Mar revolto. Sombra densa,
Ao longo da vastidão.
Vibra a angústia em cada rosto
Na frágil embarcação.
O vento sopra de rijo
Espalhando a tempestade,
As ondas são monstros verdes
No dorso da imensidade.
Dolorosas inquietudes,
Amarguras, nervosismos…
Céu e mar desesperados –
É o choque de dois abismos.
Não mais bússolas, nem velas,
Tudo horror, trovões e vento,
Só resta, entre vagalhões,
O esforço do salvamento.
Ninguém define a distância
E o mais lúcido, o mais forte,
Mergulha-se em pensamento
Nos caminhos para a morte.
É quando a costa aparece,
Trazendo nova esperança.
É a mensagem carinhosa
Dos planos de segurança.
Que alívio dos viajores,
Cansados de sofrimento!…
Eis que a praia simboliza
A luz dum renascimento.
Ao seu lado, volta a calma,
Extinguem-se a sombra e a dor,
Renova-se a confiança
Na esfera superior.
Esse quadro nos recorda
O mundo desesperado,
Que parece muitas vezes,
Grande mar encapelado.
*
Mas todo cristão sincero
É uma praia apetecida,
Onde há paz e segurança,
Caminho, verdade e vida.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier