CARTA AOS JOVENS



Estás moço, meu amigo,
E a estrada da juventude
É um sonho alegre e florido
De esperança e de saúde.

Tudo, em redor de teus passos,
É vigor e fortaleza,
Entusiasmos felizes
Nas bênçãos da natureza.

É nessa fase da vida
Que, muita vez, a ilusão
Trabalha como um veneno
Às forças do coração.

Que a experiência do velho
Seja em tudo o teu espelho.
A luz dos cabelos brancos
É um carinhoso conselho.

Que a tua impulsividade
Se inutilize ou se torça;
Todo o mal da mocidade
É dominar pela força.

O engano de quem é moço
É a pretensão de poder,
Vendo embora que a questão,
Antes de tudo, é saber.

Alguém já disse no mundo,
Perante os impulsos teus,
Que a mocidade feliz
É uma inimiga de Deus.

É que o jovem, meu amigo,
No anseio de dominar,
Destrói com toda a imprudência
Sem saber edificar.

Não dispenses o velhinho
Que, humilde, te estende a mão;
Sua palavra tranqüila
É luminosa lição.

Recordo-te, nesta carta,
Um raciocínio profundo.
Sem que o velho houvesse andado,
Não marcharias no mundo.
Acata-o, raciocinando
Que, um dia, serás assim,
Desiludido e cansado
Quando a prova for ao fim.

Planta o bem no teu caminho.
Não fujas à caridade.
“Quem semeia ventanias
Colhe a dor e a tempestade”.

Guarda a fé. Ora e confia.
A paz há de ser-te imensa.
Se, entre as sombras da velhice,
Tiveres a luz da crença.

A mocidade do mundo
Passa, às vezes, no imprevisto.
Mas tê-la-ás, pura e eterna,
Se andares com Jesus Cristo.

Do livro “CARTAS DO EVANGELHO” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier