A PLANTAÇÃO



E’ muito grande o trabalho,
Enorme a preparação,
Na terra que se destina
Às fainas da plantação.

E’ preciso desprezar
Certas plantas, certas flores
Retirar os espinheiros
E arbustos inferiores.

Depois da foice aguçada,
Que opera o desbravamento,
Vêm, a golpes de enxadão,
Limpeza e destocamento.

No corpo da terra nua,
Em lutas laboriosas,
Há frondes e flores murchas,
Cicatrizes escabrosas.

Logo após, o arado amigo,
Cuidadoso, traça a leira,
Completando atividades,
Devidas à sementeira.

O solo dilacerado
Dá conta do esforço ingente,
A terra aberta e ferida
E’ o berço justo à semente.

A zona que se consagra,
Às tarefas de cultura,
Fornece lições diversas
Ao campo da criatura.

Muita gente julga, a esmo,
Que as lutas da educação
Se resumem a teoria,
Discurso e doutrinação.

Mas o problema é bem outro:
Não se dispensa a harmonia
Entre ação e ensinamento,
Nos quadros de cada dia.

*

Dores, lutas, sofrimentos,
São bênçãos de formação
Da Divina Sementeira
Nas zonas do coração.

Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier