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CARTA DE NATAL


Meu amigo. Não te esqueças.
Pelo Natal do Senhor
Abre as portas da bondade
Ao chamamento do amor.

Reparte os bens que puderes
Às luzes da devoção.
Veste os nus. Consola os tristes,
Na festa do coração.

Mas não olvides tu mesmo,
No banquete de Jesus,
Segue-Lhe o exemplo divino
De paz, de verdade e luz.

Faze um novo compromisso
Na alegria do Natal,
Pois o esforço de si mesmo
É a senda de cada qual.

Sofres? Espera e confia.
Não te furtes de lembrar
Que somente a dor do mundo
Nos pode regenerar.

Foste traído? Perdoa.
Esquece o mal pelo bem.
Deus é a Suprema Justiça.
Não deves julgar ninguém.

Esperas bens neste mundo?
Acalma o teu coração.
Às vezes, ao fim da estrada
Há fel e desilusão.

Não tiveste recompensas?
Guarda este ensino de cor:
Ter dons de fazer o bem
É a recompensa melhor.

Queres esmolas do céu?
Não te fartes de saber,
Que o Senhor guarda o quinhão
Que venhas a merecer.
Desesperaste? Recorda,
Nas sombras dos dias teus,
Que não puseste a esperança
Nas luzes do amor de Deus.

Natal!… Lembrança divina
Sobre o terreno escarcéu…
Conchega-te aos pobrezinhos
Que são eleitos do céu.

Mas ouve, irmão! Vai mais longe
Na exaltação do Senhor.
Vê se já tens a humildade –
A seiva eterna do amor.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



CARTA DE ANO BOM



Entre um ano que se vai
E outro que se inicia,
Há sempre nova esperança,
Promessas de Novo Dia…

Considera, meu amigo,
Nesse pequeno intervalo,
Todo o tempo que perdeste
Sem saber aproveitá-lo.

Se o ano que se passou
Foi de amargura sombria,
Nosso Pai Nunca está pobre
Do pão de luz da alegria.

Pensa que o céu não esquece
A mais ínfima criatura,
E espera resignado
O teu quinhão de ventura.

Considera, sobretudo
Que precisas, doravante,
Encher de luz todo o tempo
Da bênção de cada instante.

Sê na oficina do mundo
O mais perfeito aprendiz,
Pois somente no trabalho
Teu ano será feliz.

Não esperes recompensas
Dos bens da vida terrestre,
Mas, volve toda a esperança
A paz do Divino Mestre.

Nas lutas, nunca te esqueça
Deste conceito profundo:
O reino da luz de Cristo
Não reside neste mundo.

Não olhes faltas alheias,
Não julgues o teu irmão,
Vive apenas no trabalho
De tua renovação.

Quem se esforça de verdade
Sabe a prática do bem,
Conhece os próprios deveres
Sem censurar a ninguém.
Ano Novo!… Pede ao Céu
Que te proteja o trabalho,
Que te conceda na fé
O mais sublime agasalho.

Ano Bom!… Deus te abençoe
No esforço que te conduz
Das sombras tristes da Terra
Para as bênçãos de Jesus.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



CARTA AOS MENINOS



Meu amigo pequenino.
Depois de ler e brincar,
Há nos caminhos da Terra
Outra vida a te esperar.

É a vida que representa
A tua escola maior,
Onde o livro do trabalho
É sempre muito melhor.

Para esse novo caminho
Seja em qualquer posição,
Faz-se mister acenderes
As luzes do coração.

Não te habitues a mandar,
Nem tão somente a querer,
Mas aprende a trabalhar,
A esperar e obedecer.

Nas lutas de cada dia
Aclara o teu coração.
Preguiças e rebeldias
São portas de tentação.

Antes de tudo, venera
Teus pais e os conselhos seus.
Sem que ames a teus pais
Não podes amar a Deus.

Se tens tudo hoje, recorda
Que nesse grande caminho
Pode faltar-te o conforto,
Pode faltar-te o carinho.

Não desperdices, meu filho,
No mundo há muita criança,
Que embora irmã de teus anos,
Não tem pão, nem esperança…

Dá sempre. Quem dá, recebe
As grandes luzes do Bem.
Deus nos deu tudo na vida.
Se puderes, dá também.

Mas se és pobre, não te esqueças
Da vida resignada.
“O pouco com Deus é muito
E o muito sem Deus é nada”.
Se és órfão e desvalido,
Se te falta o livro e o pão,
Trabalha e conta com Deus
Que ouve o teu coração.

Deus é tudo em nossa vida.
Sem Ele tudo nos cai.
Aprende a guardar na Terra
A sua bênção de Pai.

Faze da luz da humildade
A força de teu escudo.
Esforço e boa vontade
Na vida conseguem tudo.

Não olvides que o trabalho
É fonte de paz e luz.
Jamais te esqueças, meu filho,
Que teu modelo é Jesus.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



CARTA AOS JOVENS



Estás moço, meu amigo,
E a estrada da juventude
É um sonho alegre e florido
De esperança e de saúde.

Tudo, em redor de teus passos,
É vigor e fortaleza,
Entusiasmos felizes
Nas bênçãos da natureza.

É nessa fase da vida
Que, muita vez, a ilusão
Trabalha como um veneno
Às forças do coração.

Que a experiência do velho
Seja em tudo o teu espelho.
A luz dos cabelos brancos
É um carinhoso conselho.

Que a tua impulsividade
Se inutilize ou se torça;
Todo o mal da mocidade
É dominar pela força.

O engano de quem é moço
É a pretensão de poder,
Vendo embora que a questão,
Antes de tudo, é saber.

Alguém já disse no mundo,
Perante os impulsos teus,
Que a mocidade feliz
É uma inimiga de Deus.

É que o jovem, meu amigo,
No anseio de dominar,
Destrói com toda a imprudência
Sem saber edificar.

Não dispenses o velhinho
Que, humilde, te estende a mão;
Sua palavra tranqüila
É luminosa lição.

Recordo-te, nesta carta,
Um raciocínio profundo.
Sem que o velho houvesse andado,
Não marcharias no mundo.
Acata-o, raciocinando
Que, um dia, serás assim,
Desiludido e cansado
Quando a prova for ao fim.

Planta o bem no teu caminho.
Não fujas à caridade.
“Quem semeia ventanias
Colhe a dor e a tempestade”.

Guarda a fé. Ora e confia.
A paz há de ser-te imensa.
Se, entre as sombras da velhice,
Tiveres a luz da crença.

A mocidade do mundo
Passa, às vezes, no imprevisto.
Mas tê-la-ás, pura e eterna,
Se andares com Jesus Cristo.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



CARTA ÀS MÃES



Minha irmã, se Deus te deu
A luz da maternidade,
Deu-te a tarefa divina
Da renúncia e da bondade.

Busca imitar no caminho
A Rosa de Nazaré,
Irradiando o perfume
De amor, de humildade e fé.

Lembra sempre em tua estrada,
Que a paz de tua missão
É feita dessa ternura
Que nasce do coração.

Contempla em cada filhinho
Um luminoso sorriso
Da alegria dolorosa
Que te leva ao paraíso.

Porque, ser mãe, minha irmã,
É ser prazer sobre as dores,
É ser luz, embora a estrada
Tenha sombras e amargores.

Ser mãe é ser a energia
Que domina os escarcéus,
É ser nas mágoas da Terra
Um sacrifício dos céus.

Pensa nisso e não duvides
Da grande misericórdia,
Que te deu na senda escura
A lâmpada da concórdia.

Ouve ainda. Tem cuidado
Com o teu próprio coração.
Não deixes que se transforme
O teu amor em paixão.

Muita vez, a mãe terrestre
Em vez de salvar, condena,
Porque do amor que redime
Faz a paixão que envenena.

Há muitas mães nos Espaços
Chorando na desventura,
Os perigosos desvios
De sua imensa ternura.
Ama o filho de outra mãe
Qual se fora teu também,
E estarás santificado
Teu lar nas luzes do Bem.

Castiga amando o teu filho
Em teu carinho profundo.
Prefere o teu próprio ensino
Às tristes lições do mundo.

Recorda que está contigo
A missão de renovar,
De corrigir perdoando,
De esclarecer e ensinar.

Nos teus exemplos repousa
A esperança do Senhor,
Que há de salvar este mundo
Por meio de teu amor.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



CARTA AOS PAIS



Não podes viver a esmo,
Numa estrada indefinida.
Um pai tem obrigações
Das mais nobres que há na vida.

Meu irmão, em tua casa,
Nas ternuras dos filhinhos,
Personifica o bom senso
Entre os beijos e os carinhos.

Por enquanto, a Terra inteira
Inda é um mar encapelado.
Se não dominas a onda
Virás a ser dominado.

Entende a luz do caminho.
A tua finalidade
Não é somente a da espécie
Nas lutas da humanidade.

Exige-se muito mais
Dos teus esforços no mundo,
Recebeste de Jesus
Um dom sagrado e profundo.

Se a missão das mães terrestres
É conduzir e ensinar,
O teu trabalho é de agir.
No esforço de transformar.

Não olvides teus deveres
Na esfera da educação,
Fazendo de tua casa
A escola de redenção.

Um pai que deixa os filhinhos
Abandonados ao léu
Não corresponde no mundo
À confiança do céu.

Cuida bem dos pequeninos.
A educação tem segredos
Que devem ser estudados
Desde os tempos dos brinquedos.

A tua função no lar
Não é somente prover,
Mas adotar providências,
Procurando esclarecer.
Ensina os teus a gastar.
Quem vive muito à vontade
Pode encontrar a miséria
No fim da ociosidade.

Gastar somente o que é justo
É ser prudente e cristão.
Quem gasta o que não é seu
Faz dívidas de aflição.

Luta sempre, mas se os teus
Não te seguirem os trilhos,
Esperemos nesse Pai
De que todos somos filhos.

Na pobreza ou na fortuna,
Esforça-te, meu amigo.
Exemplifica o trabalho
E Deus estará contigo.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



CARTA AOS VELHOS



Vens de longe no caminho,
Exausto de combater.
Sim, meu irmão, a velhice
É a hora do entardecer.

Por vezes, é uma hora triste
De amargurosas lembranças
Do barco em que viajavas,
Entre sonhos e esperanças.

Da culminância do monte,
Examinas a paisagem,
E deploras os desvios
De quem começa a viagem.

Às vezes te calas, triste.
Ninguém te quer atender,
E choras porque conheces
Os tóxicos do prazer.

Mas nunca te desanimes.
Prossegue em tua missão,
Continua esclarecendo
O mundo de provação.

Não desesperes, porquanto,
Antigamente também
Eras chamado à verdade
E não ouviste a ninguém.

Quebraste serros e atalhos,
Sem olhar a conseqüência.
Sofreste muito e ganhaste
O ouro da experiência.

Perdoa. Quem viveu muito
Tem muita compreensão.
Compreensão é bondade
Que esclarece com perdão.

Meninos, moços e velhos,
Nas lutas da humanidade,
São três expressões ligeiras
De um dia da eternidade.

Meninice e juventude
São a alvorada louçã.
Velhice é a noite, porém,
O dia volta amanhã.
O que é preciso no mundo
De prova e de sofrimento,
É que todos sejam velhos
Nas luzes do entendimento.

Por isso, meu santo amigo,
Não te canses em saber,
Se tens muito que ensinar,
Inda tens muito a aprender.

Conserva a tua esperança.
Guarda a paz do Mestre Amado.
A crença na tua noite
É um firmamento estrelado.

Na antecâmara do Além,
Deus te abençoe, meu irmão,
Dilatando no caminho
A luz do teu coração.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



CARTA AOS EMPREGADOS



Se és, meu amigo, empregado
Daquela ou dessa expressão,
Honra a oficina do esforço,
Manancial de teu pão.

Todo lugar de trabalho
É um templo de amor e luz,
É uma escola consagrada
À proteção de Jesus.

Quem se dedica ao dever
Não sabe da falsidade,
Que induz ao caminho triste
De incúria e infelicidade.

Não faltarão companheiros
De alma obscura e tigrina,
Que te desejem levar
Aos males da indisciplina.

Um homem desesperado
Não pode ser teu amigo.
Sê prudente. Tem cuidado.
Toda revolta é um perigo.

Sinceridade, humildade,
Amor e dedicação,
Aclaram todo caminho,
Resolvem toda questão.

As soluções criminosas
Conduzem a dores largas.
Quem vive onde lhe compete
Não tem surpresas amargas.

Valores e melhorias?
Não te esqueças meu irmão,
Do esforço individual
Na esfera da educação.

Quem trabalha, quem se educa
Alcança novos conceitos.
Quem salda os seus compromissos
Recebe novos direitos.
Leis externas não resolvem
A tua dificuldade.
A bússola no caminho
É a tua boa vontade.

Acata os superiores.
A ordem, a hierarquia.
São leis do próprio universo
De equilíbrio e de harmonia.

Se te esforças dignamente,
Em quaisquer obrigações,
Teu trabalho é a mais sublime
De todas as orações.

Deus sabe de teus serviços,
Pois vive em luz do Senhor
Quem transforma os seus deveres
Em santa escola de amor.

Educa-te. A Terra inteira
É como um campo de luz.
Onde patrões e empregados
Têm deveres com Jesus.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



CARTA AOS CIENTISTAS



Atualmente, no mundo,
No estudo das forças vivas,
Toda a ciência está cheia
De fórmulas negativas.

É tamanha a extravagância
E tão grande a confusão,
Que os sábios já se esqueceram
Do esforço do coração.

E enquanto as teses retumbam
Na luz das academias,
Os corações se enregelam
Sentindo as noites sombrias.

A força pretensiosa
Dos falsos sábios da Terra
Colabora, hoje no mundo,
Em toda a indústria da guerra.

Ai, porém, de todo aquele
Que no correr da existência
Abusa de dons sagrados
Nas lutas da inteligência.

Meu irmão, toma cuidado,
Busca novas claridades,
O Cristo vê teus caminhos
E as tuas atividades.

Por muito que realizes
Junto ao teu laboratório,
Se te voltas contra Deus
Teu trabalho é sempre inglório.

Procura ver na oficina
Que chamas de “natureza”
A providência Divina
Irradiando a beleza.

Reparaste? Tudo é luz
Ao sol desse eterno dia…
Tens a ciência do mundo
Mas não tens sabedoria.

Cada escola, em cada ano
Modifica os teus conceitos.
Só Deus é o sábio dos sábios
Em teus caminhos perfeitos.
Jamais te rias da fé.
No rigorismo da sorte,
Ela há de ser teu socorro
No instante amargo da morte.

Que em tudo vejas o campo
De estudos e de esperanças;
Há uma verdade divina
Que o Pai revela às crianças.

Essa verdade dos simples
Pode aclarar-te também
Se, longe da vaidade,
Viveres na luz do Bem.

Amigo, examina sempre
O esforço que te conduz.
Por tudo quanto fizeres
Responderás a Jesus.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier


CARTA AOS INTELECTUAIS



O tempo estranho que passa,
Uma nota de amargura
É a penosa decadência
Dos bens da literatura.

Explora-se no extremismo
A senda espinhosa e vã.
Assim como no cinema,
Todo o mundo quer o “fã”.

Vais mal, amigo, se vais
Nas tristes explorações,
Difundindo a sombra espessa
Dos erros e das paixões.

Pululam, por toda a parte,
As notas sensacionais,
Amargurados venenos
De alguns intelectuais.

Entretanto, meu amigo,
No mundo, como ninguém,
Tu podes criar nas almas
Toda a tendência do bem.

Podes dar à evolução
Um grande sentido novo;
De ti, muita vez, dependem
O governo, a classe, o povo.

Teu erro é dar preferência
À mentira em que te cobres.
A hipocrisia entorpece
As faculdades mais nobres.

Acautela-te no esforço.
Cada artigo publicado
É um reforço na balança
Pela qual serás julgado.

Um livro que veicule
A treva, o crime, a paixão
Pode exigir-te um resgate
De séculos de aflição.

A justiça do infinito,
Na grandeza que ela encerra,
Tem também um tribunal
Que julga os livros da Terra.
Juízes retos e nobres
Sabem todos os teus feitos,
Mais tarde tu ganharás
Ou sofrerás seus efeitos.

A palavra é um dom sagrado.
E a ciência da expressão
Não deve ser objeto
De mísera exploração.

Põe tua pena a serviço
Da grande causa do bem.
Vive a verdade e o direito,
Terás o auxílio do Além.

Se há veneno em teus escritos,
Meu amigo, volta atrás.
Organiza o teu futuro
No santo esforço da paz.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier