Nos movimentos da agulha,
Nas tarefas do tear,
O fio é muito importante
Na base de todo lar.
Pouca gente lhe observa
Os valores, vida em fora;
Na verdade, é companheiro
Nas lutas de cada hora.
Humilde, tênue, singelo,
Às vezes quase impalpável,
Para o pobre, para o rico,
É matéria indispensável.
Existe em padrões diversos,
No algodão, em seda, em lã,
E entre as dádivas do mundo
E’ sublime talismã.
E’ bênção do amor de Deus,
Que acompanha a criatura
Nos campos do mundo inteiro,
Desde o berço à sepultura.
Entretanto, é alguma coisa
Muito frágil, muito leve,
Cuja trama delicada
Nosso lápis não descreve.
Por ele, milhões de seres,
No espírito do trabalho,
Encontram caminho e vida,
Luz e paz, força e agasalho.
Olha o fio pobre e simples!
Que lição útil e bela!…
E’ tesouro do caminho,
Mas parece bagatela.
Observando-o, recordo
As glórias e fins supremos,
Do tempo que é luz divina,
Neste instante que vivemos.
*
O segundo é gota humilde,
O século é vasto rio …
Vive em Deus cada momento
Que o minuto é nosso fio.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier