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NO BANQUETE DO AMOR



A Jesus hoje elevamos
A nossa humilde oração
Pelo irmão que nos reúne
Na sua terna afeição.

Recordar o amigo ausente
Na luz do Consolador
É derramar sobre as almas
Um pensamento de amor.

Tem nossa prece, portanto,
A magia singular
De confortar todo pranto,
De converter, de ensinar…

Há no banquete das preces
Além do que é convidado
Os seres pobres e tristes
Da miséria e do pecado.

Um a um todos recebem
O quinhão de vida e luz,
Sob a bênção carinhosa
Do santo amor de Jesus.

Repita-se, pois, a mesa,
Que cada esmola de amor
Será um ingresso, mais tarde,
Nos banquetes do Senhor.



NOTA – Esta poesia foi recebida em homenagem ao benemérito Prof. Arthur Joviano.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



O AMIGO



Muitas vezes sobre a Terra,
Só achas o amigo vão
Que te espera no caminho
Com o punhal da ingratidão.

Mas, é que nunca procuras
O amigo terno e fiel,
Que roubaria a amargura
Dos teus instantes de fel.

Esse Amigo podes tê-Lo,
No fundo do coração,
No altar da crença e da fé
À luz da meditação.

É Jesus. Lembra-te sempre
Que o Mestre te acolherá.
Se o amigo terrestre falha,
Jesus nunca falhará.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



UMA SAUDAÇÃO



À D. Júlia Pego Amorim(1)

Alma cheia de alegria,
Sincera, doce, louçã,
Eu quero felicitar-te:
“– Deus te pague, minha irmã!”…

Também fui cego no mundo,
E conheço o teu labor
Na luminosa oficina
De fé do Consolador.

Continua, confortada,
Em teus esforços de luz,
Levando aos cegos da Terra
O sol do amor de Jesus.

Nossos irmãos se confortam
No bem dos trabalhos teus.
Se lhes falta a luz dos olhos,
Não lhes falta a luz de Deus.

E, um dia, Nosso Senhor,
Na luz de um mundo sem véu,
Há de vir, devagarinho,
Abrir-te as portas do Céu.



(1) A D. Júlia Pego Amorim se consagrou à obra de educação dos cegos do Brasil.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



NÃO DEVA AO MUNDO



Pelos caminhos da Terra,
Jamais procure esquecer
Que todos temos no mundo
Um livro de Dever e Haver.

Nossos débitos são pagos
Pelo sistema perfeito
Das justas compensações,
Sob a lei de causa e efeito.

Os maus atos representam
As dívidas mais vultosas,
Cujo resgate é penoso
Nas estradas escabrosas.

Quem faz o bem, todavia,
Prepara-se na esperança,
Aguardando as recompensas
Do amor, da luz, da bonança.

O bem é o porto seguro
Neste globo de escarcéus.
Pague o seu débito ao mundo
E seja credor nos céus.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



NO HOSPITAL TERRESTRE



No que concerne à matéria,
A Terra não tem saúde.
É mundo de muitos males,
Sem remédios de virtude.

Toda criatura que nasce
No planeta, inda infeliz,
Guarda o traço da amargura,
O sinal, a cicatriz.

O orbe inteiro, por enquanto,
Não passa de um hospital,
Onde se instrui cada um,
Onde aprende cada qual.

Sobre a sua superfície,
Não te rias de ninguém;
Desde que estejas na carne
És um doente também.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



ESPERA E AMA SEMPRE



Não elimine a esperança
De uma alma triste ou ferida
Que a esperança é a luz eterna
Nas grandes noites da vida.

Feliz daquele que espera,
No caminho da amargura,
Pois toda a dor vem e passa.
No coração da criatura.

Ama e crê. Espalha o bem.
Porque, na Terra, em verdade,
É infeliz quem cuida apenas
Da própria felicidade.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



BOA NOITE



Boa noite, minha filha,
Deus te abençoe a esperança,
Plantando no teu caminho
Flores de luz, de bonança.

Deus te conserve na estrada
Do bem, do amor, do carinho,
Onde as bênçãos de teus pais
Possam descer, de mansinho.

Que a Virgem da Caridade
Te acolha o bom coração
No seu manto de bondade,
De luz e consolação.

Que a mão tema de Jesus
Te livre de todo o mal,
Enchendo-te de alegria
Na noite do Seu Natal.



[Poesia dedicada pelo autor a uma pequena frequentadora do grupo, que o saudara
com as palavras “boa-noite” ao alto de uma página, em 22 de dezembro de 1938].

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



SEITAS



Existem, no mundo inteiro,
Igrejas, templos e seitas,
Separando, em vez de unir
As criaturas imperfeitas.

Por que tanta luta inglória?
Por que tanta confusão
Se as crenças são sempre luzes
Do pensamento cristão?…

O homem criou muitos deuses,
Na ignorância atrevida,
Sem saber que Deus é um só,
Pai de Amor de toda a vida.

Nas lidas religiosas,
Não te esqueças que é preciso
Antes de tudo ser bom
No anseio do Paraíso.

Em nada te valerá
Ter uma religião
Se não guardas a bondade
No templo do coração.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



BRASIL



Plantou Ismael no Brasil
Uma bandeira de amor.
Feliz quem pode enxergar
O seu divino esplendor.

Estandarte do Evangelho,
Cor do luar da esperança,
Que vem trazer de Jesus
A doce e eterna aliança.

Bendito seja o operário
Das oficinas da luz
Que colabore na paz
Da Terra de Santa Cruz.

Porque do Brasil imenso
Que Ismael ama e conduz,
Renascerão para o mundo
As leis do amor de Jesus.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



CARTA AOS CÔNJUGES


Meus irmãos, o matrimônio
É um instituto divino,
Onde o trabalho em comum
É luz de amor e de ensino.

O lar é um templo sagrado
De vida superior,
Onde começa no mundo
A lei sublime do amor.

Toda a harmonia terrestre,
Em circunstâncias quaisquer,
Tem seu início sagrado
No marido e na mulher.

São ambos um corpo só,
Em doce consagração.
Se o homem é a cabeça,
A mulher é o coração.

Cada um no seu lugar,
São iguais pelo dever
No santo esforço que as mãos
Nunca cessam de fazer.

Sem a máxima união
Na intimidade do lar,
Esse corpo transcendente
Não consegue funcionar.

Porventura, já se viu
Coração sobre a cabeça?
Ou ambos em separado,
Funcionando em vida avessa?…

Se a mulher é sentimento,
Se o homem é luta e ação,
Devem ambos ser unidos
No plano da educação.

Para que um lar seja o pouso
Do carinho e da esperança,
Jamais se esqueça o regime
Do amor e da confiança.
Harmonia em toda a casa
Faz da vida um campo em flor.
Ciúme é a erva daninha
Que mata as rosas do amor.

Intriga e relaxamento
São treva e calamidade,
Trazendo consigo o atrito
Que queima a felicidade.

Se há lutas pelo caminho,
A ventura dos casais
Consiste em reconhecer
Que o perdão nunca é demais.

Quem recebeu a missão
Desse instituto de amor
Tem solenes compromissos
Perante as leis do Senhor.

Façam, pois, do lar terrestre
A estrada de salvação,
Onde Jesus plante as flores
De vida e de redenção.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier