O DIAMANTE



No serro desamparado
Que chama ao suor e à luta,
O diamante luminoso
Descansa na pedra bruta.

Por conquistá-lo é preciso
Vencer enorme aspereza,
Eliminando os percalços
Que surgem da Natureza.

Sobretudo, é imprescindível
Estudar todo o cascalho,
Sem desprezar-lhe a dureza
No espírito do trabalho.

Longo esforço, longa espera,
Serviço e compreensão,
Tudo isso é indispensável
Ao bem da lapidação.

Ao preço de luta ingente,
A pedra sonha e rebrilha.
É a divina descoberta
Da gota de maravilha.

Pouca gente lembrará
Que a jóia de perfeição
Constitui a experiência
Dos átomos de carvão.

A princípio, não passava
De míseros fragmentos
De carbono desprezível
Na força dos elementos.

Nas grandes transformações,
Viveu obscura e ao léu,
Mas, agora, é flor de luz,
Refletindo a luz do céu.

Quem não vê na jóia rara,
Sublimada e soberana,
A história maravilhosa
Dos caminhos da alma humana?

*

Nos serros da Humanidade
Que a ignorância domina,
Cada ser guarda o diamante
Da Consciência Divina.

Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier