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CONSEQUÊNCIA DO RELACIONAMENTO DESARMONIOSO

Sou dos que acreditam que nós espíritas precisamos ser mais audaciosos, mais ousados (vide pergunta 932 – O Livro dos Espíritos). Principalmente na divulgação da Doutrina Espírita, pois em outros campos até que estamos indo bem. Acontece que, infelizmente, alguns companheiros espíritas estão sendo ousados onde não deveriam ser.

Explico: existem veículos de divulgação espírita (jornais, revistas, televisão) que divulgam em seus artigos ou programas as divergências existentes entre os espíritas, seja no campo das ideias, seja no campo pessoal.

Talvez, repito, “talvez” esses polêmicos artigos ou programas até pudessem ser úteis à divulgação de nossa amada Doutrina, se seus autores ou apresentadores soubessem colocar em seus textos o respeito e a caridade que devem existir também entre os espíritas. Mas o que se vê são palavras ferinas, pseudamente sustentadas em razões “lógicas”.

É verdade que existem no meio espírita muitos procedimentos que merecem correções ou mudanças. O Movimento Espírita comete erros, como qualquer outro movimento religioso. Por quê? Porque somos seres imperfeitos, portanto, passíveis de erros. Mas, procurar corrigir, ou tentar corrigir erros dos outros com ofensas é, no mínimo, falta de bom senso e, pior, contraria o princípio harmônico do Espiritismo.

Há algum tempo li num jornal espírita um ferino e indelicado artigo com ferrenhas críticas a um proeminente espírita. Além de eu e muitas pessoas terem lido aquele artigo, alguns pastores protestantes também o leram. Foi um prato cheio para eles. Se, sem motivos, aquela facção do protestantismo gosta de criticar o Espiritismo, imagine só tendo fatos reais para criticar…
O que fizeram os pastores com aquele “rico” material em suas mãos? Pois bem, em rede nacional, divulgaram em seu canal de televisão o mencionado artigo enfatizando o fato que “nem os próprios espíritas se entendem”.

Pena que o autor daquele artigo em jornal espírita não conhece e não aplica aquele antigo ditado: “roupa suja se lava em casa”. E por desconhecê-lo, prejudicou a divulgação do Espiritismo.

Algum tempo depois da ocorrência do incidente acima, uma das revistas espíritas mais tradicionais do país escreveu um belíssimo editorial enfocando os erros cometidos por alguns órgãos espíritas, em relação às críticas entre espíritas. Alertava aquele editorial sobre a necessidade de haver maior compreensão e bom senso entre os espíritas. Foi um texto respeitoso e muito bem escrito. Um alerta necessário.

Mas veja só, caro leitor, em abril de 1.999 tive o desprazer de ler nessa mesma conceituada revista espírita (que, lembro-lhe, havia alertado aos demais veículos de comunicação espírita sobre os malefícios da má imprensa) um artigo onde ela cometia o mesmo erro que antes condenara.

Essa revista também esqueceu que “roupa suja se lava em casa”. Fez ela um desserviço à divulgação da Doutrina. E, pela sua importância e tradição no meio espírita, o desserviço dessa revista foi imenso.

Existem divergências entre padres, pois que são humanos. Existem divergências entre pastores protestantes, pois que são humanos. Existem divergências entre espíritas, pois que somos humanos. Mas, você já leu em algum jornal ou revista católica ou protestante alguma crítica aos seus seguidores? Certamente não.

Eles têm uma assessoria de imprensa que orienta-os: “roupa suja se lava em casa”. O que o leitor quer ler são textos consoladores e não discussões efêmeras onde o ego e a maledicência do autor predominam.

Diz nos Kardec, com sua sabedoria e bom senso (vide “O Livro dos Médiuns”, capítulo XXIX, item 348):

“As reuniões que se ocupem exclusivamente das comunicações inteligentes e as que se dedicam ao estudo das manifestações físicas, têm cada uma sua missão; nem umas nem outras estariam no verdadeiro espírito do Espiritismo, se se olhassem mal, e aquela que atirasse a primeira pedra na outra, provaria só com isso a má influência que a domina; todas devem concorrer, embora por caminhos diferentes, ao objetivo comum que é a procura e a propagação da verdade; seu antagonismo, que não seria senão um efeito do orgulho superexcitado, fornecendo armas aos detratores, não poderia senão prejudicar a causa que pretendem defender”.

Adaptando-se o texto de Kardec para a questão da má imprensa espírita, o que se vê hoje, com alguma frequência, excetuando a boa imprensa espírita (que há, e em bom número), são autores ou apresentadores de televisão fornecendo armas aos detratores da Doutrina Espírita.

Diz o Espírito Fénelon (vide “O Livro dos Médiuns”, capítulo XXXI, item 13):

“Perguntastes se a multiplicidade de grupos, em uma mesma localidade, não poderia engendrar rivalidades desagradáveis para a Doutrina. A isso responderei que aqueles que estão imbuídos dos verdadeiros princípios desta Doutrina, veem irmãos em todos os espíritas e não rivais; aqueles que vissem outras reuniões com olhos de ciúme, provariam que há entre eles ideia preconcebida de ciúme, provariam que há entre eles ideia preconcebida de interesse ou de amor-próprio, e que não estão guiados pelo amor da verdade.

Asseguro-vos que se essas pessoas estivessem entre vós, aí semeariam logo a perturbação e a desunião. O verdadeiro Espiritismo tem por divisa benevolência e caridade, exclui toda outra rivalidade que não seja a do bem que se pode fazer; todos os grupos que se inscreveram sob a sua bandeira, poderão se estender a mão como bons vizinhos, que não são menos amigos, embora não habitem a mesma casa.

Os que pretendem ter os melhores Espíritos por guia devem prová-lo, mostrando os melhores sentimentos; que haja, pois entre eles luta, mas luta de grandeza d’alma, de abnegação, de bondade e de humildade; aquele que lançasse a pedra em outro, provaria só por isso que é solicitado pelos maus Espíritos. A natureza dos sentimentos que dois homens manifestem a respeito um do outro, é a pedra de toque que faz conhecer a natureza dos Espíritos que os assistem”.

Tomemos muito cuidado com a pedra que eventualmente atiramos nos nossos irmãos espíritas, pois, repetindo a frase final de Fénelon (do texto acima):
“A natureza dos sentimentos que dois homens manifestem a respeito um do outro, é a pedra de toque que faz conhecer a natureza dos Espíritos que os assistem”.
Alkíndar de Oliveira

ÀS VEZES, É PRECISO DEIXAR O BOM SENSO DE LADO

Existem duas maneiras principais de tornar possível o impossível.

1.    A primeira é ter bom senso.
2.    A segunda, acredite, é não utilizá-lo.

Se fizermos a seguinte pergunta: “Qual é a qualidade que poucos possuem, mas que todos julgam possuir?”, a resposta mais óbvia será: BOM SENSO. Faça uma pesquisa. Pergunte a dez pessoas do seu relacionamento se elas julgam ter bom senso. Essa é uma das poucas questões da vida em que há unanimidade nas respostas. Todos os seus amigos, sem nenhuma exceção, irão dizer a você que são pessoas de bom senso. Mas, como você os conhece bem, concluirá que não é bem assim….

Se quiser continuar a pesquisa, faça a mesma pergunta a uma pessoa que você comprovadamente sabe que, se há uma qualidade que ela não tem, essa qualidade é o bom senso. Porém, essa pessoa totalmente desprovida de bom senso também dirá que a possui.
Mas, afinal, o que é uma pessoa de bom senso? É aquela pessoa ponderada. É aquela que, ao necessitar tomar uma decisão em relação a determinada questão, sabe ponderar, isto é, tem habilidade para segmentá-la e atribuir pesos adequados a cada parte da questão em análise.

Na análise de um problema, a pessoa de bom senso enxerga à sua frente uma pizza fatiada. Cada fatia representa um ângulo do problema a ser analisado. E, assim, a pessoa de bom senso valoriza cada um dos ângulos e toma a decisão mais conveniente, que, como qualquer decisão, certamente desagradará a uns e outros (algo que a pessoa de bom senso tem plena consciência, pois ela sabe respeitar e entender as diferenças individuais).

A pessoa de bom senso também tem consciência de que, uma vez tomada determinada decisão, terá que “trabalhar” os descontentes, pois, caso isso não seja feito, eles poderão influir negativamente no resultado da ação a ser executada.

Sabe a pessoa de bom senso que o descontente em relação a determinada decisão geralmente torce (muitas vezes de forma inconsciente até) para a ocorrência do insucesso.
Utilizar o bom senso é a primeira das duas principais maneiras de tornar possível o impossível. Agora, vamos à segunda e mais importante forma de, neste tempo de descontinuidade, conquistar o impossível: não utilizar o bom senso.

Não utilizar o bom senso? – Não é paradoxal fazer tal afirmação, uma vez que contraria o que afirmei logo no início deste artigo?

Acontece que não vivemos mais em um mundo em que as ocorrências seguem uma lógica linear. Conviver com paradoxos, agir muitas vezes de forma não-lógica (pelo menos considerando a lógica dos velhos tempos) devem ser características básicas do líder atual. O líder que sempre segue a corrente simplesmente faz o que todos fazem. E, quando uma empresa faz o que todas fazem, ela não inova. E quem não inova não consegue tornar possível o impossível.

Peço especial atenção para a afirmação a seguir: “Não utilizar o bom senso”.

Perceba que não escrevi “não ter bom senso”. Em vez de não ter bom senso, escrevi não utilizar o bom senso, o que é bem diferente. A pessoa de bom senso pode, por sua conveniência, não utilizá-lo às vezes.

A pessoa de bom senso precisa ter consciência de que assim como em muitos momentos basta utilizar o bom senso – como naqueles em que é necessário resolver problemas, inovar, tornar possível o impossível –, também existirão momentos outros – em número cada vez mais crescente – em que não utilizar o bom senso é a melhor saída. É aquele momento em que você se desprende das normas, ignora as regras, enfim, é o momento em que você contraria o bom senso, deixando-o de lado.

Tornar possível o impossível é consequência da inovação. E a inovação é fruto da criatividade que, por sua vez, manifesta-se mais facilmente quando utilizamos certa irreverência, isto é, quando nos libertamos de normas e regras. Por isso é importante deixar o bom senso de lado se quisermos criar um ambiente de certa irreverência, se quisermos tornar possível o impossível.

Mas, atenção: embora em muitos momentos possamos reprimir o bom senso para que a criatividade tenha espaço para aflorar e tornar possível o impossível, sempre devemos solicitá-lo quando precisamos colocar em ação as ideias inovadoras que nos ocorreram.

Alkíndar de Oliveira 

A ROTINA DEVASTADORA

Cara irmã, caro irmão espírita, necessitamos sair da rotina paralisante.
Sabemos, pelas palavras de Kardec, que o Espiritismo é uma Doutrina inovadora. No entanto, de forma paradoxal, o movimento espírita mantém-se muito atrasado em termos de conceitos de liderança. Não se inova.
Li em abril de 99 um editorial, redigido por um dos destacados líderes espíritas brasileiros, que me preocupou (não obstante o seu altíssimo conteúdo, aliás, característica marcante dos textos do referido líder).
Preocupou-me porque dizia o autor do editorial que o Espiritismo deveria tomar cuidado em não seguir as inovações que estão surgindo.
É bem verdade que ele – o autor – tem lá suas razões. Se sairmos seguindo e adotando tudo o que aparecer de inovador, corremos o risco de desfigurar nossa Doutrina (tem gente até que acredita que inovar é não seguir Kardec!).
Por isso, devemos sim tomar cuidado com as diversas “inovações” que estão surgindo. Cautela, bom senso e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Mas acontece que o autor generalizou. Isto é, ele não enfocou que deveríamos tomar cuidado com certas inovações. Ele generalizou, repito. Dando a entender que devemos deixar tudo como está, que está tudo bem, que – parece-me, pelas suas palavras – o Espiritismo está no caminho certo.
Na realidade, se olharmos com olhos de quem observa o Espiritismo de fora para dentro (não somente de dentro para fora), perceberemos nitidamente que uma das características marcantes do movimento espírita atual é a ausência de medidas ousadas, consequência da presença de líderes eficientes mas não eficazes.
Portanto, irmãos espíritas, vamos inovar, vamos ser ousados, vamos sair da mesmice.
Como?
Basta seguirmos os 5 procedimentos do líder eficaz, resultado de pesquisa feita pelos norte-americanos Kouzes e Posner (vide livro O Desafio da Liderança, Editora Campus).
·         Desafiar o Estabelecido;
·         Inspirar Uma Visão Compartilhada;
·         Permitir Que os Outros Ajam;
·         Apontar o Caminho;
·         Encorajar o Coração.
Estude as atitudes de Jesus e de Kardec e descubra que ambos foram ousados (e como foram ousados). Ambos aplicaram todos os 5 procedimentos do líder eficaz.
E nós?
Estamos sendo ousados?
Estamos sendo líderes eficazes?
Alkíndar de Oliveira

A REGRA DE OURO

Imagine um grande empresário que além de ser um homem de sucesso também fosse um visionário. Imagine que este homem, mundialmente conhecido, resolvesse pesquisar o porquê do sucesso, isto é, resolvesse pesquisar qual seria a razão de determinadas pessoas destacaram-se pessoal e profissionalmente enquanto outras ficam à margem da sociedade.
Imagine ainda que, para conseguir tal intento, este empresário financiasse todas as despesas desta pesquisa durante 25 anos. Durante 25 anos (um quarto de século!) seriam entrevistadas pessoas de sucesso. Durante 25 anos seriam catalogadas e pesquisadas as respostas destas pessoas para se chegar a um denominador comum.
Se tal ocorresse, seria uma pesquisa seríssima. E o resultado desta pesquisa deveria ser leitura e estudo obrigatório de todas as pessoas e de todas as escolas.
Mas será que existiu um empresário com tal disposição e visão de futuro?
Existiu.
Seu nome: Andrew Carnegie. Um dos propulsores do progresso dos Estados Unidos da América do Norte. Um legendário homem de negócios.
Andrew Carnegiefinanciou esta pesquisa e colocou à frente da mesma uma pessoa cujos estudos tornaram-na também legendária. Um nome respeitado por todos os consultores e pessoal ligado a treinamento e desenvolvimento humano: Napoleon Hill.
Napoleon Hill em seu livro “A Lei do Triunfo” (Editora José Olympio) ensina-nos em, 16 lições, como ser um homem de sucesso. Uma destas lições é denominada por ele de REGRA DE OURO e, conforme palavras do próprio, deve ser a base de toda conduta humana.
QUAL É A REGRA DE OURO?
“Nunca farei aos outros aquilo que não desejaria que me fizessem”.
Decepcionou-se?
Esperava mais que isto?
Mas, creia, aí está o princípio dos princípios. Aí está a base real das pessoas que realmente são um sucesso. Esta regra funciona como uma alavanca mágica. Aplique-a e se surpreenderá pelos resultados alcançados.
Como aplicar a regra de ouro?
Usemos da empatia. Isto é, antes de falarmos ou agirmos, coloquemo-nos no lugar do próximo. Criemos o hábito de colocarmo-nos no lugar do próximo e, então, ficará fácil aplicar a regra de ouro.
·         Do livro: “Viver Bem É Simples, Nós É Que Complicamos”.
·         Alkíndar de Oliveira
·         Editora Didier
Napoleon Hill em seu livro “A Lei do Triunfo”.

