CONDUTA DO MÉDIUM
Em toda a extensão e permanência do fenômeno mediúnico, o que vigora sedimentado é o pensamento do médium, como também o do espírito, porquanto é através do pensamento que tais ligações são estabelecidas, com a finalidade de se produzir a comunicação, que deverá ocorrer na melhor sintonia possível, onde o médium reproduzirá com suas palavras, com absoluta fidelidade, a ideia que o comunicante deseja expressar, para ganhar a confiança do espírito, sem interpolações ou deduções outras, pois, o que não for da compreensão do médium no conteúdo da comunicação, se-lo-á por aquele a quem o espírito comunicante deseja dirigir-se.
Dentre vários procedimentos e cuidados, que o médium deve adotar na própria conduta, encontra-se o pensamento, que deve situar-se em total passividade, mantendo-se em absoluta neutralidade, para que o conhecimento e a consciência do médium, favoreçam ao espírito comunicante, possibilitando-lhe, escolher dentro do cabedal adquirido pelo médium, a ideia, a frase e as palavras, que melhor retratem o que o espírito deseja expressar, sem interferências ou acréscimos de qualquer teor, capaz de adulterar, mesmo inconscientemente, a mensagem em questão.
Outro procedimento recomendável na conduta do médium, é a adoção de férrea disciplina em tudo que diz respeito ao intercâmbio mediúnico, que inclui, necessariamente a pontualidade para o início das atividades, posto que, os espíritos nobres possuem muitas tarefas a realizar, e o tempo que dispõem para isso, deve, ser rigorosamente aproveitado para o que seja útil, ajuntem-se também a isso, o fator da assiduidade do médium, que não deve faltar à tarefa, sem respeito ao compromisso assumido ante os espíritos, sejam benfeitores ou assistidos, encarnados ou desencarnados, pois, tanto o descaso quanto a invigilância do médium, prejudicam mais profundamente a ele próprio, visto que os espíritos superiores possuem outros recursos e mecanismos na esfera espiritual, para atender os necessitados de qualquer natureza, à revelia do médium faltoso, que assim agindo, assinala mais um débito na Contabilidade de sua economia moral.
Outro ponto que merece ser destacado na conduta do médium, como procedimento indispensável para o bom andamento da tarefa, é a recomendação proposta pelo Espiritismo, sintetizada assim: “Amai-vos e instruí-vos”, entendendo que amar se expressa na dedicação, no zelo e no respeito com que se realiza a tarefa, pois a dedicação e o zelo demonstram o carinho, o desvelo, o interesse e o propósito nobre que aciona a conduta do médium, levando-o a atender o compromisso com a boa vontade e devotamento, superando os habituais imprevistos para que o trabalho não sofra interrupções prejudiciais, cuja importância não se pode avaliar, daí, conclui-se que o respeito também é fundamental, porque além da participação do médium, outros membros da equipe também estão envolvidos, nas duas dimensões, espiritual e material, onde a vida se expressa em incalculáveis variações.
Quanto ao “instruí-vos”, é imprescindível que o médium esteja em constante aprendizado, através de leituras edificantes, de participar dos grupos d estudos e das palestras e seminários, aumentando seus conhecimentos específicos acerca da mediunidade, reciclando as informações e adquirindo mais experiência, para melhor desempenho da tarefa, visto que, a Lei do Progresso é inestancável, donde se deduz que tudo progride no exercício do intercambio mediúnico, cujos primórdios se deu através das pancadas nas paredes da casa da Família Fox, provocadas pelo espírito de Charles Rosma, seguiu-se as manifestações das mesas girantes nos salões parisienses, passando pela escrita de bico de pena e pelos lápis adaptados a uma cesta ou outro objeto qualquer, retratando o progresso realizado, com a contribuição de médiuns pesquisadores, de estudiosos e pesquisadores em geral, cujo interesse não estacionava simplesmente no fenômeno em si, porém, buscava devassar as razões objetivas e os propósitos específicos que estavam por detrás daquelas manifestações, com a finalidade de descobrir qual verdade estava embutida naquelas revelações e, se era possível ao homem alcançá-la .
Por isso, o estudo ininterrupto é um procedimento inadiável ao médium, enriquecendo lhe os potenciais, para melhor desincumbência de suas tarefas, enquanto, se aguarda que outras conquistas venham juntar-se ao conhecimento que já foi adquirido.
José Maria de Medeiros Souza, pelo Espírito Espírita, Jean – Marie Lachelier.