PECADO

Ary Brasil Marques
Ontem um amigo comentava comigo a respeito do pecado. Ele não conseguia entender bem o desejo de comer bastante e assim satisfazer seu prazer com o pecado da gula.
Prometi a ele que hoje o tema de meu texto diário seria o pecado.
O que será pecado? O que significa pecado? Pesquisei no Google e obtive a seguinte resposta:
“O Pecado sempre foi um termo principalmente usado dentro de um contexto religioso, e hoje descreve qualquer desobediência à vontade de Deus; em especial, qualquer desconsideração deliberada das Leis reveladas. No hebraico e no grego comum, as formas verbais (em hebr. hhatá; em gr. hamartáno) significam “errar”, no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal ou padrão. Em latim, o termo é vertido por peccátu”.
Verificamos que a palavra pecado está diretamente ligada às religiões. Toda desobediência à vontade de Deus é considerada pelas mesmas como pecado.
O Espiritismo, embora seja também uma religião, não possui dogmas, rituais, sacerdotes ou regras especiais. A Doutrina Espírita considera as desobediências à vontade de Deus como experiências do espírito em seu processo de desenvolvimento, utilizando o livre arbítrio que lhe foi dado pelo nosso Pai Celestial.
Todos temos gravados na consciência a lei divina, e ninguém poderá alegar ignorância como desculpa para agir em desacordo com a mesma. A liberdade que nos foi concedida deve ser controlada pelo espírito em evolução, pois sempre que saímos do nosso equilíbrio e praticarmos excessos no uso desse livre arbítrio, sofreremos as consequências de nossos atos.
Pela lei de ação e reação, automática, o ser humano recebe sempre a volta de tudo o que faz. A cada ação existe uma reação em sentido contrário de igual intensidade. Deus, que é infinitamente bom e justo, não castiga aos seus filhos. Ele deixa que cada um aprenda com os próprios erros, e as falhas que cometemos servem de mola propulsora de nossa evolução.
Assim, tal qual a criança que se machuca ao cair, por ter ainda seus passos incertos e vacilantes, mas que aprende com a queda e fica firme no futuro, como espíritos ainda imperfeitos nós aprendemos com os nossos erros, indevidamente chamados de pecados. São eles que nos impulsionam para a frente, para o progresso, para um dia alcançarmos a perfeição, pois foi para isso que fomos criados.
A gula é um dos erros que cometemos. Ela ajuda a nos regular a medida certa do que devemos comer. Quando excedemos essa medida, sofremos a consequência da lei automática. Ou temos uma indigestão, ou jogamos em nosso corpo físico excesso de alimentos que vão produzir o efeito danoso da obesidade, além de sobrecarregar o trabalho de nossos órgãos que cuidam da distribuição das energias adquiridas na nossa alimentação.
Não lamentemos o pecado. Ele é apenas um alerta de que estamos passando de nosso limite. Podemos usar de tudo o que Deus colocou em nossa vida, com moderação, com equilíbrio, com sabedoria.

SBC, 27/08/2007.