(Editora José Olympio).

DEUS

Deus

Católicos, Protestantes, Espiritistas, todos eles se movimentam, ameaçados pelo monstro da separação, como se o pensamento religioso traduzisse fermento de discórdia.

Querem todos que Deus lhes pertença, mas não cogitam de pertencer a Deus.

A mais elevada concepção de Deus que podemos abrigar no santuário do espírito é aquela que Jesus nos apresentou, em no-la revelando Pai amoroso e justo, à espera dos nossos testemunhos de compreensão e de amor.

A flor é um apelo à sensibilidade, induzindo-nos a reverenciar a Perfeição Excelsa, que distribui amor e beleza, em todos os recantos do caminho.

A ciência infatigável procura, agora, a matéria-padrão, a força-origem, simplificada, da qual crê manarem todos os compostos, e é nesse estudo proveitoso, que ela própria afirmando-se ateia, descrente, caminha para o conhecimento de Deus.

É curioso notar que o próprio Cristo, em sua imersão nos fluídos terrestres, não cogitou de qualquer problema inoportuno e inadequado.

Não se sentou na praça pública para explicar a natureza de Deus e, sim, chamou-lhe hímen “Nosso Pai”, indicando os deveres de amor e reverência com que nos cabe contribuir na extensão e no aperfeiçoamento da Obra Divina.

Desde quando começou na Terra o serviço de adoração a Deus? Perde-se o alicerce da fé na sombra dos evos insondáveis.

Dir-se-ia que o primeiro impulso da planta e do verme, à procura de luz, não é senão anseio religioso da vida, em busca do Criador que lhes instila o ser.

Deus é o Pai magnânimo e justo.

Um pai não distribui padecimentos. Dá corrigendas, e toda corrigenda aperfeiçoa.
Mensagem de Emmanuel, psicografada por Francisco Cândido Xavier – do Livro “Palavras de Emmanuel”

ZILDA GAMA – BIOGRAFIA

Zilda Gama

Zilda Gama foi uma das mais celebradas médiuns do Brasil. Nasceu em 11 de março de 1.878, em Três Ilhas, em Juiz de Fora (MG), e desencarnou em 10 de janeiro de 1.969, no Rio de Janeiro. Era a segunda filha, dos 11 filhos de Augusto Cristina da Gama, escrivão de paz, e Elisa Emílio Klörs da Gama, professora estadual.
Fez seus estudos com a própria mãe. Posteriormente, matriculou-se na Escola Normal de São João Del Rei, onde recebeu o diploma de professora primária.
Ainda jovem, com apenas 24 anos, ficou órfã dos pais, tendo que assumir a direção da casa, cuidando de cinco irmãos menores e, posteriormente, de outros cinco sobrinhos órfãos.
Foi professora e diretora de escola, sendo agraciada em concursos promovidos pela Secretaria de Educação de Minas Gerais. Ainda jovem, Zilda Gama começou a perceber a presença dos Espíritos. Recebeu mediunicamente mensagens de seu pai e de sua irmã, já desencarnados, que a aconselhavam e a consolavam nos momentos de provações difíceis pelos quais estava passando.
Em 1.912, recebeu interessante mensagem assinada por Allan Kardec. Após essa manifestação, o Codificador propiciou-lhe outros ensinamentos, os quais foram impressos no livro Diário dos Invisíveis, publicado em 1.929.
Em 1.916, os Benfeitores informaram-lhe que passaria a psicografar uma novela, fato que a deixou bastante perplexa. O Espírito de Victor Hugo passou então a escrever por seu intermédio.
Dentro de pouco tempo, a primeira obra, Na Sombra e na Luz, estava completa.
Posteriormente, sob a tutela do mesmo Espírito, vieram os livros Do Calvário ao Infinito, Redenção, Dor Suprema e Almas Crucificadas, todas publicadas pela FEB.
Incontestavelmente, os grandes medianeiros que têm servido de ponte entre os mundos material e espiritual, no trabalho meritório de descortinar novos horizontes para a conturbada humanidade terrena, foram missionários, podendo-se mesmo afiançar que na constelação dos médiuns que brilharam na Terra, prodigalizando aos homens novos conhecimentos e preparando o terreno para a implantação da verdade, Zilda Gama brilhou de modo fulgurante, cabendo-lhe uma posição das mais proeminentes.
O trabalho de Zilda Gama na imprensa leiga − Em 1.927, participou do Congresso de Instrução, em Belo Horizonte. Em 1.929, obteve o primeiro lugar em concurso promovido pela Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais, com um trabalho sobre Aulas – Modelo, quando foi inscrita na Escola de Aperfeiçoamento de Belo Horizonte, concluindo o curso em 1.931, no mesmo ano em que no Brasil houve intenso movimento em prol dos direitos femininos.
Zilda Gama foi autora da tese sobre o voto feminino, no Congresso, a qual foi aprovada oficialmente.
Escreveu contos e poesias para vários jornais, destacando-se o Jornal do Brasil, a Gazeta de Notícias e a Revista da Semana, todos da antiga capital federal.
Exerceu o jornalismo profissional em jornais de Juiz de Fora e Ouro Preto, São Paulo e Rio de Janeiro.
Os livros mediúnicos psicografados por Zilda Gama fizeram época na literatura espírita, além de terem o mérito de suavizar muitas dores e estancar muitas lágrimas. Foi a primeira, no Brasil, a receber tão vasta literatura do mundo espiritual.
Outras publicações produzidas pela sua mediunidade: Solar de Apoleo, Na Seara Bendita, Na Cruzada do Mestre e Elegias Douradas.
Didata por excelência, organizou os seguintes livros: O Livro das Crianças, Os Garrotilhos, O Manual das Professoras e O Pensamento.
A mensagem que Kardec lhe ditou em 1.912 − Não obstante as grandes lutas morais que teve que sustentar, Zilda Gama se constituiu na orientadora de muitas criaturas.
Em 1.959, após sofrer derrame cerebral, viveu numa cadeira de rodas, assistida pelo sobrinho Mário Ângelo de Pinho, que lhe fazia companhia.
Zilda Gama, alma de escol, dedicou toda a sua longa existência ao propósito de difundir no Brasil a consoladora Doutrina dos Espíritos e, tendo vivido até quase os 91 anos, tornou-se paradigma para todos os que encaram a mediunidade como sacerdócio lídimo e autêntico.

Fonte: site: www.oconsolador.com.br

YVONNE DO AMARAL PEREIRA – BIOGRAFIA

Yvonne do Amaral Pereira

Yvonne do Amaral Pereira nasceu na antiga Vila de Santa Tereza de Valença, hoje Rio das Flores, sul do estado do Rio de Janeiro, às 6 horas da manhã.
O pai, um pequeno negociante, Manoel José Pereira Filho e a mãe Elizabeth do Amaral Pereira. Teve 5 irmãos mais moços e um mais velho, filho do primeiro casamento da mãe.
Aos 29 dias de nascida, depois de um acesso de tosse, sobreveio uma sufocação que a deixou como morta (catalepsia ou morte aparente). O fenômeno foi fruto dos muitos complexos que carregava no espírito, já que, na última existência terrestre, morrera afogada por suicídio. Durante 6 horas permaneceu nesse estado. O médico e o farmacêutico atestaram morte por sufocação. O velório foi preparado. A suposta defunta foi vestida com grinalda e vestido branco e azul. O caixãozinho branco foi encomendado. A mãe se retirou a um aposento, onde fez uma sincera e fervorosa prece a Maria de Nazaré, pedindo para que a situação fosse definida, pois, não acreditava que a filha estivesse morta. Instantes depois, a criança acorda aos prantos. Todos os preparativos foram desfeitos. O funeral foi cancelado e a vida seguiu seu curso normal.
O pai, generoso de coração, desinteressado dos bens materiais, entrou em falência por três vezes, pois favorecia os fregueses em prejuízo próprio. Mais tarde, tornou-se funcionário público, cargo que ocupou até sua desencarnação, em 1.935. O lar sempre foi pobre o modesto, conheceu dificuldades inerentes ao seu estado social, o que, segundo ela, a beneficiou muito, pois bem cedo alheou-se das vaidades mundanas e compreendeu as necessidades do próximo.
O exemplo de conduta dos pais teve influência capital no futuro comportamento da médium. Era comum albergar na casa pessoas necessitadas e mendigos.
Aos 4 anos já se comunicava áudio-visualmente com os espíritos, aos quais considerava pessoas normais encarnadas. Duas entidades eram particularmente caras: O espírito Charles, a quem considerava pai terreno real, devido a lembranças vivas de uma encarnação passada, em que este espírito fora seu pai carnal.
Charles, o espírito elevado, foi seu orientador durante toda a sua vida e atividade mediúnica.
O espírito Roberto de Canalejas, que foi médico espanhol em meados do século XIX era a outra entidade pela qual nutria um profundo afeto e com a qual tinha ligações espirituais de longa data e dívidas a saldar.
Mais tarde, na vida adulta, manteria contatos mediúnicos regulares com outras entidades não menos evoluídas, como o Dr. Bezerra de Menezes, Camilo Castelo Branco, Frederic Chopin e outras.
Aos 8 anos repetiu-se o fenômeno de catalepsia, associado a desprendimento parcial. Aconteceu à noite e a visão que teve, a marcou pelo resto da vida. Em espírito, foi parar ante uma imagem do “Senhor dos Passos”, na igreja que frequentava. Pedia socorro, pois sofria muito. A imagem, então, cobrando vida, lhe dirigiu as seguintes palavras: “Vem comigo minha filha, será o único recurso que terás para suportar os sofrimentos que te esperam”, aceitou a mão que lhe era estendida, subiu os degraus e não lembra de mais nada.
De fato, Yvonne Pereira foi uma criança infeliz. Vivia acossada por uma imensa saudade do ambiente familiar que tivera na sua última encarnação na Espanha e que lembrava com extraordinária clareza. Considerava seus familiares, principalmente seu pai e irmãos, como estranhos. A casa, a cidade onde morava, eram totalmente estranhas. Para ela, o pai verdadeiro era o espírito Charles e a casa, a da Espanha.
Esses sentimentos desencontrados e o afloramento das faculdades mediúnicas, faziam com que tivesse comportamento considerado anormal por seus familiares. Por esse motivo, até os dez anos, passou a maior parte do tempo na casa da avó paterna.
O seu lar era espírita. Aos 8 anos teve o primeiro contato com um livro espírita. Aos 12, o pai deu-lhe de presente “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e o “Livro dos Espíritos”, que a acompanharam pelo resto da vida, sendo a sua leitura repetida, um bálsamo nas horas difíceis.
Aos 13 anos começou a frequentar as sessões práticas de Espiritismo, que muito a encantavam, pois via os espíritos comunicantes.
Teve como instrução escolar o curso primário. Não pode, por motivos econômicos, fazer outros cursos, o que representou uma grande provação para ela, pois amava o estudo e a leitura.
Desde cedo teve que trabalhar para o seu próprio sustento, e o fez com a costura, bordado, rendas, flores, etc…. A educação patriarcal que recebeu, fez com que vivesse afastada do mundo. Isto, por um lado, favoreceu o desenvolvimento e recolhimento mediúnico, mas por outro, a tornou excessivamente tímida e triste.
Como já vimos, a mediunidade apresentou-se nos primeiros dias de vida terrena, através do fenômeno de catalepsia, vindo a ser este, um fenômeno comum na sua vida a partir dos 16 anos.
A maior parte das reportagens de além-túmulo, dos romances, das crônicas e contos relatados por Yvonne Pereira, foram coletados no mundo espiritual através deste processo, na hora do sono reparador. A sua mediunidade, porém, foi diversificada.
Foi médium psicógrafo e receitista (Homeopatia) assistida por entidades de grande elevação, como Bezerra de Menezes, Charles, Roberto de Canalejas, Bittencourt Sampaio. Praticou a mediunidade de incorporação e passista.
Possuía mediunidade de efeitos físicos, chegando a realizar algumas sessões de materialização, mas nunca sentiu atração por esta modalidade mediúnica.
Os trabalhos, no campo da mediunidade, que mais gostava de fazer eram os de desdobramento, incorporação e receituário. Como foi dito, através do desdobramento noturno que Yvonne Pereira navegava através do mundo espiritual, amparada por seus orientadores, coletando as crônicas, contos e romances com os quais hoje nos deleitamos.
Como médium psicofônico, pode entrar em contato com obsessores, obsidiados, e suicidas, aos quais, devotava um carinho especial, sendo que muitos deles tornaram-se espíritos amigos.
No receituário homeopático trabalhou em diversos Centros Espíritas de várias cidades em que morou durante os 54 anos de atividade.
Foi uma médium independente, que não se submetia aos entraves burocráticos que alguns centros exercem sobre seus trabalhadores, seguia sempre a “Igreja do Alto” e com ela exercia a caridade a qualquer hora e a qualquer dia em que fosse procurada pelos sofredores.
Foi uma esperantista convicta e trabalhou arduamente na sua propaganda e difusão, através de correspondência que mantinha com outros esperantistas, tanto no Brasil, quanto no exterior.
Desde muito pequena cultivou o estudo e a boa leitura. Aos 16 anos já tinha lido obras dos grandes autores como Goethe, Bernardo Guimarães, José de Alencar, Alexandre Herculano, Arthur Conan Doyle e outros.
Escreveu muitos artigos publicados em jornais populares. Todos foram perdidos.
Fonte: Jornal Macaé Espírita – Nº 289/290 – Janeiro e Fevereiro de 2000
Biografia compilada por Rocky Antonio Valencia Oyola
YVONNE DO AMARAL PEREIRA – 20 ANOS NA PÁTRIA ESPIRITUAL
Nos primeiros dias de março do ano de 1984, Yvonne afirmara que não valeria a pena o trabalho de colocação de um marca-passo. Contudo, submeteu-se à cirurgia de emergência, à qual não resistiu, desencarnando.
Retornou assim, ao Mundo Espiritual, uma das mais respeitáveis médiuns do Movimento Espírita Brasileiro, Yvonne do Amaral Pereira, às 22 horas do dia 9 de março daquele ano, após um longo período de atividades na causa espírita.
Nascida na antiga Vila de Santa Tereza de Valença, atual Rio das Flores, no Sul fluminense, no dia 24 de dezembro de 1.900, familiarmente, atendia pelo nome afetivo de Tuti.
Aos 5 anos de idade, não somente via, mas conversava com os espíritos. Aos 12 anos, colocaram-lhe nas mãos a obra “O evangelho segundo o Espiritismo”, que ela passaria a ler diariamente.
Aos 13 anos, escrevia com desenvoltura e estudava sozinha, alcançando as horas da madrugada. Sua vida é uma epopeia de renúncias.
Desejava estudar piano e chegou a dedilhar o teclado. Mas, a pobreza de seus pais lhe impediu o acesso aos estudos que a pudessem habilitar à prática musical.
Desejava tornar-se professora, mas por dificuldades econômicas, também não lhe foi possível frequentar o Curso Normal, que almejava.
Lia autores nacionais e internacionais, como Bernardo Guimarães, José de Alencar, Goethe e Conan Doyle, ilustrando-se de contínuo.
Os trabalhos em prosa e verso que escreveu, sob a tutela espiritual de Roberto de Canalejas (espírito), desde os 12 anos, foram publicados na imprensa mineira, paulista e fluminense, em jornais diversos.
Posteriormente, a Revista Reformador da Federação Espírita Brasileira igualmente os publicou.
Mais tarde, em período compreendido entre 1.963 e 1.982, Yvonne adotou o pseudônimo de Frederico Francisco e publicou notáveis escritos na mesma Revista.
Yvonne, além de médium psicofônica, psicógrafa, gozava das faculdades mediúnicas de desdobramento, materialização, de curas.
Nas localidades onde viveu, sempre deu a sua contribuição nos Centros Espíritas, como bibliotecária, secretária, vice-presidente, evangelizadora, palestrante.
Durante 44 anos, subiu à tribuna espírita, em cinco das seis cidades em que residiu.
Deixou-nos 12 incomparáveis obras mediúnicas, da autoria dos espíritos Bezerra de Menezes, Léon Tolstoi, Camilo Castelo Branco, Charles, a saber: a trilogia de romances – Nas Voragens do Pecado, O cavaleiro de Numiers, O drama da Bretanha, onde são retratadas as lutas redentoras de diversos personagens, sendo Yvonne mesma uma delas; Amor e Ódio – romance que narra a vida de um ex-discípulo de Kardec, Gaston de Saint-Pierre e que dele recebeu O livro dos espíritos, na época em que surgiu essa obra; Sublimação – histórias comoventes, onde o enfoque maior é o suicídio, com todas as suas implicações morais e suas consequências dolorosas; Ressurreição e Vida – contos variados que se desenrolam na Rússia dos Czares, em aldeias da Itália e na Espiritualidade, com evocações inclusive da Galileia dos tempos apostólicos; A tragédia de Santa Maria – romance de fatos ocorridos no Brasil, em uma fazenda de cana-de-açúcar, ao sul do Estado do Rio de Janeiro, no século XIX.
Dos fatos narrados, Bezerra de Menezes, ainda encarnado, participa; Nas telas do infinito – que comporta duas histórias, tendo como cenário a Europa e o nosso país; Dramas da obsessão – obra que esclarece sobre a realidade dos fatos relacionados com a obsessão, em duas histórias, uma delas com participação da própria médium, na tarefa de orientação aos espíritos obsessores; Devassando o invisível e Recordações da mediunidade – relatos das experiências mediúnicas de Yvonne, sob o amparo dos espíritos Charles e Bezerra. Memórias de um suicida – obra prima da literatura mediúnica no Brasil. Com suas 568 páginas, é um libelo contra o tresloucado ato do suicídio. Narra desde as tragédias que se desenvolvem no Vale dos Suicidas ao amparo maternal de Maria de Nazaré, no Hospital que traz seu nome, na Espiritualidade, tanto quanto a tarefa anônima da desobsessão nos Centros Espíritas.
No ano de 1.979, nos meses de setembro a dezembro, a Revista Reformador publicou substancioso texto de Yvonne, onde ela narra algumas de suas experiências reencarnatórias, que culminam na encarnação que findou no Brasil, no ano de 1.984.
A Societo Lorenz, no ano 2.000, sintetizou em um livreto os quatro artigos, que chegaram a ocupar as páginas do Mundo Espírita, e o publicou com o título Um caso de reencarnação – Eu e Roberto de Canalejas.
Vinte anos se passaram. Não podemos dizer: vinte anos sem Yvonne, pois que a valorosa médium deixou as paragens terrenas para prosseguir em outra dimensão a tarefa em tão boa hora iniciada.

Jornal Mundo Espírita/FEP/março/2.004.

WILLIAM CROOKES – BIOGRAFIA

William Crookes

William Crookes nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 17 de junho de 1.832. Foi o maior químico da Inglaterra, segundo afirmativa de “Sir” Arthur Conan Doyle, o que ficou constatado pela trajetória gloriosa que esse ilustre homem de ciência desenvolveu no campo científico.
Mencionado como sendo um dos mais persistentes e corajosos pesquisadores dos fenômenos supranormais, desenvolveu importante trabalho na área da fenomenologia espírita.
No ano de 1.855, Willian Crookes assumiu a cadeira de química na Universidade de Chester. Como consequência de prolongados estudos, no ano de 1.861 descobriu os raios catódicos e isolou o Tálio, determinando rigorosamente suas propriedades físicas.
Após persistentes estudos em torno do espectro solar, descobriu, em 1.872, a aparente ação repulsiva dos raios luminosos, o que o levou à construção do Radiômetro, em 1.874. No ano seguinte descobriu um novo tratamento para o ouro.
No entanto, a coroação do seu trabalho científico foi a descoberta do quarto estado da matéria, o estado radiante, no ano de 1.879.
Foram-lhe outorgadas várias medalhas pelas relevantes descobertas no campo da física e da química.
A rainha Vitória, da Inglaterra, nomeou-o com o mais alto título daquele país: “Cavalheiro”.
A par de todas as atividades, ocupou a presidência da Sociedade de Química, da Sociedade Britânica, da Sociedade de Investigações Psíquicas e do Instituto de Engenheiros Eletricistas.
Dotado de invejável fibra de investigador, acabou por pesquisar os fenômenos mediúnicos, a princípio, com o fim de demonstrar o erro em que incidiam os ditos
“médiuns” e todos aqueles que acreditavam piamente em suas mediunidades.
Em 1.869, os médiuns J. J. Morse e Sra. Marshall serviram de instrumento para que Crookes realizasse as suas primeiras investigações.
As mais notáveis experiências mediúnicas, levadas a efeito por esse ilustre cientista, foram realizadas através da médium Florence Cook, quando obteve as materializações do Espírito que dava o nome de Katie King, fato que abalou o mundo científico da época.
A jovem Florence Cook tinha apenas 15 anos de idade quando se apresentou a Sir Willian Crookes, a fim de servir de medianeira para as pesquisas científicas que vinha realizando. São dela as seguintes palavras: “Fui à casa do Senhor Crookes, sem prevenir a meus pais e nem a meus amigos. Ofereci-me em sacrifício voluntário sobre o altar de sua incredulidade.” Ela pediu a proteção da Sra. Crookes e submeteu-se a toda sorte de experimentações, objetivando comprovar a sua mediunidade, pois que um cavalheiro, de nome Volckmann, havia lhe imputado suspeitas de fraude.
No dia 22 de abril de 1.872, aconteceu, pela primeira vez, a materialização do Espírito Katie King, estando presente na sessão, a genitora, alguns irmãos da médium e a criada.
Após várias sessões, nas quais o Espírito Katie King se manifestava com incrível regularidade, a Srta. Florence afirmou a Willian Crookes que estava decidida a submeter-se a todo o gênero de investigações.
Na sua obra “Fatos Espíritas”, faz completo relato de todas as experiências realizadas com o Espírito materializado de Katie King, que não deixa dúvida quanto ao poder extraordinário que possui o Espírito de dar a forma desejada, utilizando a matéria física.
Numerosos cientistas de renome, mesmo diante dos fatos mais convincentes, hesitaram em proclamar a verdade, com receio das consequências que isso poderia acarretar aos olhos do povo. Crookes, porém, não agiu assim. Ele penetrou o campo das investigações com o intuito de desmascarar, de encontrar fraudes, entretanto, quando constatou que os casos eram verídicos, insofismáveis, ele rendeu-se à evidência, curvou-se diante da verdade, tornou-se espírita convicto e afirmou: – “Não digo que isto é possível; digo: isto é real!”
Willian Crookes desencarnou em 04 de abril de 1.919, em Londres, Inglaterra.
Fonte: ABC do Espiritismo, Victor Ribas Carneiro e Personagens do Espiritismo,

Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy.

VIANA DE CARVALHO – BIOGRAFIA

Viana de Carvalho

Foi o Major Dr. Manuel Viana de Carvalho um dos maiores tribunos espíritas do Brasil, destacando-se pela sua eloquência, erudição e destemor na pregação do Espiritismo.
Seu verbo inspirado, através de uma dicção impecável, de timbre sonoro e harmonioso, assumia, às vezes, tonalidades impressionantes, assomando-lhe aos lábios em tropos de empolgante beleza. Foi, na verdade, um mágico da palavra, esteta do sentimento e criador de sensibilidades, arrebanhando prosélitos e simpatizantes em sua “peregrinação” triunfante pelo Brasil afora.
Viana é considerado a glória dos oradores espíritas e se enfileira entre os que mais desenvolveram a propagando do Espiritismo em terras brasileiras. Diz em seu biógrafo que “bem semelhante ao calor dos trópicos foi a alma desse novo Demóstenes e agitador de ideias”.
Viveu Viana de Carvalho uma vida intensíssima. Descrevê-la, toda ela, seria preciso um livro de muitas dezenas de páginas. Vamos, porém, resumi-las nas notas biográficas a seguir:
Manuel Viana de Carvalho nasceu na cidade de Icó (Ceará) aos 10 de dezembro de 1.874, filho do professor Tomás Antônio de Carvalho e de D. Josefa Viana de Carvalho.
Fez os primeiros estudos de humanidades no Liceu de Fortaleza. Em 1.891, matriculou-se na Escola Militar do Ceará (extinta mais tarde), e, ao fim desse ano, foi classificado em primeiro lugar na ordem de comportamento e de merecimentos intelectuais. Foi nessa época de efervescência mental que ele tomou conhecimento das obras de Allan Kardec. Entre alunos daquele estabelecimento, começou a espalhar as noções colhidas nos livros do Codificador do Espiritismo. A 03 de novembro de 1.894, foi promovido ao posto de Alferes, já tendo completado o curso preparatório naquela Escola.
A sua atividade propriamente de propagandista espírita só se acentuou quando, em 11 de fevereiro de 1.895, veio ao Rio matricular-se no curso superior da antiga Escola Militar de Praia Vermelha. Por causa de um incidente, no qual ficou depois provada a sua inocência, ele trancou a sua matrícula, indo servir na Fortaleza da Laje e, depois, no Realengo. Existia, então, funcionando em terras cariocas, o “Centro da União Espírita de Propaganda no Brasil”, fundado por Angeli Torteroli, Dr. Ernesto dos Santos Silva, Carlos de Lima e Cirne e alguns outros espíritas da primeira hora nas lutas pela difusão do novo ideal. Viana ligou-se a esse grupo, de cujos componentes era o mais moço e, talvez por isso mesmo, o mais ardoroso, ocupando a tribuna todas as noites, perante compactos auditórios de 500 a 600 pessoas que se renovavam constantemente.
Durou essa campanha até Março de 1.896, data em que se transferiu para Porto Alegre como aluno da Escola Militar que ali tinha sua sede. Fez, então, o 1.º e o 2.º ano do curso superior. Na capital gaúcha, o Espiritismo era propagado por meia dúzia de intimoratos profitentes, entre os quais se destacava um culta e corajosa mulher, D. Mercedes Ferrari. Viana procurou o velho Joaquim Xavier Carneiro, que gozava de certa influência pela sua austeridade de costumes e muitos atos de benemerência, e que então dirigia o Grupo Espírita Allan Kardec. Obteve dele a indicação de nomes e residências de alguns adeptos, conseguindo reuni-los em casa abandonada, dentro de terreno baldio no bairro do Paternon. Na sala do prédio não havia nem mesa nem cadeiras para os assistentes. Todos de pé escutavam, com vivo interesse, as palavras de animação e o apelo caloroso de Viana no sentido de uma difusão maior da Doutrina naquela cidade. Como resultado, fundou-se um núcleo de estudos que, dali por diante, funcionou no andar térreo de uma casa comercial da rua dos Andradas. Correram dois anos de tentativas, ora interrompidas, ora recomeçadas, mas produzindo sempre resultados benéficos para a Causa espírita.
Publicou em Porto Alegre, ainda em 1.898, a sua primeira produção literária – “Facetas” –    contos e fantasias, prefaciado por Cármen Dolores, pseudônimo da escritora e poetisa, Emília Bandeira de Melo. Segundo escreveu o Barão Guilherme Studart, a obra foi “bem acolhida pelos homens de letras e pela imprensa”. Seguiu-se a esta, mais tarde, outra obra elogiada – “Coloridos e Modulações”.
O ano de 1.898 veio encontrar Viana de novo no Rio de Janeiro, reencetando as preleções no Centro da União Espírita e em outros diversos Grupos. Tomou parte ativa no Congresso Espírita que se efetuou por essa ocasião. Até 1.905 militou com maior ou menor operosidade no meio carioca e em viagens ao interior do Estado do Rio. Classificado no 8.º Batalhão de Infantaria, em Cuiabá (Mato Grosso), transportou-se para essa cidade, onde fundou o Centro Espírita Cuiabano, dotando-o de todos os serviços necessários a uma forte e intensa propaganda. Em 1.907, regressou ao Rio a fim de matricular-se no curso de engenharia da Escola do Realengo. Apesar disto, continuou na difusão dos seus princípios religiosos, frequentando várias sociedades espíritas, inclusive a Federação Espírita Brasileira, da qual foi orador oficial em várias sessões comemorativas, quer na própria sede da FEB, quer no salão de honra da antiga Associação do Empregados no Comércio, ante auditórios sempre lotados. Do Rio saía, ainda, em numerosas excursões a Minas Gerais, São Paulo, Estado do Rio e Espírito Santo, em companhia de outro grande espírita, Ignácio Bittencourt.
“Reformador”, o órgão da Federação Espírita Brasileira, igualmente recebeu, por essa ocasião, e nos anos seguintes, a colaboração escrita de Viana de Carvalho, em artigos que primavam pela linguagem elevada e escorreita, pela riqueza de conceitos doutrinários e por vasta erudição literária, científica, filosófica e religiosa, mostrando ser, às vezes, profundo conhecedor da extensa fenomenologia espírita.
Concluindo o curso de engenharia militar, embarcou para Fortaleza, em abril de 1.910. A 1.º de maio desse ano, iniciou uma série de conferências na “Loja Igualdade” e, logo depois (10 de junho), instituiu o “Centro Espírita Cearense”, criando o jornal “Lábaro”, exclusivamente doutrinário, e o “Combate”, órgão de contestação ao clero católico, que desencadeara violenta campanha contra o Espiritismo pelo “Cruzeiro do Norte”. As conferências semanais, proferidas nos salões das Lojas Maçônicas “Igualde” e “Liberdade”, atraíam multidões, levantando, por isso, grande oposição por parte do clero alarmado. Algumas dessas conferências foram publicadas, em extratos, pela “Folha do Ceará”. Travou-se ali vivíssima polêmica, tendo Viana de Carvalho defendido, sem repouso, o Espiritismo pelas colunas de “A República”, do “Jornal do Ceará” e do “O Unitário”, folha esta dirigida pelo fulgurante jornalista Cel. João Brígido dos Santos, que se tornara amigo do ardoroso tribuno espírita.
Essa verdadeira cruzada em Fortaleza se prolongou até novembro de 1.911.
Por imposição do serviço militar, teve ele de seguir para Curitiba (Paraná). Aí realizou várias exposições doutrinárias, publicando diariamente artigos do mesmo gênero no “Diário da Manhã”. Regressando ao Rio, em 1.912, principiou a preparar, com meticuloso cuidado, os grupos existentes nos subúrbios, a fim de tornar possível a organização da futura “União Espírita Suburbana”, fundada em 1.916, sob a presidência de Manuel Fernandes Figueira, venerando vulto do Espiritismo em Terras de Guanabara.
Viana e Ignácio Bittencourt, outro brilhante orador, por várias vezes representaram a Federação Espírita Brasileira em diversas instituições espíritas tanto da Guanabara quanto do Estado do Rio, e a fizeram a propaganda em muitas Associações neutras que os convidavam a expor a Doutrina. Nessa ocasião, tornou-se dedicado membro da Comissão de Assistência aos Necessitados da FEB.
Em princípios de 1.913, Viana de Carvalho foi servir em Maceió (Alagoas), onde, além de proferir inúmeras conferências, algumas delas sintetizadas no “Correio de Maceió”, reorganizou os Grupos espíritas que se achavam em decadência. Logo em seguida, partiu para Recife. Novas conferências e outra polêmica que abalou profundamente os arraiais católicos daquela cidade, cujos jornais “A Província” e o “Diário de Pernambuco” falavam de assistências de 800 pessoas, em que se contavam distintíssimas famílias, jornalistas, homens de letras e representantes de todas as classes sociais. Como sempre, as lojas maçônicas franqueavam seus salões a essas concorridas conferências.
Voltando ao Rio, em 1.914, Viana retomou a pregação do Espiritismo nos subúrbios, até 1.916, quando embarcou para a cidade de Santa Maria da Boca do Monte, no Rio Grande do Sul. Aí fundou e reorganizou diversos grêmios, realizando várias conferências e publicando no “Diário do Interior” estudos relacionados com a Doutrina Espírita, que foram reproduzidos em alguns outros órgãos da imprensa sul-rio-grandense.
Em 1.917 regressou ao Rio, onde desenvolveu especial atividade, combatendo as fraudes e trapaças do falso Espiritismo. Logo no ano seguinte, voltava a Santa Maria da Boca do Monte, como assistente da 9.ª Brigada de Infantaria, em comissão do Governo, ali demorando 15 meses em trabalhos de expansibilidade da propaganda espírita.
Por essa época (1.918), “Reformador” já assinalava, num artigo sobre Viana de Carvalho: “Quando houver de escrever-se a história da evolução espírita em nossa Pátria, o artista tribuno e vibrante polemista terá o seu lugar de destaque pela feição múltipla da sua atividade inconfundível”.
Em princípios de 1.919, voltou ao Rio de Janeiro, para, pouco depois, embarcar rumo a Maceió, onde tentaram proibir-lhe as palestras até mesmo expulsá-lo. Viana fundou ali diversos centros de estudo do Espiritismo, e travou, pela imprensa e pela tribuna, desassombrada polêmica com os adversários, cuja investida raivosa chegou ao ponto de pleitear, no Rio de Janeiro, a transferência do ilustre oficial, sendo ele removido para o Paraná, em meados de 1.919.
Em Curitiba fez muitas conferências na Federação Espírita do Paraná e em outras sociedades congêneres, bem como no Teatro Alemão, diante de numerosíssimo público. Escreveu, ainda, no “Diária da Tarde”, com assiduidade.
De Curitiba veio para a cidade de São Paulo, e ocupou a tribuna de várias Sociedades, inclusive da Associação Espírita São Pedro e São Paulo, na qual falou a assembleias de mais de mil pessoas, despertando grande interesse, sobretudo entre os intelectuais que, levados pela fama do orador, compareciam àquelas reuniões.
Em 1.920, voltou ao Rio de Janeiro, trabalhando em muitos núcleos, entre os quais o Abrigo Teresa de Jesus, a União Espírita Suburbana, o Grêmio Nazareno, o Centro Antônio de Pádua, a União dos Trabalhadores de Jesus, a Tenda Espírita de Caridade, o Centro José de Abreu, o Grupo Espírita Sebastião, etc.
Por essa época, através do “Reformador”, incentivou a criação, em todas as Sociedades espíritas, de escolas de moral cristã destinadas às crianças, declarando que esse problema jamais deveria ser descurado.
Em 1.921 esteve no Estado de São Paulo e pronunciou conferências em Caçapava e outras cidades.
Viana de Carvalho cultivava a música clássica. Era exímio violinista.
Querido e respeitado em todos os meios espíritas, desde o mais obscuro ao mais culto, Viana procurou promover a unificação dos Centros, convocando, para isso, uma reunião dos presidentes das agremiações, na Rua Camerino, onde se procurou dar uma feição nova à prática do Espiritismo, dentro dos moldes da uniformização dos trabalhos e da orientação doutrinária.
Em 1.923, seguiu para Recife, organizando e orientando os Centros ali existentes, sendo obrigado a entrar em nova e rija polêmica com os representantes do clero.
Depois, rumou para Fortaleza e daí para Sergipe, onde fora designado para comandar o 28.º B. C., isto em 1.924. Sua atividade em Aracaju foi muito grande: conferências, artigos em jornais, revistas, etc., animando sobremaneira o meio espírita aracajuano. Como Comandante, tornou-se bastante querido, do soldado raso ao oficial superior.
Em 1.926, adoeceu gravemente, ficando resolvido o seu recolhimento ao Hospital de São Sebastião, em Salvador, quando suas forças não mais lhe permitiam levantar-se do leito.
Em maca, foi conduzido ao paquete “Iris” por colegas oficiais e alguns praças e pelos Srs. Deputado Macena Peixoto, Dr. Francisco Menezes, Cizídio Marques e outros amigos, tendo vários homens do povo acompanhado o Viana até o trapiche do Lloyd.
Na altura da Amaralina, às 06:30 horas, o oficial desencarnava a bordo, tendo ao lado o “Gaguinho”, seu dedicado enfermeiro, sendo o corpo sepultado na Bahia, cremos que em Salvador. Era o dia 13 de outubro de 1.926.
Militar disciplinado, com reais serviços à Pátria e ao Exército Nacional, o Major Manuel Viana de Carvalho – o “Manu”, como era tratado na intimidade dos seus familiares, ou o “Vianinha”, no seio da confraria – foi o grande paladino que fez do Espiritismo a sua bandeira, desfraldando-a por esses Brasis a fora e defendendo-a com desassombro e galhardia.
Na imprensa e na tribuna, foi o arauto da boa nova espírita, salientando-se entre os mais destacados propagandistas, que não conhecia cansaço nem recuo.
Seus improvisos tribunícios, abrilhantados pelos arroubos do verbo candente que magnetizava e empolgava os auditórios, foram acontecimentos marcantes na História do Espiritismo em nossa terra.
“Como bandeirante da ideia, como desbravador de searas” – assinalou o “Reformador” -, “é força convir que a sua obra doutrinária não tem paralelo no Brasil, ninguém fez mais nem fez melhor”.

Fonte: Grandes Espiritas do Brasil, de Zêus Wantuil.

UBALDO RAMALHETE – BIOGRAFIA

Ubaldo Ramalhete

Em 19 de junho de 1.950 falecia no Rio de Janeiro, o Prof. Dr. Ubaldo Ramalhete Maia, nascido em Santa Leopoldina, Estado do Espírito Santo, a 18 de agosto de 1.882.

Na Diretoria da Federação Espírita Brasileira, Casa que ele sempre defendeu e honrou em quaisquer circunstâncias, exerceu os cargos de 1.º Secretário e Vice-Presidente, desempenhando-os com elevado descortino e esclarecida inteligência.

Foi ardoroso propagandista da Terceira Revelação, e em sua vida privada deu sempre os mais exuberantes testemunhos de haver assimilado as verdades evangélicas. Colocou sempre em primeiro plano o seu ideal espírita, ainda mesmo que com essa atitude franca lhe adviessem prejuízos em sua vida pública e particular.

Com seu espírito conciliador e ponderado, tudo solucionava de maneira cristã no seio da Diretoria.

Era humilde e de fino trato social, a par de profundo conhecedor do Evangelho. Sua palavra, tanto na tribuna da Federação, em sessões públicas, como nas reuniões de estudo do Grupo Ismael, era por todos ouvida com real agrado e proveito.

Em virtude de seu estado de saúde não lhe permitir uma cooperação mais direta e eficiente como era de seu desejo, foi, ainda assim, eleito pela Assembleia Deliberativa, realizada em 1.949, membro do Conselho Fiscal da Federação Espírita Brasileira.

Participava com assiduidade das sessões do Grupo Ismael, cabendo-lhe por vezes, a presidência dos trabalhos.

Representou o Estado do Espírito Santo no Conselho Federativo Nacional, órgão unificador do movimento espírita no território brasileiro, sendo-lhe ali admirada a criteriosa ponderação e nobreza espiritual no trato das mais delicadas questões.
Muitos foram os Centros e Sociedades espíritas do Rio que lhe ouviram a palavra serena em belas conferências doutrinárias.
*
Bacharelando-se pela Escola Livre de Direito do Rio de Janeiro, hoje Faculdade Nacional de Direito, Ubaldo Ramalhete retornou ao seu Estado natal, onde desenvolveu intensíssima atividade. É assim que foi, ali: Procurador Geral; Promotor Público; Deputado Estadual e presidente da Assembleia Legislativa; Secretário Geral do Governo Jerônimo Monteiro; Secretário de Educação; Consultor Jurídico do Estado; Secretário de Interior e Justiça, em 1.946, assumindo o Governo na ausência do Interventor Dr. Aristides Campos; fundador do Instituto dos Advogados; fundador da Associação de Imprensa; fundador e primeiro presidente da Sociedade Amigos de Alberto Torres; membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. Representou o seu Estado como Deputado Federal, em várias legislaturas. Aqui, na Guanabara, foi Professor de Direito Civil e de Direito Comercial na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, atual Faculdade de Direito da Universidade do Estado da Guanabara, e destacado membro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados.
Em todos os cargos que ocupou e nas diferentes funções que desempenhou, o Dr. Ubaldo Ramalhete Maia foi sempre uma figura querida pela sua finura e lhaneza de espírito, admirado e acatado pelos seus dotes intelectuais e morais e pela inteireza de caráter.

Ao desencarnar, deixou sua descendência bem encaminhada na vida. Seu filho, Dr. Clóvis Ramalhete, seguiu lhe as pegadas, vindo a ser emitente jurista e distinto membro da Corte Internacional de Haia.
*
Em sua reunião de 27 de julho de 1.950, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil prestou merecida homenagem ao Dr. Ubaldo Ramalhete, membro daquele Conselho.
Da ata daquela reunião, publicada no Jornal do Commercio, no dia 28 de julho, extraímos o seguinte:

“O Conselheiro Jair Tovar, com a palavra, refere-se ao desaparecimento do Conselheiro Ubaldo Ramalhete. Reporta-se à atuação do finado como advogado, professor universitário, parlamentar, jornalista e tribuno. Com palavras elogiosas e repassadas de profundo pesar, recorda a sua ação no Conselho Federal da Ordem e na Seção do Espírito Santo, organismos em cuja instalação e desenvolvimento colaborou decisivamente. Ubaldo Ramalhete, diz, foi cidadão dos mais prestantes e devotados à causa pública, bem como benemérito da classe dos advogados. Termina propondo ao Conselho: 1) que, de pé, se guarde um minuto de silêncio, em recordação do ilustre companheiro desaparecido; 2) que, em seguida, se encerre a seção; 3) que se oficie à família de Ubaldo Ramalhete, expressando-lhe a mágoa do Conselho e notificando-lhe as excepcionais homenagens que lhe prestou; 4) que se oficie à Seção da Ordem do Espírito Santo, no mesmo sentido.
Em seguida, associando-se às homenagens propostas pelo Conselheiro Jair Tovar, por si e pelas delegações que integram, falaram os Conselheiros Haroldo Valadão, Alcino de Paula Salazar, Edgar de Toledo, Olímpio Carvalho, Ivens de Araújo, Souza Vale, Marcelo Moreira e Arnoldo de Medeiros, todos pondo em relevo as qualidades morais, o talento, os caracteres marcantes da superior personalidade de Ubaldo Ramalhete. Aprovadas, unanimemente, as propostas, o Sr. Presidente convidou os membros do Conselho a, de pé e silenciosos, por um minuto, reverenciar a memória do eminente defensor da classe”.

A passagem do Dr. Ubaldo Ramalhete pela Federação Espírita Brasileira se caracterizou pela lealdade, pela firmeza de convicções, pela sua grande cultura evangélica e pelo amor ao trabalho.
Fonte: Grandes Espíritas do Brasil, de Zêus Wantuil.