Nos quadros vivos da roça,
A semente pequenina
E’ página aberta aos homens,
Mostrando lição divina.
E’ minúscula, e somente
À luz de grande atenção
Pode ser reconhecida
No campo de plantação.
Quanto pesa? Quase nada:
Coisa muito inferior,
Calcada aos pés, sem cuidado,
Nas lutas do lavrador.
No entanto, grãozinho humilde,
Que pouca gente repara,
Tem tarefas e caminhos,
Lições de beleza rara.
Humilde, pequena e pobre,
Abandonada ao monturo,
A semente é a garantia
Do edifício do futuro.
Coisa mínima lançada
Ao vasto lençol do chão,
Vai ser árvore, celeiro,
Remédio, alimentação.
Mas é justo ponderar,
Ao senso da criatura,
Que a espécie de produção
Responde à semeadura.
Laranjeira dá laranja,
Macieira dá maçã,
Planta rude do espinheiro
E’ mais espinho amanhã.
As sementes ignoradas,
Da roça desconhecida,
São iguais às bagatelas
Do quadro de nossa vida.
*
Uma palavra, um conselho,
Um gesto, uma vibração,
Vão crescer e produzir
Conforme nossa intenção.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier