Em todas as latitudes
Da terra que aperfeiçoa,
É sempre meiga e benvinda
A lã carinhosa e boa.
Conserva a saúde e a vida,
Nos invernos, nos trabalhos,
É mãe delicada e nobre
Dos mais puros agasalhos.
Faz frio? Desceu a noite
Em borrascas escarninhas?
A lã protetora e santa
Vai vestir as criancinhas.
Há velhice amargurada
Movendo-se quase morta?
A divina benfeitora
Vem de leve e reconforta.
Enfermos entristecidos
Atados a grandes dores?
Recolhe-os bondosamente
Em ninhos de cobertores.
Presta aos homens neste mundo
Auxílio amoroso e forte,
Desde o berço da chegada,
Ao leito de dor na morte.
Heroína afetuosa
De serviço e de bondade,
Preserva no mundo inteiro
O corpo da Humanidade.
Quem a veste, conservando-a,
Encontra incessantemente
A couraça que resiste
Ao frio mais inclemente.
Lembremos, vendo-a servir
Sem recompensa e sem palmas,
O Cordeiro que dá lã
Necessária a nossas almas.
*
Não te doa nos caminhos
O inverno de angústia e pranto:
Vistamos os sentimentos
Em lã do Cordeiro Santo.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier