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PINGOS



O favor de agora cresce
Na direção do porvir.
Ajuda espontaneamente
E obterás sem pedir.

Em teu combate no bem,
Se desejares vencer,
Aprende resignado
A tolerar e a sofrer.

No roteiro para os cimos
Olvida as pedras e avança…
A beleza do triunfo
Está na perseverança.

Não abandones teus livros,
Não te canses de estudar.
A educação é tesouro
Que ninguém pode roubar.

Perdoa a ofensa da estrada.
Mais vale a tua agonia
Que a miséria dolorosa
Daquele que te injuria.

A calúnia quando escreve
Sofre a treva que a reclama,
Vertendo pelo alfabeto
Fumo e cinza, lodo e lama.

Ajuda a mão que te fere…
No bem reside a vitória.
A inveja é sempre o tributo
Que o despeito rende à glória.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



PÉTALAS



Para anular tentações
Com ânimo sempre ativo,
O trabalho infatigável
E’ o melhor preservativo.

Embora a luta te esmague,
Cumpre sempre o teu dever;
O verdadeiro valor
Consiste em saber sofrer.

Não menoscabes servir
E nem repouses na estrada.
O tédio é sempre o infortúnio
De gente desocupada.

Vence em ti, contigo mesmo,
Na escola do sacrifício.
Muita vez, o herói da praça
É servo do próprio vicio.

Procura no amor fraterno
Teu caminho abençoado.
Quem dorme acusando os outros,
Acorda menosprezado.

A palavra generosa,
Doce, calma e compassiva,
Cai no deserto das almas
Como gota de água viva.

Se desejas estender
A glória do bem real,
Começa, agora e aqui mesmo,
Fugindo de todo mal.

Que o pranto das grandes mágoas
Não te faça esmorecer,
Olhos que nunca choraram
Raramente sabem ver.

Se estiveres fatigado,
De corpo fraco e enfermiço,
Medita sobre o descanso,
Mas não deixes teu serviço.

Não critiques, nem acuses
As faltas de teu irmão.
Mais tarde, atravessarás
Teus dias de provação.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



PALHETAS



Sê calmo, por mais que a dor
Surja negra, triste e má.
Ninguém sabe o rumo certo
Do minuto que virá.

Trabalhe incessantemente
Quem busque ventura e paz.
Se a preguiça segue à frente,
A miséria surge atrás.

Em teus modos e costumes
Sê generoso e conciso.
Maus modos, em qualquer parte,
São fontes de prejuízo.

Constrói sobre a retidão
A tua felicidade.
Abismos chamam abismos,
Bondade chama bondade.

Há dois males que nos fazem
A vida escura e enfermiça:
A chaga da ignorância
E a ulceração da preguiça.

A queixa de todo instante
É lagarto triste e feio
Que afasta de nossa luta
A bênção do amparo alheio.

Não menoscabes o ensejo
De servir e de aprender.
Todo minuto é momento
De dar ou de receber.

Jamais te esqueças na vida
Deste aforismo profundo:
– “Quem é bom, dentro de casa,
É bom para todo o mundo.”

Quem sabe sacrificar-se
Numa questão pequenina,
Revela trazer consigo
A força da Luz Divina.

Em tua missão no bem,
Sê diligente e tenaz.
Nada se deve no mundo
Àquele que nada faz.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



O DIVINO CONVITE



“Vinde a Mim, vós que sofreis!”
E a palavra do Senhor,
Tocando nações e leis,
Ressoa, cheia de amor.

Herdeiros tristes da cruz,
Que seguis de alma ferida,
Encontrareis em Jesus
Caminho, verdade e vida.

Famintos de paz e abrigo,
Que lutais no mundo incréu,
Achareis no Eterno Amigo
O Pão que desceu do Céu.

Almas sedentas de pouso,
Que à sombra chorais cativas,
Tereis no Mestre Amoroso
A Fonte das Águas Vivas.

Venham, irmãos, a Jesus Cristo,
O Guia que nos conduz!
Vosso caso está previsto
Em suas lições de luz.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



NÓTULAS



Se o trabalho dá prazer,
Se a tarefa é nobre e amiga,
Vivemos em paz conosco,
Sem tristeza e sem fadiga.

A cólera, em toda parte,
É fogo escuro e violento
Que se dispõe à loucura
E encontra o arrependimento.

Simplifica quanto possas
A própria alimentação.
A cozinha requintada
Conduz à medicação.

Não te refiras a trevas
No teu dia claro e lindo.
Não despertes a “má sorte”,
Se a “má sorte” está dormindo.

Nunca serás vencedor
Entre balas e punhais.
Quem domina a própria ira
É o maior dos generais.

Não te rebeles na vida.
Cumpre, calmo, o teu dever.
Nas simples horas de um dia,
Tudo pode acontecer.

Nos trilhos do bem, não chores
Se segues caluniado…
Na Terra, há muito desprezo
Que traz honra ao desprezado.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



NOTAS RIMADAS



As bolotas de carvalho
Produzem copas divinas.
Atende ao dever miúdo,
Olha as coisas pequeninas.

Se procuras neste mundo
A luz de valor mais raro,
Caleja as mãos trabalhando
E aprende a pagar mais caro.

Entre um monte de ouro puro
E meio quilo de pão,
A fome, que é verdadeira,
Não padece indecisão.

Não te agastes, vida afora,
Seja a quem for, faze o bem.
Cada tonel do caminho
Somente dá do que tem.

Seja teu verbo na vida
Bem sentido, bem pensado,
Quem dorme, acusando os outros,
Desperta caluniado.

Administras? Diriges?
Sê claro, justo, fiel…
O juiz muito piedoso
Faz o povo mais cruel.

Cuidado, se peregrinas
A beber e pandegar.
O copo afoga mais gente
Que toda a extensão do mar.

Há muita boca que fala
E muita língua que exorta,
Mas à Casa do Serviço
Quase ninguém chega à porta.

Por mais negra seja a hora,
Continua calmo e crente.
Não há guerra ou tempestade
Que durem eternamente.

Trabalho, estudo, oração,
Preguiça, paixão e vinho,
São processos diferentes
Que mudam qualquer caminho.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



NOTAS




A verdade é alguma coisa.
Sagrada, bela e infinita…
Só o amor sabe dizê-la
Conforme deve ser dita.

Se queres luzes mais altas,
Mais ditosas e mais ricas,
Olvida o mal que te fazem
E esquece o bem que praticas.

Reúnem-se os generais
Na guerra, em busca da glória,
Mas o Todo-Poderoso
É quem decide a vitória.

Quem só palavras semeia,
No campo de cada dia,
Recolherá simplesmente
O sopro da ventania.

O homem que se aborrece
Clamando fastio, a esmo,
Encontrou tempo excessivo
Para cuidar de si mesmo.

Não é a erva daninha
Que mata o grão promissor,
Mas a triste negligência
Que mora no lavrador.

Amizades e conselhos,
Livros, remédio e comida
Devem chegar até nós
De procedência escolhida.

Quem se compraz com a lisonja
Desce a escuro sorvedouro,
Bebendo o veneno e a morte
Em taças de mel e ouro.

Competência e fidalguia,
Miséria e desolação, –
Todas dependem na vida
Do toque da educação.

Quem para justificar-se
Alheias faltas reclama,
Decerto, pensa lavar-se
Em banhos de lodo e lama.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



NO SANTUÁRIO INTERIOR



Meu Senhor, Pai de Bondade,
De luz e de Amor sem fim,
Não me abandones à treva
Que trago dentro de mim.

Não me deixes repousar
No leito em flor da ilusão,
Dá-me a bênção luminosa
De tua repreensão.

De espírito encarcerado
Nos débitos que inventei,
Tenho sede do equilíbrio
Que nasce de tua lei.

Controla-me a aspiração
De ganhar e possuir,
Sou teimoso e invigilante,
Ensina-me a discernir.

Entrecruzam-se, em meu peito,
Divergências, dissensões…
Não me relegues ao jugo
De minhas imperfeições.

A chaga alheia, Senhor,
Sei curar, lenir ou ver,
Mas sou tardo de visão
Na esfera de meu dever.

Sou ágil no bom conselho
Ao coração sofredor;
Todavia, surdo e cego,
Nas dias de minha dor.

Nas orações, quase sempre,
Sou cópia dos fariseus,
Sentindo-me, presunçoso,
Dileto entre os filhos teus.

Não escutes, Pai Bondoso,
Os rogos e brados mil
Da ignorância que eu trago,
Vaidosa, bulhenta, hostil…

Não satisfaças, no mundo,
O orgulho atrevido e vão
Que me faz triste e abatido
Nos tempos de provação.

Põe freios duros e fortes
Ao meu serviço verbal,
Muita boca leviana
Tem dado guarida ao mal.

Meus sentidos, enganados,
Perturbam-me, muita vez.
Às emoções desvairadas,
Por compaixão, não me dês!

Que a tua vontade, enfim,
Pronta a prever e prover,
Seja em tudo e em toda a vida
A minha razão de ser.

Meu Senhor, Pai de Bondade,
De Luz e de Amor sem fim,
Não me abandones à treva
Que trago dentro de mim.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



MIGALHAS



Quem vive nas discussões,
Atendendo uma por uma
Muita vez passa na Terra
Sem acender luz alguma.

Navio grande prossiga
Ao mar alto, em desconforto…
Mas navio pequenino
Navegue perto do porto.

Onde toda a gente manda
Sem que ninguém obedeça,
As obras podem ser grandes
Mas sem pés e sem cabeça.

Não desatendas no mundo
À Grande Sabedoria.
O homem faz almanaques
Mas só Deus governa o dia.

Esperas pela bondade
Que flui da Divina Aurora?
Começa por ser bondoso
Hoje mesmo, aqui, agora!…

Aprende a ouvir a verdade
Serena, elevada e pura.
Muito raro é o bom conselho
Sem ressaibos de amargura.

Doentes e prisioneiros
Que o sofrimento congela
Encontram dificilmente
Pessoas da parentela.

Entre amar e bem-querer
Há muitas léguas que andar.
Sanguessuga também sente
O bem-querer de sugar.

Quando o céu é todo azul
Muita gente dá lições,
Mas, chegando à tempestade,
Dá gritos e acusações.

Não zombes do irmão que sofre
Amargurado e ferido;
Entre as sombras do amanhã,
Teu dia é desconhecido.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



MENSAGEM DE VIGILÂNCIA



Se buscas em tua fé
Roteiros de paz e luz,
Afeiçoa a própria vida
Às instruções de Jesus.

Não vale apenas saber.
O aprendizado cristão
Reclama de todos nós
Esforço e edificação.

Palavras, prantos, discursos,
Merecem todo o respeito,
Mas são zero se lhes falta
Caminho nobre e direito.

Muitos sabem todo o texto
Que a Santa Escritura encerra,
Mas vivem segundo a carne,
Colados ao pó da terra.

Notamos por toda a parte,
Nos Templos do mundo inteiro,
Grandes lobos que se ocultam
Em fina lã de cordeiro.

Há serpes ao pé do altar
De mente escura e cruel,
Raposas que dão balidos
Gemendo com voz de mel.

Há vasos alabastrinos
Conservando essência impura.
E há venenos escondidos
Em cálices de ternura.

São almas que a sombra envolve
Em que a mentira faz centro.
Revelam flores por fora
Guardando abismos por dentro.

As teorias sem fatos
Ao povo faminto em prece
São promessas enganosas
De pão que desaparece.

Todos temos fantasias
De Caim, Judas, Pilatos,
Mas nunca seremos livres
Sem Jesus em nossos atos.

Façamos, pois, cada dia,
Bendita e nova cruzada,
Oferecendo ao Senhor
Nossa vida transformada.

Sem Cristo no pensamento,
Sem Evangelho na ação,
Jamais veremos na Terra
O dia da redenção.

Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier