É um exemplo de bondade
O esforço nobre do oleiro,
Cuja grande atividade
Tem a base no lameiro.
Muitos sentem aversão
Por sua tarefa hostil,
Dedicada, dia e noite,
Ao barro nojento e vil.
Seu trabalho é quadro rude
Que a lama invade e não poupa,
É barro, por toda a parte
No rosto, nas mãos, na roupa.
Seu serviço é tão ingrato
Junto à massa indefinível,
Que a tarefa mais parece
Um sofrimento invencível.
Mas todo barro mais pobre,
Ao toque do seu amor,
Fornece os vasos divinos
De formosura e valor.
Quanto mais tempo e trabalho,
Mais triunfa, mais se ufana…
E vemos a lama escura
Transformada em porcelana.
Além dessas jóias raras
De sublimes expressões,
É o oleiro quem dá corpo
Ás vossas habitações.
O tijolo faz a casa,
A telha cobre a mansão,
O homem ganha o seu lar
Que é templo do coração.
Nas estradas de miséria,
Não mais éramos que lama,
E eis que o Mestre no Evangelho
Nos esclarece e nos chama.
*
O Cristo é o Divino Oleiro
Que opera com perfeição;
Somos nós o barro vil,
Guardado na sua mão.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier