Das horas do lar terrestre,
Que falam ao coração,
Destacamos com justiça
A hora da refeição.
Há muita gente no mundo
Que se assenta junto à mesa
E recebe o bem divino
Sem ponderar-lhe a grandeza.
Supõem muitos, mostrando
Juízo ao sabor do vento,
Que a refeição se resume
A despesa e pagamento.
Raros pensam no trabalho
Da Eterna Sabedoria
Que espalha, por toda a terra,
Esse pão de cada dia.
A maior parte dos homens,
Estranha à luz da oferenda,
Aproveita a refeição
Por dar pasto à gula horrenda.
Muitos outros, igualmente,
Dominados de cegueira,
A transformam em campo largo
De excessos de bebedeira.
Não poucos, menosprezando
O corpo sadio e forte,
Em vez de atender a vida,
Procuram moléstia e morte.
Finalmente, em toda a parte,
Pelo método confuso,
O dom do Senhor se torna
Em pastagem para o abuso.
Ouve amigo: não te esqueças,
Nas mais ínfimas estradas,
Que o prato das refeições
É bênção das mais sagradas.
*
Não olvides que o “pão nosso”
É dom sublime e perfeito;
Se não tens a luz da fé,
Não te esquives ao respeito.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier