Em casa, a lâmpada acesa,
Singela e despercebida,
Constitui lição patente
Das mais nobres que há na vida.
Contra a noite escura e espessa,
Que se espalha e reproduz,
Envolve-se de energia,
Resplandece e traz a luz.
Seu trabalho é grande e simples,
Difundindo o sol do bem.
Não discute, não pergunta,
Dá sempre, não olha a quem.
Ilumina o gabinete
De pesquisa ou leitura,
Como aclara a agulha humilde
Da máquina de costura.
Envolve com a mesma luz
A velhice, a enfermidade
A infância, a alegria, a dor,
E os sonhos da mocidade.
Há tumultos, há prazeres?
Amarguras, agonia?
Se não sofre violência,
Eis que a lâmpada irradia.
Serena, silenciosa,
Não se aflige, não consulta,
Nada pede, além da força
Que lhe vem da usina oculta.
Revela todo detalha,
Sem contendas, sem perigo.
A sua demonstração
É o foco que traz consigo.
Não exige condições
Por servir e iluminar,
E define seu ruído
Cada coisa em seu lugar.
*
Pensemos em nossa glória
Quando formos, irmãos meus,
Como lâmpadas do Cristo
Na usina do amor de Deus.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier