Quando passes no meu caminho
Dando luz ao pensamento,
Não deixes de meditar
Na doce missão do vento.
Quem lhe imprimiu tanta força?
Donde vem? De que maneira?
Parece o sopro do céu
Alentando a sementeira.
Une as frondes amorosas,
Acaricia a ramagem,
É um fluido caricioso
Amenizando a paisagem.
É o mensageiro bondoso
Da alegria e da abundância,
Trocando os germes da vida,
Vencendo a noite e a distância.
De outras vezes é um amigo
Com fraternas exigências,
Que pratica nos caminhos
Profundas experiências.
Se a flor é infiel à seiva
Que lhe deu força e guarida,
O vento condu-la ao chão,
Só deixando a flor da vida.
Seu papel na natureza
Vai da vida à seleção,
Permutando os germes puros
Das sementes de eleição.
Também, na vida da Terra,
A função do sofrimento
Parece identificar-se
Com os fins da missão do vento.
Troca ele as nossas almas,
Mata as flores da ilusão,
Refunde os nossos valores
Em nova fecundação.
*
O turbilhão de amargores
É mais vida envolta em véus
Povoando a nossa estrada
Com os germens da luz dos céus.
Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier