nasceu teve uma grande influência romana; daí a razão de muitos dos seus habitantes terem nomes com essa origem. Camille é um deles.
Era descendente de modesta família de lavradores. Aos 4 anos sabia ler. Na Escola Comunal foi o primeiro da classe, conquistando, nos primeiros cursos, uma Cruz de Honra, que guardava como recordação de seu primeiro mestre, o Senhor Crapelet.
Sua desencarnação ocorreu, aos 83 anos, em Juvisy-sur-Orge, França, tendo sido “inhumé dans son jardin”, no vasto Parque do Observatório, de Juvisy, no dia 4 de junho de 1925. “Il est mort comme um poète, comme um amourex du ciel.”
Com a sua desencarnação, sua esposa Mme. Gabrielle Camille Flammarion (quando solteira, Gabrielle Renaudot, que era sua secretária) assumiu a direção do Observatório, desencarnando, porém, dois anos após.
Em 1858, com 16 anos de idade, Camille foi admitido como auxiliar no Observatório de Paris e fez parte do “Bureau des Longitudes”, como calculador.
Desde muito jovem se deu a conhecer no mundo das letras com a notável obra “La Pluralité des Mondes Habités”, que escreveu aos 19 anos de idade. Ele morou em Paris, no piso mais alto de uma casa que forma a esquina da rua Cassini com a avenida do Observatório, a que se ligou muito, pois foi aí que sofreu as amargas vicissitudes da luta pela própria existência e onde gozou das maiores alegrias de sua vida. Nesta casa ele escreveu a maioria das obras que lhe deram fama; onde também, depois de casar-se, morou com a sua fiel companheira, esclarecida confidente de todos os seus trabalhos, e sua preciosa secretária.
O gabinete de Flammarion era muito singelo; mas, nas paredes, sobre o pavimento, em cima das mesas e das cadeiras, por todos os lados, uma montanha de livros, periódicos, folhetos e papéis. A sua mesa estava sempre coberta de cartas, que chegavam todos os dias, dos quatro extremos do mundo, e de provas para a sua Revista “L´Astronomie”, que fundara em 1882, e para o “Nouveau Dictionnaire Encyclopedique, etc.”
Durante cerca de uma dezena de anos, Flammarion recebia, quase todas as semanas, extensas cartas de um Senhor chamado Meret, de Burgos, que o felicitava. – Flammarion, demasiado ocupado para responder a tal desbordamento de entusiasmo, se contentava em dar-lhe graças de vez em quando, por um breve bilhete de recebimento. Flammarion já não se preocupava com o generoso Bordelés, quando, um dia, se apresentou um notário em seu domicílio, para anunciar-lhe que M. Meret, sentindo próximo o seu fim, e não tendo herdeiros, lhe legava totalmente – objetivando que a utilizasse para seus estúdios – a bela e vasta propriedade que possuía em Juvisy, e que se chamava, no país, o ” castelo da corte de França…”
Em 1883, Flammarion fundou o Observatório Juvisy, que dirigiu durante toda a sua vida. Foi presidente da “Societé Astronomique de France” e professor do Príncipe Imperial.
Em 1923 presidiu a “Society for Psychical Research”. Fez experiências, entre outras, com as médiuns Madame Girardin (na casa de Victor Hugo, em Jersey), Mademoiselle Huet e Eusápia Paladino.
O “Anuário Espírita do Brasil” (1931, 1.ª ed.) destaca que “o sábio das constelações siderais, com a sabedoria de mestre, provou ao mundo que os domínios da Astronomia não iam somente ao conhecimento dos corpos celestes”.
O Imperador Pedro II, amante das ciências, foi visitar o astrônomo em seu retiro e plantou, com as suas próprias mãos, no parque, para perpetuar a memória de sua passagem, um pequeno cedro do Líbano, de cujo ato Flammarion, por sua vez, gravou em uma prancha de cobre, os detalhes desse acontecimento.
Rendendo homenagem a Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, que desencarnara, repentinamente, dia 31 de março de 1869, Flammarion, a convite da Direção da Sociedade Espírita de Paris, consigna, no seu discurso, para a posteridade que “Ele era o que eu denominarei o bom senso encarnado”, publicado, posteriormente, sob o título “Discours prononcé sur la tombe d´Allan Kardec”, por Didier et Cie. Paris, 1869, Imp. P. A. Bourdier, 24 pp.; reeditado pela “Librairie Spirite”, com o título “Le Spiritisme et la Science”, Paris, 1869, “in” 8.º., 24 pp., e incluída, por Pierre-Gaëtan Leymarie, em “Oeuvres Posthumes d´Allan Kardec” (Obras Póstumas) (RE – 1869 – Maio; OP, Discurso pronunciado junto ao túmulo de Allan Kardec).
As obras de Flammarion foram traduzidas para grande número de idiomas – para o inglês, espanhol, sueco, dinamarquês, italiano, húngaro, checo, holandês, romeno, russo, alemão, português – e são referidas na “Revue Spirite”, que também publica seus artigos.

Fonte: Revista ICESP, nº 14

BLAISE PASCAL – BIOGRAFIA

Blaise Pascal

Certo dia, um menino de 10 anos bateu com uma colher num prato e escutou atentamente o som, que continuou a vibrar por algum tempo, parando, no entanto, quando o pequeno pôs a mão sobre o prato.
Com certeza, em muitos lugares do mundo, outros tantos garotos terão feito o mesmo e observado o fenômeno.
Mas, só um gênio como Blaise Pascal resolveu investigar o mistério e escreveu um tratado sobre o som: “Traité des sons”.
Nascido aos 19 de junho de 1623, em Clermont Ferrand (Auvergne), cedo demonstrou a sua genialidade.
Uma vez, o pai o encontrou a riscar, com um pedaço de giz, “rodas e barras” no assoalho do seu quarto.
Rodas e barras eram na verdade os círculos e as linhas retas da Geometria, traduzidos na linguagem infantil.
Logo mais provaria que a soma dos ângulos de um triângulo perfaz dois retos, resolvendo num passatempo, o 32.º teorema de Euclides, cujo nome ignorava.
Na adolescência, aos 16 anos, escreveu um Tratado sobre as secções dos cones “Traité des sections coniques”, um problema de alta Geometria, que assombrou o mundo profissional da época.
O próprio Descartes, ao lê-lo, se recusou a acreditar tivesse sido escrito por um jovem dessa idade. Dois anos mais tarde, construiu o jovem matemático uma máquina de contar, com o principal objetivo de aliviar seu pai dos complicados cálculos que necessitava fazer na sua lida com as finanças do Município.
Numa época em que não estavam aperfeiçoadas as tábuas logarítmicas, este engenho prestou grandes serviços aos que se ocupavam com a aritmética e mereceu numerosas reproduções.
Oportunamente, Pascal presenteou com uma dessas máquinas ao célebre Condé e a Rainha Cristina da Suécia, quando ela esteve na França.
Mais tarde, entre seus 23 e 25 anos, interessou-se pelos estudos da Física, escrevendo sobre o “espaço vazio”: “Nouvelles experiences touchant le vide”.
Foi também nesta época que o pai de Blaise sofreu um acidente e, por permanecer longo período na cama, teve a lhe servir de enfermeiros dois fervorosos discípulos de Cornélio Jansênio que, ao se despedirem, deixando Etienne Pascal curado, deixaram toda a família Pascal profundamente impressionada com o ideal religioso.
Em outubro de 1654, estando Blaise Pascal a passear de carruagem por uma ponte, assustaram-se os cavalos, tendo dois deles se precipitado da ponte, após rompidos os arreios.
Os outros, com a carruagem ficaram suspensos sobre o abismo, salvando a vida do cientista.
Dizem alguns de seus biógrafos que este fato lhe teria produzido um violento abalo, fazendo-o se dedicar às questões religiosas.
Contudo, depois de sua morte foi encontrado, cosido no forro de sua vestimenta, um bilhete datado de 23 a 24 de novembro de 1654, em que ele relata uma espécie de êxtase que teria experimentado, e demonstra um desejo ardente de se consagrar às coisas espirituais.
Escrevendo suas “Cartas Provinciais”, Pascal apresenta a verdadeira Igreja do Cristo não circunscrita a uma determinada organização eclesiástica, menos ainda a determinados homens de um certo período, representando casualmente a Igreja, mesmo porque, falíveis os homens, insegura seria a fé.
Em 1657, suas “Cartas”, dezoito ao todo, foram relacionadas no Index, da Igreja.
São consideradas um dos maiores monumentos da literatura francesa e o atestado de uma grande sinceridade cristã.
A respeito, pronunciou-se Pascal: “Roma condenou as minhas Cartas; mas o que nelas condenei, está condenado no céu – apelo para o teu tribunal, Senhor Jesus!”
Relata que pediu a Deus 10 anos de saúde para poder escrever sua apologia do Cristianismo, que o mundo viria a conhecer com o nome de “Pensées”, contudo, confessa, Deus lhe deu quatro anos de enfermidade.
Nessa Apologia, ele apresenta Cristo não como o “Senhor morto” de tantos cristãos, mas o Cristo vivo, sempre vivo, aquele Cristo que segue com os homens, todos os dias.
Amar era para ele a melhor forma de crer, a “razão do coração que a razão ignora”.
Deus é, antes de tudo o Sumo Bem, o alvo do amor, e ele afirmava não poder crer senão num Deus que pudesse amar sinceramente.
A mensagem para a humanidade de sua época, para os melhores homens do século, foi uma mensagem de vasta, profunda e panorâmica espiritualidade cristã.
Uma espiritualidade que brilha em todas as páginas do Evangelho, a espiritualidade do Cristo.
Tal espiritualidade transcende das suas mensagens, inseridas pelo Codificador em O Evangelho segundo o Espiritismo: a primeira, datada de 1860, recebida em Genebra, que alude à verdadeira propriedade e a segunda, do ano 1862, de Sens, da qual destacamos especialmente: “(…) Se os homens se amassem com mútuo amor, mais bem praticada seria a caridade;(…) ” e , logo adiante, “(…) esforçai-vos por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus o encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias separa, no seu reino, o joio do trigo.
“Não menos oportunas as observações em sua mensagem “Sobre os médiuns” (O Livro dos Médiuns, cap. XXXI, item XIII) de excelente atualidade para os dias que estamos vivendo, onde a mediunidade tem sido levada, muita vez, à conta de exclusiva projeção pessoal e destaque social: “Que, dentre vós, o médium que não se sinta com forças para perseverar no ensino espírita, se abstenha; porquanto, não fazendo proveitosa a luz que ilumina, será menos escusável do que outro qualquer e terá que expiar a sua cegueira.”
Sua morte se deu a 19 de agosto de 1662, aos 39 anos, em Paris, sendo que os dois últimos anos de sua vida foram de intenso sofrimento.
A enfermidade que o tomou lhe furtou qualquer possibilidade de esforços físicos e intelectuais.

Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional, vol. 16 e O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec.

BITTENCOURT SAMPAIO – BIOGRAFIA

Bittencourt Sampaio

Francisco Leite de Bittencourt Sampaio nasceu em Laranjeiras (SE) dia 11 de fevereiro de 1834 e desencarnou no Rio de Janeiro a 10 de outubro de 1895.

Foi jurisconsulto, magistrado, político, alto funcionário público, jornalista, literato, renomado poeta lírico e excelente médium espírita.

Militante na política, filiou-se ao partido liberal. Foi eleito deputado para a Assembleia Geral Legislativa nas legislaturas 1864-1866 e 1867-1870. Neste último período foi Presidente do Espírito Santo, nomeado por carta imperial.

Em 1870 abraçou as ideias republicanas. Com Saldanha da Gama, Quintino Bocaiuva e outros assinou o célebre manifesto de 03 de dezembro de 1870, importantíssimo documento histórico. Foi um dos fundadores do Partido Republicano.

Jornalista, colaborou em diversos órgãos de imprensa no Rio e em S. Paulo. Não só era reputado pelo brilho de seus artigos mas também grandemente respeitado pela elevação, sinceridade e firmeza com que sustentava e defendia os seus ideais.

Foi o primeiro administrador da biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

Autor de diversas obras em prosa e verso, foi considerado por Sylvio Romero e João Ribeiro o primeiro dos autores líricos brasileiros, logo depois de Gonçalves Dias.

Entre suas obras merece destaque “A Divina Epopeia de João Evangelista”. Trata-se de uma reprodução do Evangelho de João, em versos decassílabos, de rara beleza e grandiosidade.
Como espírita, desenvolveu sua mediunidade de receitista no “Grupo Confúcio”, no Rio de Janeiro.

Em 1876 fundou a “Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade”.

Antônio Luís Saião, convertido ao Espiritismo graças à mediunidade curadora de Bittencourt Sampaio, fundou o “Grupo Ismael”. Ali Bittencourt Sampaio recebeu belas e instrutivas mensagens de Espíritos Superiores.

Quando desencarnou José Bonifácio, o “Moço”, Bittencourt Sampaio dedicou-lhe os seguintes versos:

Sim! Ele entrou, de bênçãos radiantes,
Pelo portão de luz da eternidade,
Qual águia que dos céus na imensidade,
Livre revoa, tão de nós distante!

Depois de sua desencarnação, através do médium Frederico Júnior, Bittencourt Sampaio escreveu “Jesus perante a Cristandade”, “De Jesus para as Crianças” e “Do Calvário ao Apocalipse”.

No livro mediúnico “Voltei”, o Irmão Jacob, através do médium Francisco Cândido Xavier, revela que Bittencourt Sampaio colabora nos planos superiores da Espiritualidade, na supervisão do Espiritismo evangélico no Brasil.

Fonte: Livro Personagens do Espiritismo, de Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy – Edições FEESP

GABRIEL DELANNE – BIOGRAFIA

Gabriel Delanne

Gabriel Delanne era filho de pais espíritas convictos e praticantes, sendo o seu pai um dos fundadores da Liga Parisiense de Ensino e afeiçoado amigo de Allan Kardec, fazendo parte com este da direção da Sociedade Espírita fundada por ambos. Sua mãe, portadora de mediunidade ostensiva, muito colaborou na codificação Kardequiana com suas comunicações, transmitindo informações confiáveis filtradas do mundo espiritual através de seus dons.

Nasceu portanto esse grande defensor do Espiritismo em ambiente espiritual propício à sua preparação, o que se fez nos moldes rigorosamente científicos e com estrita fidelidade ao seu codificador. Afirmando sempre que a sua crença inabalável era a espírita, e dedicando-se desde cedo à pesquisa experimental dos fatos presenciados dentro da sua própria casa, veio a receber da espiritualidade uma mensagem cujo teor o faria mais dedicado e disciplinado para com suas pesquisas. Dizia a mensagem:

“Nada temas. Tem confiança. Jamais ser rico do ponto de vista material. Coisa alguma, porém, te faltar na vida”.

Em 1883 ele fundou a revista “O Espiritismo” graças à generosidade de uma inglesa, Elisabeth D’Esperance, que lhe doou o dinheiro para as despesas.
Passou então a realizar experiências com grandes médiuns. Em 1904 juntamente com Charles Richet e outros estudiosos, presenciou os prodigiosos fenômenos de materialização de Vila Cármen, em Argel.
A produção literária de Delanne não se apoia em especulações imaginárias, mas em fatos por ele mesmo investigados e confirmados. Dedicando-se de maneira especial ao trabalho de demonstrar que o Espiritismo se apoia em bases científicas, escreveu essas principais obras hoje conhecidas em todo o mundo:

“Pesquisas sobre a Mediunidade”, “A Alma é Imortal”, “O Espiritismo perante a Ciência”, “O Fenômeno Espírita “,”A Evolução Anímica”, “As Aparições Materializadas de Vivos e Mortos”, “Documentos para o Estudo da Reencarnação”; e finalmente “A Reencarnação”.

Em “O Espiritismo perante a Ciência”, ele traça com rara maestria um quadro completo dos dados que o psiquismo pode apresentar para merecer o respeito dos cientistas. E como demonstração da admirável segurança de sua argumentação, basta que se lance os olhos sobre suas páginas e verifique-se, que desde a época já distante em que apareceu a primeira edição desta obra, o seu autor teve a satisfação de verificar que algumas das mais importantes teorias expostas tiveram a consagração da Ciência.

Em sua luta para estabelecer a verdade espírita, sabedor dos males gerados pela ignorância, pelo fanatismo e pela paixão desregrada escreve:

“A luta é inflamada e provavelmente será longa, de vez que os prejuízos religiosos e científicos se mostram obstinados. Insensivelmente, porém, a evidência acaba impondo-se. Temos agora a convicção de que a certeza da imortalidade se tornar uma verdade científica, cujas consequências benfazejas, fazendo-se sentir no mundo inteiro, mudarão os destinos da humanidade”.

Homem de mentalidade politécnica, afeiçoado desde cedo aos estudos exatos, às observações frias, às deduções rigorosas, foi o chefe supremo da parte experimental do Espiritismo à qual deu o maior desenvolvimento, ainda não suplantado.

Delanne fez ver através de suas obras que a Física moderna, o magnetismo, o hipnotismo, a sugestão verbal ou mental, a clarividência, a telepatia e o Espiritismo, todos esses conhecimentos novos são convergentes para as fronteiras espirituais. Tornou evidente que as provas das comunicações dos espíritos, sendo tão numerosas quão variadas tornariam o Espiritismo uma demonstração científica da imortalidade.

Em sua luta incessante iniciada aos 13 anos, publicou aos 68 anos de idade uma obra de incomparável valor intitulada “A Reencarnação”, última de seu gênio privilegiado. Pela solidez apresentada, pelo rigor de sua lógica, pelo valor de sua argumentação, pela escolha de suas provas, pela superioridade de sua tese, e pela imparcialidade com que apresenta os fatos, essa obra ‚ a primeira da coleção delanneana.

Abordando todas as angulações elaboradas pela codificação, Delanne sempre respondia com humildade sobre sua própria obra:

“Nada tenho dilatado. Tudo que há é de Kardec. Apenas tenho feito constatações. Mostrei-as em meus livros e demonstro-as na prática diária. Nada acrescento”.

Excesso de modéstia dele. Sua obra complementa e solidifica os ensinamentos de Kardec, abordando temas correlatos e aprofundando outros onde o grande codificador não dispusera de tempo para considerações maiores.

Delanne foi o pesquisador que de maneira incansável soube aproximar a ciência da religião, certo que ambas teriam que caminhar unidas para uma compreensão lógica do universo e dos seus habitantes, os espíritos.

O insigne pesquisador dedicou toda a sua vida à propagação do Espiritismo, pelo qual se sacrificou inutilmente aos olhos daqueles que só veem no imediatismo a verdadeira razão do viver humano e por isso não podem compreender que, por força desse desprezo pelas vaidades e ambições terrenas, ele se cobriu de glórias espirituais pelo trabalho bem conduzido, sem vacilações e fielmente executado até seu derradeiro instante da vida corpórea.

Fonte: site: www.gesp.org.br/biografias

SANSON – BIOGRAFIA

Sanson

Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris – eis a forma como o espírito se identifica, assinando a mensagem Perda de pessoas amadas. – Mortes prematuras (O evangelho segundo o espiritismo, cap. V, item 21), bem assim a que se encontra inserida no cap. XI, item 10 da mesma obra, e que disserta a respeito de A lei de amor, ambas datadas do ano 1863.

Sanson era membro da Sociedade Espírita de Paris e desencarnou no dia 21 de abril de 1862, “após mais de um ano de sofrimentos cruéis”, conforme nos informa o Codificador na Revista Espírita do mês de maio do mesmo ano. Quase dois anos antes, o Sr. Sanson dirigira a Kardec, na qualidade de Presidente da dita Sociedade, uma carta onde solicitava que, após a sua morte, fosse evocado e o mais imediatamente possível. Isto fazia, reafirmando um desejo que expressara “há cerca de um ano”. O seu era o propósito de, através “dessa espécie de autópsia espiritual” servir no além-túmulo, “dando-lhe os meios de estudar fase por fase, nessas evocações, as diversas circunstâncias que se seguem ao que o vulgo chama a morte”.

Recomendando-se às preces dos companheiros da Sociedade Espírita de Paris, discorre ainda, na mesma missiva, sobre sua preocupação com respeito à escolha e oportuno momento de sua próxima reencarnação.

Allan Kardec compareceu, com alguns membros da Sociedade ao local onde se encontrava o corpo do Sr. Sanson e ali, uma hora antes do enterro, deu-se a sua primeira comunicação, onde demonstrou plena ciência de sua situação, afirmando que após 8 horas de sua morte, recobrara a lucidez das suas ideias.

O médium que serviu de intermediário foi o Sr. Leymarie, que jamais tinha visto o Sr. Sanson e desconhecia o seu caráter, os seus hábitos e muito menos sabia se ele tinha filhos, o que na mensagem é mencionado, provando a sua autenticidade, onde o espírito “se revela pelo seu lápis”.

À beira do túmulo, Allan Kardec discursa, apresentando o Sr. Sanson como um homem de bem em toda a extensão do vocábulo. Diz ainda que ele era dotado de uma inteligência incomum, desenvolvida por uma instrução variada e profunda. Simples nos seus modos de vida, aplicava a sua atividade intelectual em pesquisas e invenções muito engenhosas que, no entanto, não lhe trouxeram resultados.

“Era um desses homens que jamais se aborrecem, porque sempre estão pensando em algo de sério. Conquanto sua posição o tivesse privado daquilo que faz a doçura da vida, seu bom humor jamais se alterava.”

A crença espírita o ajudou a suportar os “longos e cruéis padecimentos com uma paciência e uma resignação muito cristãs. Não há um só dentre nós”, prossegue o Codificador, “que o tendo visto em seu leito de dor não se tenha edificado com a sua calma e a sua inalterável serenidade.

Desde muito tempo ele previa o seu fim; mas, longe de se apavorar, o esperava como a hora da libertação. Ah! é que a fé espírita dá, nesses momentos supremos, uma força da qual só se dá conta quem a possui. E o Sr. Sanson a possuía em grau supremo.”

Nos dias 25 de abril e a 2 de maio do mesmo ano de 1862, outras duas palestras ocorrem, em que, ainda servindo como médium o Sr. Leymarie, o espírito Sanson responde as questões mais delicadas da situação do espírito após a morte física, dizendo-se “muito feliz por me tornar útil aos meus antigos colegas e ao seu digno presidente”.

Nas observações do mestre lionês, as palestras propiciam “um elevado ensino na descrição que ele faz do próprio instante da transição” e salienta “que nem todos os Espíritos estariam aptos a descrever esse fenômeno com tanta lucidez quanto ele. O Sr. Sanson viu na sua morte o seu próprio renascimento, circunstância pouco comum e que devia à elevação de seu Espírito.”

Fontes: O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec e Revista Espírita, maio e junho de 1862.

PEDRO RICHARD – BIOGRAFIA

Pedro Richard

Foi uma das mais fortes e atraentes personalidades do Movimento Espírita. Sua vida foi de testemunho em favor do Evangelho deixado pelo Divino Mestre Jesus.

Pedro Richard nasceu, no dia 09 de setembro de 1853, na cidade de Macaé (RJ), filho de Pedro Richard e Dona. Felismina Richard. Família modesta, mas de honorabilidade à toda prova.

Órfão de pai aos nove anos de idade, tornou-se arrimo de sua mãe e de seus irmãos menores. Tinha adoração por sua genitora, que era de costumes austeros e de sentimentos elevados; era, aliás, carinhoso para a família.

Quando seu pai desencarnou, estava fazendo o Curso Primário, tendo que interromper os estudos para trabalhar numa casa comercial. Depois foi admitido como funcionário da Alfândega, melhorando assim seus rendimentos. Sério, consciente de suas responsabilidades, adquirira o hábito salutar de nada realizar sem muita reflexão. Seguia à risca os conselhos do seu genitor.

Pedro Richard contraiu núpcias com D. Mariana Campos Richard, natural de Angra dos Reis (RJ), e tiveram uma prole de seis filhos: Mário (desencarnado aos dois anos), Felismina, Pedro, Mário (2º), Isaura e Marta. Houve uma época em que D. Mariana teve que costurar para fora, e ajudar na manutenção do lar. Foram dias de muitas preocupações, porém não perderam a esperança de melhores dias. Isso não impediu de adotar uma criança necessitada: Francisco Antônio de Carvalho, que era parente longe de D. Mariana. Mais tarde o garoto foi motivo de muitas alegrias. Estudioso, aplicado, entrou para Escola Militar e se formou como Engenheiro Militar, honrando a dedicação dos pais adotivos. Chegou ao posto de Coronel do Exército e o que é mais importante, tornou-se o “patriarca” da família.

A desencarnação de Mário, o seu primogênito, levou-o ao Espiritismo. O casal não compreendia como, diante da bondade imensurável de Deus, uma criança pudesse sofrer tanto.

Nesse tempo, conheceu um homem chamado Nascimento, pessoa caridosa e simples, médium. Por seu intermédio recebeu noções de como age a Justiça Divina, através da reencarnação, dando-nos oportunidade de quitar faltas passadas.

A vida de Pedro Richard foi de permanentes realizações. Era capacitado, inteligente, trabalhador, ativo e empreendedor. Formou uma firma de construções, com oficina de carpintaria, porém, para obter o registro de construtor era necessário apresentar declaração de um engenheiro civil, de que ele possuía capacidade para as funções.

Embora extremamente capacitado, faltava-lhe o título oficial para poder trabalhar. Recorreu a um velho amigo da Federação Espírita Brasileira, Abel Ferreira de Mattos, engenheiro civil de prestígio, que veio em seu auxílio. Venceu uma concorrência para executar obras do Exército. Esse trabalho lhe deu melhores condições de manter a família.
Indalício Mendes chamou-o de “Peregrino do Evangelho”. Sua admiração por Dr. Bezerra de Menezes, “O Kardec Brasileiro”, era ilimitada. Fê-lo fervoroso adepto do Evangelho, onde encontrava a bússola para os caminhos a palmilhar na Terra.

Pedro Richard tinha na prece o seu maior ponto de apoio. Desenvolveu sua mediunidade de cura, que fez dele instrumento dos Espíritos Superiores, no labor incansável na Seara do Cristo, para socorrer sofredores.

Foi considerado emissário para despertar criaturas que precisavam apenas de uma palavra para se melhorarem espiritualmente. Através de seus atos, de sua conduta e superioridade moral, tomaram-no como exemplo e renasceram para uma nova vida.

Era companheiro de Bezerra de Menezes, dos irmãos Sayão, de Maia de Lacerda, Leopoldo Cirne e outros. Foi um dos fundadores do “Grupo Ismael”. Sua fé em Deus, Jesus e Maria Santíssima não tinha limites, e sua palavra tinha o poder de deixar na lembrança daqueles que o ouviam o alento da fé. Era a transmissão simples da mensagem encorajadora, com a seiva da verdade cristã. Foi um Semeador.

Pedro Richard regressou à Espiritualidade no dia 25 de outubro de 1918, no Rio de Janeiro, tendo deixado a Terra com a consciência tranquila do dever cumprido.

No dia 12 de junho de 1936, no “Grupo Ismael” deu a seguinte mensagem:

– “Senhor! … Desdobra sobre meu eu Espiritual a luz da Tua misericórdia e deixa, Senhor, que desabroche, ainda agora, no meu coração de pecador, as açucenas perfumadas do Teu perdão e da Tua piedade paternal, para que eu seja incorporado às falanges radiosas que operam na Tua Casa, exibindo com meu esforço de espírito a mais clara e a mais sublime de todas as profissões de fé”.

Fonte: Jornal Mundo Espírita, setembro de 1999.

JOSÉ RAUL TEIXEIRA – BIOGRAFIA

José Raul Teixeira

José Raul Teixeira nasceu em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. É Licenciado em Física pela Universidade Federal Fluminense, mestre em Educação pela mesma Universidade e Doutor em Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).

Exerce o cargo de professor na Universidade Federal Fluminense.

Em sua terra natal, Niterói (RJ), junto de alguns companheiros, fundou, em 04 de setembro de 1980, a Sociedade Espírita Fraternidade (SEF), da qual é Diretor.

Através do seu departamento social, Remanso Fraterno, a SEF desenvolve um trabalho de assistência a crianças socialmente carentes e a seus familiares, apoiando-as material e moralmente.

Com seu verbo útil e lúcido, Raul Teixeira é um dos oradores mais requisitados no Brasil e no Exterior, já tendo visitado todos os estados do Brasil e 40 países levando a mensagem espírita.

Psicografou diversas obras, ditadas por vários Espíritos, num total de 28 livros publicados até o momento. Desses livros, alguns já estão traduzidos para o espanhol, o inglês e o italiano, sendo todos os direitos autorais pertencentes ao Remanso Fraterno, para atendimento de seus serviços.

Fonte: www.raulteixeira.com/biografia.php

JOANA D’ARC – BIOGRAFIA

Joana D’Arc

A França era um país curvado ao poderio inglês. Não era propriamente um país como hoje é conhecido. Constituía-se de vários feudos.

E foi numa aldeia ignorada até então que, em 1412 nasceu uma criança que se tornaria célebre e célebre faria Domremy.

Filha de pobres lavradores, aprendeu a fiar a lã junto com sua mãe e guardava o rebanho de ovelhas. Teve três irmãos e uma irmã. Não aprendeu a ler, nem a escrever, pois cedo o trabalho lhe absorveu as horas.

A aldeia era bastante afastada e os rumores da guerra demoravam a chegar. Finalmente, um dia, Joana d’Arc tomou contato com os horrores da guerra, quando as tropas inglesas se aproximaram e toda a família precisou fugir e se esconder.

Aos 12 anos começou a ter visões. Era um dia de verão, ao meio-dia. Joana orava no jardim próximo à sua casa, quando escutou uma voz que lhe dizia para ter confiança no Senhor. A figura que ela divisou, identificou como sendo a do arcanjo São Miguel. As duas mensageiras espirituais que o acompanhavam, como Catarina e Margarida, santas conforme a Igreja que ela frequentava.

Eles lhe falam da situação do país e lhe revelam a missão. Ela deve ir em socorro do Delfim e coroá-lo rei de França.

Durante 4 anos, ela hesitou e a história de suas visões começou a se espalhar.

Ao alvorecer de um dia de inverno, ela se levanta. Está decidida. Prepara uma ligeira bagagem, um embrulhozinho, um bastão de viagem, murmura adeus aos seus pais e parte. Nunca mais aquela aldeia da Lorena a verá.

Igreja, de conviver com homens nos campos de batalha, de manejar a espada.

O objetivo era provar que Joana era uma enviada do demônio. Consequentemente, se desmoralizaria o rei Carlos VII. Afinal, que espécie de rei era aquele que se deixara enganar por uma bruxa?

Durante 6 meses ela é submetida a uma verdadeira tortura moral. Os interrogatórios são longos, cansativos. Finalmente, a execução se dá na praça central de Rouen, no dia 30 de maio de 1431.

Seu cabelo foi raspado e, por temerem a reação do povo, 120 homens armados a escoltam até o local. Ela é atada a um poste e a fogueira é acesa.

Quando as chamas a envolvem e lhe mordem as carnes, ela exclama: “Sim, minhas vozes eram de Deus! Minhas vozes não me enganaram.”

Era a prova inequívoca da mediunidade que lhe guiara a trajetória terrena.

No capítulo XXXI de O livro dos médiuns, vindo a lume no ano de 1861, quando o Codificador reúne Dissertações Espíritas, confere à de Joana D’Arc o número 12, onde ela se dirige aos médiuns, em especial, concitando-os ao exercício do mediunato.
Recomenda-lhes, ainda, que confiem em seu anjo guardião e que lutem contra o escolho da mediunidade que é o orgulho. Conselhos que ela, em sua vida terrena, na qualidade de médium, muito bem seguira.

Fonte: Joana D’Arc, médium, Léon Denis