A CAPINA



Nos serviços de defesa
Da semente que germina,
Não se pode descuidar
Dos trabalhos da capina.

Em torno à planta que nasce
No escuro lençol do chão,
Surgem ervas venenosas
Formando comprida esteira
Tentando a sufocação.

Crescem fortes, espontâneas,
Nocivas e desiguais,
Formando comprida esteira
De grosseiras ervaçais.

Alastram-se em toda parte…
São verduras traiçoeiras
E, se vivem conformadas,
Dominam a roça inteira.

Que o lavrador cuidadoso
Jamais se esquive à atenção,
Trazendo-lhe, decidido,
A justa eliminação.

Ainda que mostrem flores
Entre os ramos de alegria,
Que todas sejam tratadas
A lâmina da energia.

Enquanto o grão não se forme
Para a colheita madura,
Capine a enxada ao redor,
Tão atenta, quão segura.

De outro modo, o mato inútil,
Vadio, cruel, sem nome,
Rouba grelos promissores,
Deixando ruína e fome.

Assim no mundo, igualmente,
Quem deseje o nobre dom,
Destrua dentro de si mesmo
Todo impulso menos bom.

*

Cultiva diariamente
A vida elevada e sã:
Não te esqueças da capina
Se queres fruto amanhã.

Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier