Pelo bem da roupa limpa
Não se esqueça a criatura
Dos serviços que custou
O esforço da lavadura.
Raramente se recorda,
Na tarefa rotineira,
O trabalho, o sacrifício
Do campo da lavadeira.
Porque, em verdade, a tarefa,
Inclui disciplina e dores,
Não se lava roupa suja,
Usando perfume e flores.
Por limpar-se no caminho
Necessário à experiência,
Não foge à imersão completa
Nas águas da Providência.
Não dispensa o gosto amargo
Do concurso do sabão,
Alijando-se a bagagem
De sujidade ou carvão.
Passado o atrito da esfrega,
Que impõe cansaço e aspereza,
Transporta-se ao coradouro,
Apurando-se a limpeza.
Depois, é a volta bendita,
à água cariciosa,
Que atende à saúde humana,
Com bênçãos de mãe bondosa.
Qualquer recurso ao lavar,
Com sabão ou corrosivo,
Requisita paciência,
Vigilância e esforço ativo.
O serviço dessa ordem
Faz lembrar ao pensamento
A lavadura precisa
Às roupas do sentimento.
*
Vivamos tranqüilamente,
Sem olvidar, entretanto,
Que nossa alma necessita
Lavar-se em suor e pranto.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier