Qual é o tipo de paz que estou em busca?
A paz do mundo ou a paz do Cristo?
Como escolher entre ambas?
Quais as características que cada uma delas possui?
Sabemos que a paz do mundo, na maioria das vezes é o sonho da inércia, da falta de responsabilidades, da indiferença ou dos sonhos e anseios venais plenamente satisfeitos para o gozo da carne, entretanto, após atendidas tais necessidades, outras apresentam-se ainda mais tentadoras.
Será isto a paz?
Vejamos!
A paz do Cristo é o encontro da serenidade interior, em razão do trabalho incansável objetivando a disseminação do bem, atendendo a dor e o sofrimento dos mais infelizes. É a paz do dever retamente cumprido, na construção da paz do mundo, é o equivocado arquivo das sensações desgovernadas, das paixões fomentadoras do equilíbrio e das licenças morais, sem rédeas, escrúpulos ou limites, onde apenas o atendimento das paixões terrenas interessa.
A paz do Cristo é o sublime despertar da consciência e dos talentos e habilidades outorgados por Deus, para a tarefa de amar e servir a todos, indistintamente.
Amar e servir ao irmão mais enfermo e infeliz dentro de sua provação, enquanto aguarda com fé e esperança, que o bálsamo lenificante dos bons amigos espirituais, possa curar as insidiosas chagas morais, que são as mais difíceis de serem erradicadas através do corpo físico.
A paz do mundo é a paz dos vícios e imperfeições que ainda teimamos em cultivar, sem perceber que os mesmos produzem incontáveis males em nosso campo vibracional, desarticulando as emoções, tornando-se os maiores responsáveis pelos ódios e mágoas, decepções e aflições perturbadoras, que caracterizam um processo enfermiço de obsessão em andamento, minando as energias do indivíduo.
A paz do Cristo é a paz do amor incansável, que jamais se ausenta e não deixa de amparar todo aquele que se acha fragilizado d’alma.
Porquanto, Jesus, o irmão amoroso e abnegado em constante atendimento as ovelhas desgarradas de seu rebanho, sabe, sem que seja necessário lembrá-LO.
Quer todos confiemos em seu amparo, que acreditemos nEle como sendo o caminho, da verdade e da vida, entendendo que sem o auxílio d’Ele, certamente não alcançaremos o Reino de Deus, muito embora saibamos que este Reino encontra-se dentro de cada um de nós, porém, só o atingiremos quando as lições deste Mestre amorável, estiverem verdadeiramente compreendidas e aplicadas em nossas vidas, sem dificuldade alguma.
A paz do Cristo, é sempre uma paz verdadeira e duradoura, nascida da consciência das próprias potencialidades e da perseverança em mantê-la em constante, ação e, além disso, esta paz é altamente benéfica para todo aquele que a cultiva em seu intimo, porquanto, permite que o indivíduo construa uma fé inabalável, uma convicção segura, resultante das reflexões amadurecidas através do sofrimento, que nunca deve ser visto como punição, porém, como oportunidade de retificação de um roteiro enganoso e prejudicial ao andamento do processo evolutivo de cada um.
A paz do Cristo deve ser uma meta a se alcançar, por qualquer servidor da Seara Cristã, que aspira uma sintonia maior na sublimação dos sentimentos e moções, sem abrir brechas para as dúvidas que muitas vezes teimam em permanecer na mente do servidor, impedindo-o de alcançar a melhor de sua jornada, que é o próprio auto aprimoramento.
A paz do cristo portanto, não é uma conquista inalcançável, se assim o fosse, Ele não diria: “A minha paz eu vos dou”.
Assim, amados irmãos onde quer que a criatura esteja situada, nos brocados e cetins dos aposentos luxuosos, ou na nudez das vestes simples e humildes do cotidiano das casas modestas, ou em qualquer outro lugar, o homem, espírito imortal em viagem permanente de progresso evolutivo, em razão da liberdade de escolha inerente ao ser inteligente, ele é sempre o arquiteto do próprio destino, com conhecimento suficiente para saber escolher com abençoada sabedoria e clareza entre a paz do Cristo, edificando em si mesmo o homem de bem da era nova, que sabemos será o habitante do mundo novo que já se aproxima, e, a paz do mundo, instável, tentadora, ansiosa e inquietante, sem nenhum momento de calma ou paz para a alma, porque repleta de sugestões venais e corruptoras do caráter e da moral, entre aqueles que cedem aos seus apelos.
Entre a paz de Jesus que sonhamos, e a paz do mundo com seus convites e tentações, saibamos escolher o melhor, que sem dúvida é a paz do Cristo, porque duradoura e, portadora da plenitude e da felicidade relativa ao alcance de todos.
Que o Senhor da Vida permaneça entre todos vós.
14.04.2010
Albino da Santa Cruz