Nem todos identificam,
No curso de todo o dia,
A lição maravilhosa
Que vem da carpintaria.
Madeira escura e selvagem,
Do seio da natureza,
Vem de longe por buscar
A forma e a delicadeza.
Ao rumor do maquinismo
Que se agrupa na oficina,
O artífice representa
A Inteligência Divina.
A serra corta vibrando,
A enxó elimina a aresta,
O torno canta a harmonia,
Tudo em júbilos de festa.
O esforço de seleção
Efetua-se a capricho;
Sujidades, excrescências,
São matérias para o lixo.
A simples madeira bruta,
Na grande transformação
Brilha agora na obra prima
De serviço e perfeição.
Todavia, para isto,
As peças e os elementos
Submeteram-se humildes
À pressão dos instrumentos.
Assim também a alma humana,
Na oficina da existência
Precisa submeter-se
Às plainas da experiência.
Recordemos, sobretudo,
Com humildade e com fé,
O Divino Carpinteiro
Que passou por Nazaré.
*
Busquemo-Lo nos caminhos,
E atende, meu caro irmão:
Se queres a Luz da Vida
Entrega-lhe o coração.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier