A verdade é alguma coisa.
Sagrada, bela e infinita…
Só o amor sabe dizê-la
Conforme deve ser dita.
Se queres luzes mais altas,
Mais ditosas e mais ricas,
Olvida o mal que te fazem
E esquece o bem que praticas.
Reúnem-se os generais
Na guerra, em busca da glória,
Mas o Todo-Poderoso
É quem decide a vitória.
Quem só palavras semeia,
No campo de cada dia,
Recolherá simplesmente
O sopro da ventania.
O homem que se aborrece
Clamando fastio, a esmo,
Encontrou tempo excessivo
Para cuidar de si mesmo.
Não é a erva daninha
Que mata o grão promissor,
Mas a triste negligência
Que mora no lavrador.
Amizades e conselhos,
Livros, remédio e comida
Devem chegar até nós
De procedência escolhida.
Quem se compraz com a lisonja
Desce a escuro sorvedouro,
Bebendo o veneno e a morte
Em taças de mel e ouro.
Competência e fidalguia,
Miséria e desolação, –
Todas dependem na vida
Do toque da educação.
Quem para justificar-se
Alheias faltas reclama,
Decerto, pensa lavar-se
Em banhos de lodo e lama.