Onde a estrada se biparte,
Parando sem que prossiga,
Manda o Pai que se construa
A ponte bondosa e amiga.
Consagrada ao bem dos outros,
Todo instante atenta a isso,
Dom dos céus a revelar
O espírito de serviço.
Suspensa sobre as alturas,
Onde uma queda ameaça,
Sem privilégio a ninguém,
A ponte serve a quem passa.
Sempre pronta no caminho,
No seu esforço incessante,
Todo o tempo, dia e noite,
É bondade vigilante.
Sanando dificuldades,
Dá-se ao que vai e ao que vem,
Pratica com todo o mundo
A divina lei do bem.
Por gozar-lhe toda hora,
Seu constante e terno amor,
Os homens nunca refletem
Na extensão do seu valor.
Muita vez é necessário,
Para que homem possa sentir,
Que em meio da tempestade,
A ponte venha a cair.
No instante em que cada qual
Vê que o bem próprio periga,
Já ninguém mais desconhece,
Quem era essa grande amiga.
A ponte silenciosa,
No esforço fiel e ativo,
É um apelo à lei do amor,
Sempre novo, sempre vivo.
*
Vendo-a nobre e generosa,
Servindo sem altivez,
Convém saber se já fomos
Como a ponte alguma vez.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier