ANDREW JACKSON DAVIS – BIOGRAFIA












Andrew Jackson Davis

Famoso médium norte-americano precursor do Espiritismo. Nasceu nos Estados Unidos da América do Norte, no dia 11 de Agosto de 1826, e desencarnou no dia 13 de Janeiro de 1910.

Nunca foi místico, sendo considerado um homem equilibrado, detentor de um carácter sério, honesto e caridoso, tendo por isso, atraído elevado número de pessoas para ouvir os seus ensinamentos.

Oriundo de família humilde e inculta, nasceu e conviveu num meio desprovido de recursos intelectuais, num distrito rural do Estado de Nova York, às margens do rio Hudson.

No princípio da adolescência, começou a ouvir vozes estranhas, mas gentis e agradáveis que lhe davam conselhos e, simultaneamente, a revelar faculdade mediúnica de clarividência e a diagnosticar doenças. Afirmava ele que, em estado de transe, conseguia observar dentro do corpo humano; como cada órgão tem a sua luminosidade própria, ao ver um deles escuro, localizava o problema.

Davis aprendeu a conhecer e a desenvolver as suas faculdades, através do mesmerismo, então em voga: o médico alemão Franz Anton Mesmer inventou as chamadas técnicas de “magnetização animal” ou “fluído vital” com o objetivo de encontrar cura para determinadas doenças. Entrando em transe sonambúlico, Davis manifestava extraordinárias capacidades que não possuía no seu estado normal, detentor que era de pouca instrução.

No dia 6 de Março de 1844, sentiu-se repentinamente sujeito a um fenômeno físico de transporte, sendo conduzido por uma estranha força, a uma distância de 60 Km de Poughkeepsie, local onde residia, até às montanhas de Catskill, onde conversou com dois espíritos, que ele identificou (Galeno e Swedenborg), que se apresentaram como sendo os seus mentores.

Mais tarde, desenvolveu a mediunidade da xenoglossia, passando a falar várias línguas, incluindo o hebraico. Semianalfabeto, “fraco de corpo e mentalmente pobre”, como afirma Sir Arthur Conan Doyle, discutia temas altamente eruditos com membros conceituados, incluindo da Universidade de Nova York, desde a Mitologia à Arqueologia histórica e bíblica, e aos mais diversos temas sociais e linguísticos, com tal precisão e rigor que “fariam honra a qualquer erudito daquela cidade”.

O médium escreveu em transe mediúnico o livro: “Os Princípios da Natureza”, editado em 1847, tendo este sido considerado por Sir Arthur Conan Doyle, como “um dos mais profundos e originais livros sobre Filosofia”.

Foram parcialmente editadas outras inúmeras obras sob o título “Filosofia Harmônica”, recebidas mediunicamente e atribuídas ao célebre médium e sábio sueco, Swedenborg.

Aos 21 anos, Davis já não precisava de sujeitar-se ao magnetismo hipnótico, para entrar em transe e ficaram conhecidas as pormenorizadas descrições de desencarnações, que posteriormente eram confirmadas por outros médiuns em várias partes do mundo.

Fez inúmeras previsões (o aparecimento do automóvel, máquinas de escrever, veículos aéreos…), recheadas de assombrosos pormenores, incluídas na sua obra: “Penetrália” e em 1847, declarou que iriam dar-se, em breve, manifestações de espíritos um pouco por toda a parte.

De fato, em 31 de Março de 1848, as três irmãs Fox iniciam os seus contatos com o mundo espiritual, através de pancadas, na cidade de Hydsville, nos Estados Unidos, dando início ao advento do Espiritismo. Foi o fenômeno das mesas girantes ou falantes que atraiu a atenção de Allan Kardec e outros eminentes investigadores.

Exatamente no mesmo dia (31 de março de 1848) Davis registou no seu caderno de notas o seguinte:

“Esta madrugada, um sopro quente passou pela minha face e ouvi uma voz, suave e forte, que me disse: ‘Irmão, um bom trabalho foi começado – olha! Surgiu uma demonstração viva’. Fiquei pensando o que queria dizer aquela mensagem.”

Com essa previsão, Andrew Jackson Davis ficou a ser conhecido como o” Profeta da Nova Revelação”.

Recebeu ainda uma obra de alto teor intelectual e moral: “Revelações Divinas da Natureza”, tendo descrito a vida no Mundo Espiritual como sendo semelhante à da Terra, uma vida semi-material em que o trabalho científico, literário, artístico e humanitário continua e em que os seres se agrupam consoante as suas tendências e gostos pessoais que se prolongam após a desencarnação.

Observou as várias etapas do progresso do espírito e apontou as imensas causas responsáveis pelo retardamento da marcha evolutiva do ser humano.

Numa das suas visitas em espírito a um desses planos, viu grupos de crianças que, se encontravam reunidas em belos edifícios, rodeadas de atenções e carinho, recebendo instruções, em conformidade com o seu entendimento.

Maravilhado com este sistema, tentou reproduzir a sua organização na terra e daí surgiu o 1.º Liceu Espiritista que fundou em 1863, em Dodsworth Hall, Broadway, Nova York. Outras cidades americanas aderiram à ideia, e em vários países, nomeadamente, Inglaterra e Austrália, surgiram liceus ligados ao movimento.

Andrew Jackson Davis superou o próprio Swedenborg, no que respeita ao descerrar do véu concernente ao mundo dos espíritos e se, como todos os missionários, cujo olhar difere do comum dos mortais, visionando e antecipando o futuro da humanidade, teve opositores e sofreu humilhações, tudo suportou com humildade e devotamento à causa da espiritualidade e ao auxílio do próximo, prescrevendo tratamentos com ervas para a cura das doenças que diagnosticava.

Fonte: História do Espiritismo, Arthur Conan Doyle e Jornal Espírita, Julho de 1991.