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MÁXIMAS



Não fujas ao teu dever
Se queres ser respeitado.
Para quem é preguiçoso
Todo dia é feriado.

Quando o Céu procura um homem
Que deseja conhecer
Manda que o mundo lhe empreste
Dinheiro, fama ou poder.

Há muita gente que sobe,
Descendo ao remorso e à dor…
E há muita gente que desce,
Subindo à glória do amor.

Não olvides, se descansas
No jardim do galanteio,
Que todo sapato lindo
Acaba em chinela feio.

O rico que serve a todos,
Mostrando amor e humildade,
Desde a carne enganadora
Penetra na santidade.

Agradeçamos ao mundo
O cálix de angustia e fel.
O mármore se aprimora
A beliscões de cinzel.

Não critiques, nem destaques
As faltas de teu irmão.
O tempo trará teu dia
De luta e de tentação.

Põe o serviço em teus braços,
Põe a bondade em teus olhos…
E terás por toda parte
Um roseiral sem abrolhos.

Toda moeda que ajuda
Bons e maus, crentes e incréus,
É caridade sublime
Que sobe da Terra aos Céus…

Se pretendes o caminho
Da vida que aperfeiçoa,
Trabalha, incessantemente,
Aprende, serve e perdoa.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



LEMBRETES


Respeito firme e bom nome
Na Terra sempre granjeia
Quem cuida da própria vida,
Sem julgar a vida alheia.

Corrigendas incessantes,
Contínua severidade,
Gritarias por sistema,
São perdas de autoridade.

Por sedas e por baixelas
Não provoques inimigos.
Há muita jóia enterrada
No triste pó dos jazigos.

Na comunhão com parentes
Não te habitues a gritar.
A benção da gentileza
É a caridade no lar.

Quem cria, gasta vibrando.
Sangue, suor, coração. . .
Quem critica, só despende.
Brilhante conversação.

Guarde a ordem mais cautela
No zelo com que se atiça.
Muito rigor no direito
É prática de injustiça.

Controla teus sentimentos,
Sustenta serenidade.
Pessoa de maus impulsos
É fera em liberdade.

A caridade real,
Que nasce do coração,
Desconhece totalmente
As pedras da ingratidão.

Para indicar o defeito,
Para enxergar a má parte,
Toda a gente neste mundo
Tem sempre bom gosto e arte.

Homem com pressa no bem,
Cujo passo não recua,
Não consegue reparar
O cão que ladra na rua.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



LEMBRANÇAS



Procura com o teu suor
O pão, a veste e o abrigo.
Todo homem preguiçoso
É sempre o irmão do mendigo.

Penetra a realidade
Cada dia, cada instante.
Um desengano oportuno
É beneficio importante.

Nunca te esqueças na luta,
Se o mal te punge e ameaça,
Que o coração bom e puro
É sempre a melhor couraça.

Guarda prudência ao lenir
As chagas de teu irmão.
O reconforto indiscreto
Irrita a grande aflição.

Sê bondoso para todos.
Qualquer ajuda é valia
Conquistando em teu favor
A graça da simpatia.

Entre as víboras da astúcia
Não te deixes enganar.
Consciência que se vende
Não vale a pena comprar.

Se vives de mente em fogo,
Perguntando, perguntando…
Perdoa, ajuda e esclarece
E viverás acertando.

Para o despeito infeliz
– Triste monstro envenenado –
Toda alegria é doença,
Todo êxito é pecado.

Não te afastes da amargura.
Toda fuga é imprópria e vã.
A luta guardada hoje
É triste guerra amanhã.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



ILAÇÕES



Inicia o teu trabalho,
Rendendo-lhe santo apreço.
Não há fim vitorioso
Onde não há bom começo.

Quem te leva à tempestade
Inclina-te ao desabrigo.
Quem te afasta do perdão
Não pode ser teu amigo.

O pobre rixoso e mau,
Soberbo, rude e violento,
É muito pior que o rico
Que se fez duro e avarento.

Quem constrói, quem cose e lava,
Quem ara, quem planta e fia
Estende os clarões do Céu
No campo de cada dia.

Eleva-te, pouco a pouco,
Para o cimo da montanha.
Muita vez, quem mais abarca
É aquele que menos ganha.

Conta bastante contigo.
Certas graças e favores
Começam com riso e festa
E acabam em grandes dores.

Não teimes ante a bondade.
Serve, ampara e renuncia…
A cabeça muito dura
Quase sempre está vazia.

Não te aflijas. Sobre a Terra
Onde tudo surge e passa,
Não há gozo sem limite,
Nem há sombra sem fumaça.

Nos pareceres dos outros
Nem sempre há muita valia.
Há sarcasmo que te exalta
E há louvor que te injuria.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



GRÃOS DE LUZ



Usa palavras amigas
Nascidas do afeto irmão.
O verbo que reconforta
É bálsamo ao coração.

Acende a luz no bom tempo!
Afirma a sabedoria
Que o Sol claro da manhã
Não durará todo o dia.

Nunca te deixes levar
Somente pelos ouvidos;
Enquanto o boi sua e sofre,
O carro espalha gemidos.

Pessoa muito importante
É qual estrela mui rara
Que refulge para todos
Mas não descansa e nem pára.

As forças da discussão
E o tempo gasto em contenda
Só podem trazer vantagem
Com pessoa que te entenda.

Onde o gosto e a fantasia
São maiores que o proveito,
Apresenta as despedidas,
Dando o trato por desfeito.

Que não te espante a aspereza
Do espírito envenenado;
Quem bebe cicuta e fel
Não pode cuspir melado.

Alma nobre é como nuvem,
Sem ponto de vista algum,
Recebendo benefícios
Para dar ao bem comum.

Que teus gozos e alegrias
Sejam simples e frugais;
O pouco vive contente,
O muito quer sempre mais.

Embora algemado à carne,
Eleva-te aos altos níveis…
O mundo faz vencedores,
Mas Jesus faz invencíveis.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



GRÃOS DA VERDADE



Se pretendes grande prêmio,
Bela vida e boa fama,
Não te faças tagarela,
Nem te demores na cama.

Suporta com paciência
As dores de teu roteiro.
Mais vale a senda espinhosa
Que as mãos de mau companheiro.

Dois dardos arremessamos,
Lacerando o coração:
– O insulto que sai da boca
E a pedra que sai da mão.

Não publiques teu desgosto
Por mais humilde e singelo.
Quando o touro cai na praça
Alguém afia o cutelo.

Cultiva o silêncio amigo.
O tolo que cerra os lábios
Pode ser admitido
Como sábio entre os mais sábios.

Se procuras a alegria,
Sonhando dias serenos,
Pensa muito na jornada,
Fala pouco e escreve menos.

No serviço construtivo,
Guarda a vida bem segura.
Meio palmo de preguiça
Traz dez léguas de amargura.

Quem adota por sistema
Cerimônia e condição,
Começa gozando a paz
E acaba na solidão.

Haja pranto na bigorna,
Haja aspereza no malho,
Ergue o corpo cada dia
Para a bênção do trabalho.

De opiniões tresloucadas
Não te percas ao sussurro.
O burro que vai a Roma
Segue asno e volta burro.

A caridade cortês,
Desconhecida no céu,
Costuma esconder a bolsa
E arregaçar o chapéu.

Quem foge à paz e à bondade
Semeia discórdia e treva.
Toda obra sem amor
É folha que o vento leva.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier




GOTAS



Insultos, provocações,
Não retenhas na memória.
A inveja é sempre um tributo
Que a mesquinhez rende à glória.

Não te esqueças da bondade
No trato com toda a gente.
É tão difícil ser justo
Que mais vale ser clemente.

Quando estamos dominados
Pelo egoísmo vibrante,
O mal alheio é um cabelo
E o nosso é sempre um gigante.

Humilhações do caminho
São golpes e ulcerações.
Mas quem humilha a si mesmo
Recolhe grandes lições.

Realmente, somos donos
Dos olhos, dos pés, dos braços,
Mas Deus é sempre o Senhor
Da força de nossos passos.

A riqueza que garante
Bondade, paz e alegria,
Caminha por toda a parte
Como o Sol que se irradia.

Foge à sombra da tristeza
E ao gelo do desengano.
Amargura dentro d’alma
É como a traça no pano.

Alma grande consagrada
À virtude meritória
Converte todo fracasso
Em plantação de vitória.

A luz só encontra a luz
No brilho do próprio seio.
Quem muitas nódoas possui
Vê nódoas no rosto alheio.

Miséria parada e escura
É sempre triste labéu,
Mas pobreza que trabalha
É condução para o Céu.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



FRAGMENTOS



Pouca fartura não mata.
Frugalidade é dever.
Por um que morre de sede,
Morrem cem mil de beber.

Se queres um servidor
Que não te acompanhe a esmo,
Serve a todos com bondade
E servirás a ti mesmo.

Muitas perguntas e exames
Quase sempre são a grade
Que impede a glória sublime
Dos vôos da caridade.

Muito pobre, ao receber
A fortuna transitória,
Enfeita o bolso e a cabeça
E logo perde a memória.

Por gritos da ignorância
Não vivas de alma enfermiça.
A selvagem voz do burro
Não sai da cavalariça.

Não te queixes contra o tempo
Que a luta no bem te cobra.
Quem aproveita o minuto
Encontra tempo de sobra.

Não faças em tua vida
A estranha repetição
Daquilo que não te agrada
Na vida de teu irmão.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



EQUAÇÕES



Quem presta só para si,
Preso ao que mais lhe convém,
Nunca tem utilidade,
Nem serve para ninguém.

Sê sincero sem rudeza,
Calmo, simples, ponderado.
Quem vive enganando os outros,
Caminha sempre enganado.

Colabora sem perguntas,
Com carinho diligente.
Auxilia duas vezes
Quem ajuda prontamente.

Conserva em qualquer desastre
A força de tua fé.
As folhas morrem ao vento,
Os troncos morrem de pé.

No dom de fazer o bem,
Que a presteza te resguarde.
A boa intenção que dorme
Sempre acorda muito tarde.

Contempla os milhões de sóis
Da Grandeza Universal,
Mas não te esqueças no mundo
Da terra de teu quintal.

Serás feliz se a bondade
A tua vida coroa.
Quem mais ajuda, mais sabe,
Quem mais sabe, mais perdoa.

Se cultivas por princípio
Caridade e retidão,
És devoto afortunado
Na igreja da salvação.

Nas lides religiosas,
Ao sol da fé que te abrasa,
Não olvides que a lição
Começa de tua casa.

Faze o bem aqui e agora…
Socorre a dor que vem perto.
Amanhã, tudo é possível,
Mas hoje tudo é mais certo.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



ENTRE NÓS



Coração que não se abre
À sementeira do amor
Não guarda com segurança
A luz do Consolador.

Muita leitura sem obras
De ensino e consolação
Traz a flor parasitária
Da inútil conversação.

Desalento choramingas
Em pranto sempre a correr,
Expressa, freqüentemente,
Muito serviço a fazer.

Comentários contra ingratos,
Verbo amargoso e violento,
São tristes revelações
No anseio de isolamento.

Discursos sem caridade
– Fraternidade sem portas –
Tribunas que não amparam
São sinais de fontes mortas.

Fadiga de todo instante,
Chorosa, escura e cediça,
Traduz sem contestação,
Fragilidade e preguiça.

Cabeça muito ilustrada,
Sobre a vida em calmaria,
É urna lavrada em ouro,
Muito nobre, mas vazia.

Entusiasmo eloquente,
Sem atos de amor cristão,
É fogo de palha seca,
Em bolhas de água-sabão.

Sublime conhecimento,
Distanciado do bem,
É tesouro enferrujado,
Que não ajuda a ninguém.

Banquetes da inteligência,
Sem Jesus suprindo a mesa,
São brilhos de força bruta
Em pedras da natureza.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier