A faca, inegavelmente,
Embora não acerada,
Oferece algum perigo
À pessoa descuidada.
Entretanto, muitas vezes,
No serviço rude e forte,
Não se pode prescindir
Do concurso do seu corte,
Pleno campo. Plantações.
Verdura a perder de vista.
A faca auxilia sempre
No trabalho ruralista.
Nas fábricas operosas,
Onde a prudência a conserva,
Está pronta e decidida
No serviço ou na reserva.
No esforço de cooperar,
Permanece dia inteiro
Atendendo eficazmente
Ao lado do sapateiro.
Contribui nas selarias,
Onde o trabalho é uma escola,
Obedecendo ao seleiro,
Dando o bem, cortando a sola.
Em casa, está sempre firme,
Excelente companheira,
Respondendo a muito caso
Que concerne à cozinheira.
Depois de formar, atenta,
No preparo à refeição,
Segue, humilde, para a mesa
E ajuda a partir o pão.
Mas a faca que é tão útil,
Tão valorosa e singela,
É muito desagradável
No pulmão ou na costela.
*
Forçoso é reconhecer
Que a faca vive a ensinar
Que cada coisa no mundo
Tem seu tempo e seu lugar.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier