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SÚPLICA DO NATAL



Na noite santificada,
Em maravilhas de luz,
Sobem preces, cantam vozes
Lembrando-Te, meu Jesus!

Entre as doces alegrias
De Teu Natal, meu Senhor,
Volve ao mundo escuro e triste
Os olhos cheios de amor.

Repara conosco a Terra,
Angustiada e ferida,
E perdoa, Mestre Amado,
Os erros de nossa vida.

Onde puseste a alegria
Da paz, da misericórdia,
Desabam tormentas rudes
De iniquidade e discórdia.

No lugar, onde plantaste
As árvores da união,
Vivem monstros implacáveis
De dor e separação.

Ao longo de Teus caminhos
Sublimes e abençoados,
Surgem trevas pavorosas
De abismos escancarados.

Ao invés de Teus ensinos
De caridade e perdão,
Predominam sobre os homens
A sombra, o crime, a opressão.

Perdoa, Mestre, aos que vivem
Erguendo-Te a nova cruz!
Dá-nos, ainda, a bonança
De Tua divina luz.

Desculpa mundo infeliz
Distante das leis do bem,
Releva as destruições
Da humana Jerusalém…

Se a inteligência dos homens
Claudicou a recaiu,
A Tua paz não mudou
E ao Teu amor não dormiu.

Por isso, ó Pastor Divino,
Nos júbilos do Natal,
Saudamos a Tua estrela
De vida excelsa e imortal.

Que o mundo Te guarde a lei
Pela fé que nos conduz
Das sombras de nossa vida
Ao reino de Tua luz!…


Do livro “ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



TEMAS



Se desejas algum dia
A luz divina alcançar,
Atende ao bem, sem repouso,
Sem nunca desanimar.

Evita a maledicência
Que medonhos crimes tece,
Onde muita gente cospe
A lama cedo aparece.

Sofre com calma. O relógio,
Conforme a Sabedoria,
Caminha da Meia-Noite
No rumo do Meio-Dia.

A glória na Terra, às vezes,
É um monstro que vive só,
De garras em sangue e cinza,
Mascando veneno e pó.

Nunca deites ferro em brasa
Nas chagas de teu irmão.
Ninguém morre sem feridas
Nos sonhos do coração.

Quem reparte com fartura
Auxílio, paz e alegria,
Encontra para si mesmo
A graça da simpatia.

Faze o bem, cerrando os olhos…
Ajuda sem ver a quem.
Se enxergas o mal do mundo,
O mundo não vê teu bem.

Não te lamentes na luta.
Trabalha contra a preguiça.
A queixa de todo instante
É plantação de injustiça.

A razão sem a coragem
É pobre luz sem alento.
A coragem sem razão
É simples atrevimento.

Entre as forças corretivas
Que educam a Humanidade,
Há duas mestras maiores –
A Dor e a Necessidade.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



SENTENÇAS DE TODOS



Quem não sabe refletir,
Nem sofrer, nem tolerar,
Jamais chega a discernir,
Nem sabe administrar.

Ouvimos de muita gente,
De fraco e de forte siso,
Muita gueixa da memória,
Mas nenhuma do juízo.

Quem pretende algo de bom,
Pelas estradas da vida,
Examine, de hora em hora,
O peso, o tempo e a medida.

Os médicos deste mundo
Remediam cutiladas,
Mas não curam as feridas
De frases precipitadas.

Mal de ti nas alegrias,
Se te ris em catadupa!…
O prazer anda a cavalo
E leva a dor à garupa.

Foge à língua viperina!…
Para o extermínio sem dó,
Contra o esforço de milhões,
Basta a maldade de um só.

Quem se abstém, por vergonha,
De suar em seu dever,
Abstenha-se, igualmente,
De vestir e de comer.

Há muita gente que estima
O culto à legislação,
Para ver o melhor meio
De fugir à obrigação.

Vai devagar, mundo afora,
Foge ao vício de ir e vir.
Mais vale ser alpercata
Que ser coroa a cair.

Quem sabe viver na Terra
Na bênção do pouco em paz.
Muito serve em cada dia,
Muito ganha e muito faz.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



SEMENTES DO CAMINHO



Tem cuidado, estrada afora,
Sofrendo, sorrindo, amando…
Enquanto a galinha dorme,
A raposa está velando.

Entre as maldades da Terra,
Não te percas, meu amigo;
Se fores ver algum lobo,
Conduze algum cão contigo.

Vigia sobre ti mesmo
Se queres a própria cura,
Que os erros da Medicina
Não saem da sepultura.

Não te afastes do equilíbrio:
Sobriedade nunca é pouca.
Quando é fácil a receita,
A despesa é sempre louca.

Em teus hábitos no mundo,
Não permaneças dormindo.
A loucura inventa as modas
E a tolice vai seguindo.

Se um dia fores bigorna,
Seja a calma o teu segredo;
Mas quando fores martelo,
Rebate forte e sem medo.

Teme apenas a ti mesmo
Na esfera de teu dever.
Quem se amedronta consigo
Nada mais tem a temer.

Fala pouco e pensa muito.
Não gastes verbo ilusório.
De palavras em palavras,
Caímos no purgatório.

Procura a simplicidade,
Não gastes a própria sorte;
Por enquanto, não chegaste
À grave questão da morte.

Buscas a paz do infinito
E a claridade sem véu?
Trabalha e auxilia o mundo,
Guardando a visão do céu.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



SEIXOS




Acorda, vigia e escuta
Na senda que te esclarece.
No conselho da raposa
Toda galinha padece.

Se a maldade te apedreja,
Serve ao bem com fé mais rica.
Quem nada faz neste mundo
É sempre quem mais critica.

Na rota de teu dever,
Vive sem mágoa e sem medo.
Quem se deita, perde o tempo.
Quem se rala, morre cedo.

A vida é o grande oceano,
Nosso corpo é embarcação…
A morte será o porto,
Conforme a navegação.

Seja a tua paciência
Qual fonte que não se esgota.
Arrojo sem disciplina
É trilho para a derrota.

Se queres a independência
Não vivas muito à vontade,
Da escravidão no dever,
Nasce a grande liberdade.

A discórdia por mais leve
Tem sempre um sabor amargo.
Em todo sinal de guerra,
O inferno fica mais largo.

Em qualquer dificuldade,
Não fujas à cortesia,
Mais vale negar com graça
Que ceder com grosseria.

Se ajudas, ampara logo
Sem pergunta ou desavença.
Caridade verdadeira
Nunca pede recompensa.

Se desejas evitar
Angústias e cicatrizes,
Nunca digas o que sabes
Sem saberes o que dizes.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



RIMAS



Ante as pedradas da ofensa,
Toda virtude real
Desagrava-se, buscando
O esquecimento do mal.

Cabeça que não se nutre,
Nas águas do coração,
Mais cedo encontra o deserto
Da secura e da adição.

Se desejas aprender
Para servir e ensinar,
Abre os livros, cada dia,
Estuda mais devagar.

Somente amamos na Terra
A verdade nobre e rica,
Quando essa mesma verdade
Não nos fere ou prejudica.

Ao chicote da maldade
Que te lacera ou desgosta,
Não te esqueças que o silêncio
É sempre a melhor resposta.

A félea desilusão,
Muita vez, é a casa escura
Em que vamos encontrar
A verdadeira ventura.

Embora a dor, guarda o bem
Por teu nobre e santo escudo.
O tempo é o mago divino
Que cobre e descobre tudo.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



RIFÕES



Procura a paz do equilíbrio,
No combate em que te elevas.
A calma da indiferença
É sono abismal das trevas.

Gasta o teu dia, estendendo
Trabalho nobre e seguro.
Quem perde tempo em repouso
Compra mágoas ao futuro.

Foge às pedras da ironia
A que a maldade se encosta.
Quando há sarcasmo excessivo,
O assunto não tem resposta.

Aprende a orvalhar a luz
O afeto de teu caminho.
Se queres amar a rosa,
Não lhe condenes o espinho.

Na defesa da saúde,
Usa a prudência e a bondade.
Por vezes, mudar de médico
É mudar de enfermidade.

A pretexto de cautela,
Não te entregues a secura.
Na capa da previdência,
Há muita garra de usura.

Se vives com teus amigos,
Investigando, indagando. . .
Receberás, às carradas,
Mentiras de quando em quando.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier




RECADOS



Evita, em qualquer lugar,
O gesto escuro ou violento.
Mais vale simples cautela
Que nobre arrependimento.

Aceita a lição terrestre
De alma simples, calma e boa.
Se não perdoas ao mundo,
O mundo não te perdoa.

Procura formar amigos
Com teus valores cristãos.
O destino faz parentes,
A bondade faz irmãos.

Por golpes de mau amigo,
Por injúrias de um vizinho,
Não alteres teus projetos,
Nem perturbes teu caminho.

Tudo vai bem se o trabalho
Força é de tua escolta.
Não te esqueças que o minuto
É bênção que nunca volta.

Onde estiveres, educa
Com bondade natural.
A ignorância do bem
É causa de todo o mal.

Diminui as ambições
E terás poucos pesares.
Serás tanto mais feliz
Quanto menos desejares.

Quem simplesmente obedece
Ganha a paga transitória.
Quem faz além do dever
Recebe a láurea da glória.

Rende culto à gentileza
Sempre viva e mais extensa.
Um pequenino favor
Traz olvido à grande ofensa.

Nunca te afastes do bem,
Que é base da Lei Divina.
O desejo é sempre nosso,
Mas Deus é quem determina.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



PROVÉRBIOS




Se desejas surpreender
A luz, a beleza e a paz,
Guarda o silêncio da língua
E muito perceberás.

Sê valoroso no esforço
Pela fé que te ilumina.
No mármore embrutecido
Repousa a estátua divina.

Se vives rogando à vida
Para que o ouro te ajude,
Não olvides que a riqueza
É a tentação da virtude.

Cresceste à frente do mundo?
Que a tua boca se cale.
A montanha, por mais nobre,
Tem alicerces no vale.

Quando julgares alguém
Na luta que te reclama,
Recorda que o lótus lindo
Vive puro sobre a lama.

Se temes pardais e vermes,
Ventania, pedra e bruma,
Não arredes pé de casa,
Nem semeies coisa alguma.

Por roupas e exibições,
Não alongues teu capricho.
Depois do fausto, há museus
E o luxo procura o lixo.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier



POSTAIS



No esforço de vigilância,
Não dispenses a energia,
Onde o lobo acha um cordeiro,
Volta, forte, no outro dia.

Há jornalistas no mundo
De idéias e bolsas fartas,
Que, embora vivam de folhas,
Fazem menos que as lagartas.

Às casas ricas e nobres
Irás por requerimento,
Mas do ninho dos aflitos
Não aguardes chamamento.

Tem calma nas provações,
Por mais duras, por mais graves…
Chega o dia em que os leões
São simples manjar das aves.

Espírito prevenido
No mal contínuo e revel
Faz ver cobras onde há pombos,
Veneno e lodo onde há mel.

Cautela no coração!
O mal que chega às braçadas,
Depois da devastação
Vai saindo às polegadas.

Enche os teus dias no mundo
Com júbilos do dever,
Há sempre angústia e saudade
No instante do entardecer…

Trata os irmãos atacados
Da cólera e irritação,
A compressas de silêncio
E bálsamos de oração.

Deveres muitos no bem?
Não guardes mágoa e receio…
O pouco é suficiente
Quando Deus está no meio.


Do livro “GOTAS DE LUZ” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier